Ensaio sobre a Cegueira
SINOPSE
Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico. É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima, sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos, face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao serviço da preocupação cívica.
Caligrafia da capa por Chico Buarque
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 978-972-0-04683-3 |
Editor: | Porto Editora |
Data de Lançamento: | janeiro de 2015 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 142 x 210 x 21 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 346 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Obras de José Saramago |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 978972004683318 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
OPINIÃO DOS LEITORES
O título que o ponha outro
Rúben Silva Pinho
Saramago apresenta em “Ensaio sobre a Cegueira”, com a sua prosa de estilo único, uma obra literária que concentra em si o que há de melhor, e pior na humanidade. Através de uma epidemia de cegueira branca, o dito “mal-branco” que assola toda a sociedade, o autor explora não só uma cegueira física, mas também espiritual, destacando a incapacidade das instituições religiosas suprirem as necessidades do povo. O Prémio Nobel da Literatura guia o leitor por um cenário distópico, onde a sociedade vê-se obrigada a fazer da voz vista. Contudo, os contornos da diegese são tecidos à margem de um grupo muito específico: o médico oftalmologista, que deixou de ter olho para a coisa; a mulher do médico, personificação mais antagónica do provérbio – “em terra de cegos, quem tem um olho é rei” – não poderia existir, visto que assume mais o nobre e altruísta papel de servir o próximo do que reinar; o primeiro cego, para tudo há uma primeira vez; a mulher do primeiro cego; o velho da venda preta; a mulher dos óculos escuros, eterno espírito maternal, e por fim, o rapazinho estrábico. Apesar de, como um todo, não partilharem do mesmo sangue, partilham da mesma cegueira, que os une como se fossem uma verdadeira família. Através destas personagens, Saramago mostra a essência da compaixão e a importância de, parafraseando o próprio, olhar, ver, e reparar. O autor assume um papel de narrador omnisciente, proporcionando ao leitor uma visão abrangente e criativa, mantendo as suas personagens ao longo de toda a obra, mesmo em cenários hipotéticos, consistentes tanto em ações como em pensamentos. A cegueira espiritual é dada pelo simbolismo das vendas brancas nos olhos das imagens sacras, sugerindo que as instituições religiosas estão cegas para as necessidades e sofrimento das pessoas, estando incapaz de as acudir. Esta associação entre igreja e povo é bastante significativa, especialmente vinda de Saramago, um ateu declarado, porque reitera a tese de que a religião e os seus deuses são uma mera extensão dos humanos, uma criação da mente, e questiona a utilidade da fé na igreja em momentos de crise. Saramago serve o leitor com a sua escrita fluída, nas suas múltiplas vírgulas, convivem, em simbiose, comentários irónicos e reflexões pessoais interessantíssimos que, a par e passo de uma prosa refinada, dá a conhecer até os mais profundos dos pensamentos das personagens. Fá-lo tão bem, que transcende o próprio leitor a seu parceiro de conversa. Entenda-se como exemplo o próprio título deste texto, inspirado na expressão ousada e despreocupada do autor: “…água mole em brasa viva tanto dá até que apaga, a rima que a ponha outro”, que demonstra como Saramago brinca com as palavras e cria um discurso envolvente. Concluindo, "Ensaio sobre a Cegueira" é uma obra que se destaca pela temática pertinente e forma como está escrita. José Saramago presenteia o mundo com uma obra literária impactante e profundamente humanista. Acima de tudo, este livro fala de compaixão, de ver o próximo, num mundo que por vezes, faz-se de cego, talvez a pior cegueira que possa existir.
Adorei!
Sofia Coimbra
O SEGUNDO LIVRO QUE LEIO DO SARAMAGO. UM ESCRITOR COM UMA FORMA PRÓPRIA DE ESCREVER QUE NÃO AGRADA A TODOS… ADOREI A HISTÓRIA! INCRÍVEL! ESCREVE SEMPRE ALGO FORA DA CAIXA E QUE NOS DEIXA A PENSAR.
Incrível
David Almeida
Mais um livro de Saramago, talvez O livro. Saramago foi e será sempre um dos maiores génios da literatura mundial. A realidade distópica que imaginou tão real nos dias de hoje. Livro mais do que aconselhado! Livros como este são raros.
excelente livro!
