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Para os Açores e Madeira, a oferta de portes é sempre aplicável.
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Promoção válida para encomendas de livros não escolares registadas até 31/12/2023. Descontos ou vantagens não acumuláveis com outras promoções.
As personagens e a acção desta história têm um carácter profundamente humano com um tom dramático e até desesperado.
«Querido leitor: São horas de te receber no portaló da minha pequena Arca de Noé. Tens sido de uma constância tão espontânea e tão pura a visitá-la, que é preciso que me liberte do medo de parecer ufano da obra, e venha delicadamente cumprimentar-me uma vez ao menos. Não se pagam gentilezas com descortesias, e eu sou instintivamente grato e correcto (…)»
Miguel Torga
Quatro clássicos portugueses para (re)ler nas férias
Não é necessário estar a flanar ociosamente numa quinta à beira-Douro, entre os turistas do Chiado ou o arvoredo de Sintra, de papo para o ar na praia da Figueira da Foz, a cirandar pelas ilhas açorianas ou em Alhandra, com o Tejo aos pés, para mergulhar de cabeça nestes quatro clássicos da literatura portuguesa. Férias são férias. Aproveite, pois, para desligar o telemóvel, ligar o cérebro e revisitar o Portugal de outros tempos conforme o descreveram, em diferentes épocas, quatro autores essenciais da literatura portuguesa. Puro prazer estival, livre de quaisquer obrigações e ao preço módico de um livro de bolso.
OS MAIAS
É provável que tenha sido obrigado a lê-lo na escola e atormentado pela necessidade de decorar o resumo detalhado dos dezoito capítulos e a importância das analepses na economia da narrativa da obra. Esqueça. Eça não tem culpa nenhuma disso. Livre das obrigações escolares, o romance que publicou em 1888 é puro gozo — da língua portuguesa, do ambiente lisboeta da época e de uma certa, e deliciosa, safadeza oitocentista.
Se não tiver presente, sequer, o fulcro do enredo, tanto melhor. Da ficcional Quinta de Santa Olávia — na margem esquerda do rio Douro, em Resende, entre “águas vivas, nascentes e repuxos” — à “Toca” dos Olivais, passando pelos vícios e empáfias da aristocracia lisboeta do final do século XIX, Os Maias ferve de amores adúlteros e de extraordinárias tiradas cómicas, nas quais, não raro, se percebem rasgos de enorme atualidade. No fundo, pouco mudou: troquem-se as carruagens puxadas a cavalo pelos últimos modelos da Mercedes (ou da Tesla), as casacas e a seda dos vestidos pelas modas da Avenida da Liberdade ou do El Corte Inglés, e a “choldra” queirosiana mantém-se quase intacta e vivíssima.
No centro da narrativa estão os amores de Carlos da Maia e Maria Eduarda, e uma história com o seu quê de trágico e de refinado humor. Quando a intriga se esclarece, Carlinhos e João da Ega farão o que até há bem pouco tempo faziam os melhores clientes das companhias aéreas da era pré-Covid: partem de viagem para o Japão, com passagem por Londres, devidamente anunciada na coluna «High Life» da Gazeta Ilustrada, a qual, à época, fazia as vezes das redes sociais de agora. Por outro lado, se os homens d’Os Maias são vaidosos, volúveis, covardes e fracos, as mulheres, essas, são todas apaixonadas, inebriantes, altivas e capazes de meter num bolso as influencers do Instagram do século XXI: de Maria Monforte a Maria Eduarda, passando pela judia Raquel Cohen ou pela ruiva condessa de Gouvarinho, o mais difícil é não cair tão enamorado como Pedro da Maia, Carlos, Dâmaso ou João da Ega.
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MAU TEMPO NO CANAL
«Ao entardecer os campos enchiam-se de neblina, o Pico ficava baço e monumental nas águas». A bucólica descrição podia constar de um qualquer guia de viagem dos Açores, à mão de um moderno turista. Mas não. É o princípio do nono capítulo de Mau Tempo no Canal, no qual Vitorino Nemésio, com as cores fortes e realistas de 1920, pinta as ilhas que a indústria do turismo tem vindo a descobrir nos últimos anos. Publicado originalmente em 1944, o romance atravessa os ambientes e as paisagens do Faial, da Terceira, de São Jorge e do Pico, e sobretudo da cidade da Horta, centrando-se num enredo tributário da impossível e imortal paixão de Romeu e Julieta, deslocado, porém, para o ambiente estratificado, burguês, beato sombrio e opressivo dos Açores.
A intriga está semeada de pródigas pinceladas de análise social, úteis para a compreensão da atualidade das ilhas e dos seus lugares. Mais do que a história da afeição de Margarida Clarck Dulmo e João Garcia, trata-se de uma viagem ao carácter dos açorianos, das suas emoções, cheiros, palavras e angústias, entre muros de pedra de lava e temporais copiosos, as vítimas da peste, as touradas e a aventura épica dos baleeiros — a golfada de um grande cachalote erguendo-se das ondas, o remo de esparrela empunhado, os homens avançando para o combate sem pinga de sangue. No centro de tudo, Margarida carrega no dedo, até ao fim, um anel figurando uma serpente cega.
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ESTEIROS
Não por acaso, oitenta anos após a primeira publicação de Esteiros, três edições distintas devolveram nos últimos meses aos escaparates das livrarias aquela que é uma obra fundamental do neorrealismo português e o retrato pungente da época em que os filhos dos homens não tinham, sequer, o direito a serem crianças — aos quais, de resto, Soeiro Pereira Gomes dedicou o livro.
