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Tempo de Incerteza

de António Barreto

editor: Relógio D'Água, abril de 2002
António Barreto é um dos mais atentos observadores da realidade portuguesa nos dias de hoje. Neste seu novo livro de ensaios, analisa as principais mudanças sociais do país nas últimas décadas (com particular enfoque na saúde, administração pública e migrações) e as consequências da nossa integração na Europa e da adesão à moeda única. É um retrato realista do país que somos, neste tempo de incerteza que se seguiu a uma certa euforia do final da década de 80.
A obra termina com um texto de elogio ao Livro e ao seu papel no conhecimento.

"A ideia central de 'Tempo de Incerteza' é a de que a sociedade portuguesa mudou muito desde 1960. (...) Num país que sempre foi pródigo em perder tempo, houve, evidentemente, um conjunto de mudanças naturais, ditadas pela alteração de regime político e pelo desmantelamento de pilares importantes do regime anterior. (...) Sobretudo, esta última década e meia gerou mudanças profundas num país historicamente proteccionista e enclausurado: a economia portuguesa é hoje uma economia aberta, plenamente integrada no espaço europeu, ainda que terciarizada e sem indústria de ponta; o produto cresceu; a educação democratizou-se; a despesa social aumentou; a justiça e a saúde tornaram-se serviços amplamente procurados, embora ineficientes.
(...) 'Tempo de Incerteza', com a autoridade do seu autor, cumpre muito bem o seu papel."
Pedro Lomba, DNa, 18/01/03

Tempo de Incerteza

de António Barreto

Propriedade Descrição
ISBN: 9789727086979
Editor: Relógio D'Água
Data de Lançamento: abril de 2002
Idioma: Português
Dimensões: 138 x 209 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 364
Tipo de produto: Livro
Coleção: Antropos
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Ensaios
EAN: 9789727086979
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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Saber ler o presente a olhar para o futuro

Luís B. Santos

Escritos que revelam que o hoje já era previsível ontem, sendo apenas isso possível através de uma "leitura" das situações ao alcance de poucos (como o Autor). A isto se alia uma escrita deliciosa.

António Barreto

Terceiro de sete filhos de Manuel da Costa Pinto Barreto (Peso da Régua, 17 de dezembro de 1907 - Porto, 21 de dezembro de 1981) e de sua mulher (Vila Real, Folhadela, 15 de setembro de 1938) Maria do Céu de Morais Taborda (Porto, 7 de maio de 1912 - Porto, 5 de março de 1980), neta materna do 1.º Barão de Gouvinhas e sobrinha-neta materna do 1.º Visconde de Morais, que recusou o título de Conde de Morais, uma família com reminiscências fidalgas, católica e apoiante da monarquia; António Barreto mudou-se muito jovem para Vila Real, onde viveu até finalizar os estudos liceais.

Estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra até 1963, onde foi ator do CITAC - Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra.

Radicado na Suíça em 1963, acabou por se licenciar em Sociologia, na Universidade de Genebra, em 1968. Foi assistente daquela Universidade, até 1970, onde voltaria para realizar o doutoramento, obtido em 1985. Foi investigador do Instituto de Pesquisas das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social, de 1969 a 1974.

Regressado a Portugal na sequência da Revolução de 25 de abril de 1974, tornou-se investigador no Gabinete de Estudos Rurais da Universidade Católica Portuguesa, função que desempenhou até 1982, mudando-se nesse ano para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde se manteve até à jubilação, em 2009[2].

Concomitantemente, foi professor de disciplinas de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, tendo feito parte da Comissão Instaladora desta última.

Foi vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística. Em 2009, por designação de Alexandre Soares dos Santos, assumiu a presidência do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde criou o portal de informação estatística Pordata. Manteve-se nesse cargo até 2014.

Foi militante do Partido Comunista Português entre 1963 e 1970, aderindo, após o 25 de abril de 1974, mais precisamente em dezembro desse ano, ao Partido Socialista. Eleito deputado à Assembleia Constituinte, no ano seguinte, em 1975, seria membro do VI Governo Provisório (Pinheiro de Azevedo), como Secretário de Estado do Comércio Externo, e do I Governo Constitucional (Mário Soares), como Ministro do Comércio e Turismo, primeiro, e da Agricultura e Pescas, depois.

Afastou-se do PS para apoiar o projeto da Aliança Democrática, liderado por Francisco Sá Carneiro, com o efémero Movimento dos Reformadores, criado com José Medeiros Ferreira e Francisco Sousa Tavares, em 1978.

Em 1985 apoiou Mário Soares, no MASP I (Primeiro Movimento de Apoio Soares à Presidência) para as eleições presidenciais portuguesas de 1986. Entre 1987 e 1991 regressou ao Parlamento, como deputado à Assembleia da República, pelo PS. Afastou-se definitivamente do partido na década de 1990.

Autor de vasta bibliografia, dedicou a sua investigação aos temas da emigração, socialismo e reforma agrária, evolução da sociedade portuguesa, indicadores sociais, justiça, regionalização, Estado e Administração Pública, Estado Providência, comportamentos políticos e retrato da região do Entre Douro e Minho. Na televisão, assinou a série de documentários Portugal, um retrato social, realizada por Joana Pontes (RTP, 2006), e dedicou-se ao comentário político em Regra do Jogo, com José Miguel Júdice (SIC Notícias, 2006-2008). É cronista do jornal Público desde 1991 atualmente escreve no Diário de Notícias uma coluna semanal ao domingo.

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