Diogo S
adorei esta obra, top 3 do saramago até agora :) super interessante a descrição feita do cenário apocalíptico durante a propagação da epidemia de cegueira. o papel que a mulher do médico desempenha representa bravura e destreza em tempos adversos
Lido em dois dias
Ana Cláudia Dâmaso, autora
Andava curiosa com esta obra há uns anos mas, o que realmente me voltou a despertar a atenção para ele foi a série ´´See´´, claramente inspirada pelas condições distópicas presentes nesta história. A premissa foi, para mim, cativante: uma doença torna-se pandémica - de uma forma que, do ponto de vista médico, impossível - sendo transmissível a partir da proximidade e cujo único e aterrorizador sintoma é... deixar de ver! O que o autor fez foi pensar no ´´e depois?´´ - que medidas tomaria o Governo, onde os iria isolar? Que capacidade tinha um país para cuidar de cegos, quando os indivíduos que se aproximavam cegavam logo a seguir? Como sobreviveriam? Que novas regras implementariam? Deu-se aqui uma espécie de´´ Deus das Moscas´´ para adultos, acrescentando-lhe um importante e medonho facto: todo o mundo cegou, as pessoas começam a tomar atitudes desesperadas ou maldosas perante as outras, pois ninguém as vê. Ou assim pensam, porque... Uma única e singular pessoa NUNCA perdeu a visão e é essa mesma que testemunha todo o caos e atrocidades de que o ser humano é capaz por sobrevivência e/ou ganância. Li-o EM DOIS DIAS, apesar da escrita particular do autor, Nobel da Literatura (que, como sabemos, escassa na pontuação, mas não na imaginação), pois o mundo e o conceito cativaram-me imenso, deixando-me agarrada às páginas, querendo saber que aconteceria de seguida. Mais uma particularidade que achei interessante foi o facto de, tanto a personagem principal, como todas as outras não terem nome, sendo-nos apresentadas por ´´o primeiro cego´´, a ´´dos óculos´´, o ´´ladrão´´, e por aí adiante. ´´No mundo dos cegos, o nome não tem valor´´, assim é explicado por Saramago.
Genial
MM
Tal como todas as obras de Saramago que li até ao momento, esta prendeu-me do início ao fim. Retrata um tema bastante atual, uma situação pandémica e o comportamento humano face à mesma. Recomendo vivamente
Essencial
Ana
Enquanto parábola da condição humana este livro pode ter significados diversos, mas uma coisa é certa, nesta obra encontramos enumeras frases que definem a humanidade de forma certeira. A escrita de Saramago é inconfundível e esta edição está simplesmente linda.
Grande Livro
André
Um grande livro que vale a pena ler. A impressão está 5*. Aconselho
Bom livro.
Rolando
Vale a pena, mas a escrita exige alguma adaptação.
Saramago, um amor que se ganha e nunca perde
Rita Duarte
Li Saramago pela primeira vez na escola secundária. Não fiquei fã, e lá ficou na prateleira. Cruzei-me com o Ensaio Sobre a Cegueira anos mais tarde e decidi dar uma oportunidade a outra história. Rendi-me nas primeiras páginas e, depois de muitos outros romances de Saramago lidos, este ficou sempre como meu favorito. Pungente, sarcástico, crítico, envolvente, surpreendente, escrito como poucos. A ler e reler.
Leitura obrigatória
Tiago Pires
Se tivesse que descrever este livro numa só palavra diria envolvente. Uma obra extremamente atual que toca em muitos pontos críticos negativos da ação do ser humano, que nos incentiva a efetuarmos uma introspeção de quais os valores que prevalecem na sociedade. Como é característica de José Saramago, em toda a narrativa está implícito um forte sentido crítico, muitas vezes irónico e sarcástico. Vale a pena ler!
Um dos melhores livros de sempre.
Jéssica
Sendo Saramago o meu escritor favorito, fica difícil uma obra dele não me maravilhar. Porém, atrevo-me a dizer que esta foi a melhor obra de Saramago que li até agora. O tema abordado é super atual, ainda por mais nos tempos que correm, e é leitura obrigatória.
Livro Incrível
Simao Pedro
Um livro extremamente atual, ainda mais agora que vivemos uma situação pandémica. A ideia de que a cegueira nos mata e de que a visão faz a vida florescer é uma das introspecções mais profundas que um ser humano pode fazer. Falamos tanto em felicidade e por vezes tudo o que precisamos está à distancia de um abrir de olhos. Recomendo inteiramente a quem procure uma boa historia e também uma reflexão sobre a existência humana.
Incrível
Juliana
Apenas o livro mais incrível é espetacular que já li, nada demais... Saramago é o meu escritor favorito. E este o meu livro preferido. Recomendo a todos.