Obra de denúncia da pobreza extrema, da injustiça social e do trabalho infantil enquanto regra essencial à sobrevivência de milhares de famílias de norte a sul do país durante o século XX português, o romance tem como cenário a vila de Alhandra, na margem direita do Tejo e às portas de Lisboa. Mas a intriga podia ser em Marte ou em qualquer outro planeta estranho e inóspito, tão distante está a realidade descrita no romance do quotidiano das mimadas crianças do século XXI, a despeito das desigualdades e iniquidades que, apesar de tudo, foram persistindo.
Para que a História não se esqueça nem se repita, Saguí, Gineto, Gaitinhas, Guedelhas e Maquineta estão, pois, de regresso, numa história que, pela sua frescura, lirismo e dimensão ética, foi capaz de superar os engulhos ideológicos e os atavismos estéticos do neorrealismo. Trabalham ora nos barcos que sulcam o rio, ora a descarregar vagonetas, ora numa fábrica de telhas que se alimenta da lama do Tejo vertida nos seus esteiros, e tudo lhes é negado — a infância, a escola, a comida, a roupa, o prazer, a família, o sonho e, às vezes, o próprio trabalho —, enquanto, ali ao lado, há cães de raça que só comem carne.
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SINAIS DE FOGO
Publicado postumamente em 1979 e concebido como parte de um projeto mais ambicioso que Jorge de Sena já não teve tempo de concluir, Sinais de Fogo é o retrato de um tempo (a década de 1930) e da geração que nele viveu, entre os primeiros sinais da ditadura que se instalava em Portugal e os ecos da guerra civil espanhola — mas também, e sobretudo, da descoberta do narrador, Jorge, enquanto persona poética. Atingido por um verso numa praia da Figueira da Foz – precisamente aquele em que percebe a humanidade como um conjunto de sinais de fogo no horizonte obscuro –, Jorge achar-se-á “transformado em poeta, por obra e graça”, e, portanto, “detentor da pedra filosofal (uma pedra filosofal que, em vez de fazer ouro com metais ignóbeis, abstraísse palavras da merda da vida)”.
O livro conta com um dos mais excitantes arranques narrativos de toda a literatura portuguesa do século XX e vagueia entre o ambiente estival da Figueira da Foz transformada pelas consequências da guerra no país vizinho e uma Lisboa opressiva e inimiga das liberdades individuais, cuja marginal de “azinhagas lúgubres”, entre Belém e Algés, se vê povoada de montanhas de carvão e barracas de madeira habitadas por gente miserável.
Recriação das experiências pessoais do autor e do tumultuoso e vibrante processo de entrada na idade adulta, Sinais de Fogo cruza os sinais da História com o processo criativo do narrador, as paixões e a descoberta sexual de uma geração angustiada pelas imprevisíveis tragédias que se pressentem nas vésperas do início da Segunda Guerra Mundial. É também, por isso, um reflexo (onírico, poético, realista, moderno e perturbador) da sociedade portuguesa da época e, necessariamente, um manifesto estético e político, no qual Jorge de Sena trabalhou durante o seu exílio no Brasil.
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Poema da semana
SÍSIFO
Recomeça…
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar
E vendo,
Acordado,
O logro da aventura.
És Homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789722036863 |
Editor: | BIS |
Data de Lançamento: | setembro de 2008 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 125 x 189 x 5 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 96 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | BIS |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Contos |
EAN: | 9789722036863 |
Apego à terra
Cpinto
Miguel Torga presenteia-nos com uma obra onde é possível sentirmos o seu lado mais rural, o seu apego à natureza. Apesar de esta obra ter sido escrita em 1940, considero-a intemporal e, acima de tudo, fenomenal. A forma maravilhosa e simplista como é escrita faz-nos sentir atraídos pelo mundo rural, pela natureza...
Bichos de Miguel Totga
António Vieira
Li um excerto deste livro no meu manual de Português e pedi aos meus pais para o comprarem. Estou a gostar muito dos contos, o meu preferido é o Latino.
Melhor livro de contos da literatura portuguesa
André Teixeira
Contos interessantíssimos, acessíveis a quaisquer faixas etárias. Com um vocabulário que recupera o jergão tradicional das zonas rurais do nosso país, que mantém viva uma linguagem tão portuguesa. Nestes contos entendemos também que a vida do Homem não é assim tão distinta da dos outros animais.
LP
Liliana Pinho
Recomendo a leitura do livro. Leitura consciente para que nos torne-nos seres humanos melhores.
Incrível
Raquel
Um excelente livro de um escritor maravilhoso... "Bichos"é uma obra realmente muito interessante e é incrível a forma como o escritor nos leva a pensar sobre os nossos comportamentos enquanto seres humanos ... com uma metáfora tão bonita. Recomendo a leitura.
Português
Ana Sofia Filipe
Uma escrita tipicamente portuguesa, num ambiente bucólico, com a visão dos vários animais. Pequeninas histórias que nós fazem sorrir e sentir proximidade com o que nos é narrado. Sentindo o papel dos animais, poderemos compreendê-los melhor e aprender a respeitá-los.
Bichos - Miguel Torga
Ana Borges
Uma excelente obra de Miguel Torga, que todos deviam ler, na qual o autor através de uma linguagem rude e áspera, própria das aldeias do interior de Portugal, nos fala do homem que é adorado em pequeno, que é querido enquanto tem força, mas que quando envelhece é desprezado pela sociedade. Uma obra que devia ser lida por todos, pois dessa forma talvez os homens se tornassem mais humanos e menos bichos!...