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As Naus

(Pref. por Ricardo Araújo Pereira)

de António Lobo Antunes

editor: Leya, setembro de 2016
Em imaginoso encontro de tempos e espaços, figuras diversas da História e da Literatura portuguesas (sobretudo dos séculos XVI e XVII), a par de um casal anónimo vindo da Guiné e de algumas figuras estrangeiras de renome, encontram-se em Lisboa na situação de retornados no pós-25 de Abril de 1974. Subvertendo as histórias individuais dessas diferentes personalidades - Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Francisco Xavier, Diogo Cão, Manuel de Sousa de Sepúlveda, Vasco da Gama, Fernão Mendes Pinto - conta-se das suas vidas em terras africanas, diferentes das que a História consagrou como tendo sido o seu percurso, e de como na sua maior parte se ocupam, após o regresso à metrópole, de actividades menos dignificantes que vão do proxenetismo de Francisco Xavier e Fernão Mendes Pinto à exploração de boîtes e bares manhosos por Manoel de Sousa de Sepúlveda e à batota no jogo da sueca de Vasco da Gama. Projectando nos vultos históricos de navegadores, escritores, heróis e missionários a inditosa aventura de retorno dos colonos no pós-25 de Abril de 1974, multiplicando neles as marcas do descalabro e da irrisão (físicas e morais), recorrendo a efeitos de burlesco, de sátira e de rebaixamento carnavalescos, inverte António Lobo Antunes o assaz mitificado e glorioso sentido dos descobrimentos portugueses, reescrevendo assim «Os Lusíadas» em modo paródico.

As Naus

(Pref. por Ricardo Araújo Pereira)

de António Lobo Antunes

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722059954
Editor: Leya
Data de Lançamento: setembro de 2016
Idioma: Português
Dimensões: 162 x 243 x 17 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 192
Tipo de produto: Livro
Coleção: Livros RTP
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722059954
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Estranheza da Genialidade

Joana Romão

Comprei este livro porque a sinopese me chamou à atenção. Quis preceber como se cruzavam as histórias destas importantes presonagens da história portuguesa. A verdade é que tal cruzamento é bastante estranho, tudo é estranho desde as histórias pecaminosas de vida das personagens, aos saltos temporais entre o período dos Descobrimentos e do Pós-Abril, até mesmo ao narrador que tanto fala na terceira como na primeira pessoa. Não sentia tal estranheza desde que li o Memorial do Convento. No entanto, tudo isto é genial e não acho possível que outra pessoa se lembrasse de tal enredo. Embora não tenha sido a leitura que esperava, gostei de conhecer ALA desta forma.

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Espaço sem tempo da Nacionalidade ao seu torpor

Gonçalo Allen Serras Pereira

ALA é genial e ultrapassa tudo o que produziu até hoje, com uma quase satírica epopeia da sobreposição quântica da literatura histórica. Tenho pena que lhe faltem uns séculos ( espaço)pelo meio, para os quais ainda não ganhou perspectiva histórica (nem quântica), e serenidade emotiva derivada da queda dos muros e pré-globalização Também um dia gostava de poder dizer adeus ao Senhor Saraiva

António Lobo Antunes

António Lobo Antunes nasceu em Lisboa, em 1942. Estudou na Faculdade de Medicina de Lisboa e especializou-se em Psiquiatria. Exerceu, durante vários anos, a profissão de médico psiquiatra. Em 1970 foi mobilizado para o serviço militar. Embarcou para Angola no ano seguinte, tendo regressado em 1973. Em 1979 publicou os seus primeiros livros, Memória de Elefante e Os Cus de Judas, seguindo-se, em 1980, Conhecimento do Inferno. Estes primeiros livros são marcadamente biográficos, e estão muito ligados ao contexto da guerra colonial; imediatamente o transformaram num dos autores contemporâneos mais lidos e discutidos, no âmbito nacional e internacional. Todo o seu trabalho literário tem sido, ao longo dos anos, objeto dos mais diversos estudos, académicos ou não, e dos mais importantes prémios, nacionais e internacionais. A sua obra encontra-se traduzida em inúmeros países.

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