O meu livro favorito
Daniela
Sou apaixonada pelas obras deste autor português, cada uma delas nos envolve e surpreende de uma maneira diferente. Esta, no entanto, é na minha opiniao, a sua verdadeira obra prima. E se de repente uma epidemia de cegueira branca se instalasse no nosso país? A obra retrara, através dos olhos da única personagem que capaz de ver, até onde as acções so ser humano conseguem ir perante um momento de crise. Mostra-nos como somos incrivelmente capazes de amar e de ajudar o próximo assim como as coisas desesperadas que fazemos por fome ou medo. Saramago dá-nos uma ampla visão daquilo que é o ser humano e faz-nos também questionar como reagiriamos em determinada situação. O ensaio sobre a cegueira, tem vindo ao longo dos tempos inspirando vários livros, filmes e artistas, sendo umas das minhas obras favoritas as esculturas de Bernardi Roig. Definitivamento um livro que qualquer pessoa deve ler!
Dos melhores livros que já li
Ana Gradim
Tinha algum receio de ler Saramago. Mas ainda bem que lhe dei uma oportunidade. Este é sem dúvida dos melhores livros que eu já li na minha vida.
Brilhante!
Catarina Barata
Absolutamente brilhante! (Um bocado irónico, quem já leu o livro certamente perceberá...). Comprei este livro ainda um pouco reticente, pois tinham-me dito que a leitura de José Saramago era difícil, demasiado descritiva e que se tornava rapidamente aborrecida... Ora, no entanto eu já tinha lido o "Memorial do Convento" (e sim, li mesmo o livro todo) e tinha gostado imenso, partir daí cresceu a minha curiosidade perante este autor. Pouco tempo depois li também o fascinante livro "As Intermitências da Morte" que me continua a fascinar e a ser um livro brutal para mim. Assim que pude comprei então o "Ensaio sobre a cegueira" por ser talvez um clássico, mas poderia ter comprado qualquer outro livro deste autor. Ainda bem que esta foi a minha escolha! Que retrato tão cru e brutal da nossa sociedade! Não farei aqui nenhum resumo da história, mas aconselho vivamente todos os leitores a lerem este livro e a refletir sobre ele! Considero o livro de uma leitura extremamente acessível, no entanto com mensagens profundissimas que devemos ter maturidade para as interpretar. Boas leituras!
Caros leitores, esqueçam o filme...
Jéssica MS Martins
Tenho que admitir que o motivo pelo qual me levou a ler o livro, foi ter visto o filme... Só deu mesmo para ficar com o "bichicho", ao menos isso foi de louvar... Todos nós sabemos que um filme, dificilmente faz justiça a um bom livro, porém ficou mesmo muito aquém. Este livro detalha, com um estilo único de narrativa e diálogo, que nos vicia do início ao fim. Só tenho a dizer que vale cada página!
ESTRONDOSO
Marta Dias
Foi sem dúvida dos melhores livros que li na minha vida, Saramago neste livro, consegue criticar de uma forma super subtil, a sociedade da sua altura e constatamos que nada mudou desde então...Uma cegueira diferente das outras aparece e tudo muda, uma história inebriante, surpreendente, que nos coloca a pensar nas coisas que afinal são mais importantes à vida...
Arrepiante!
Luis Pereira
Mais uma pérola do nosso Saramago. É um livro extremamente violento, que através de uma "cegueira" coletiva, expõe os defeitos e as qualidades do ser humano e nos relembra o quão longe estamos da "HUMANIDADE" Mais um Must-Read-It de Saramago, que foi traduzido em mais de 40 línguas. É lamentável que nunca se lhe tenha dado o devido reconhecimento (devido a fatores religiosos).
Fantástico
Beatriz
Um livro com uma história que nos prende do início ao fim
Marcante
EN
Outra das obras primas do nosso Nobel. Um reflexão sublime sobre o que de pior e melhor o ser humano tem. Como o inesperado, de repente, cria laços e inimigos. Uma análise profunda da sociedade actual, e do ser humano e sua complexidade emocional. Leitura indispensável.
Irresistível
Rafaela
Apesar da escrita incontornável de José Saramago, que exige concentração e dedicação, esta é uma obra à qual devemos renunciar uma leitura, quanto mais não seja uma vez na vida. Nela Saramago retrata a fragilidade e inocência do ser humano perante situações não expectáveis. Para além disto, aborda as questões de identidade própria e perda de dignidade, sem nunca esquecer a dignidade da mulher que é sempre questionada em contextos trágicos. Sem dúvida um romance clássico e de indispensável leitura.
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