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Os Transparentes

de Ondjaki
Livro eBook
editor: Editorial Caminho, novembro de 2012
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Ondjaki, o escritor angolano já bem conhecido do público por obras como o assobiador (2002), quantas madrugadas tem a noite (2004), os da minha rua (2007), AvóDezanove e o segredo do soviético (2008), entre outros títulos, sempre colocou Angola, e em particular Luanda, de onde é natural, no centro da sua escrita.

Com o presente romance, de novo aparece Luanda - a Luanda atual do pós-guerra, das especificidades do seu regime democrático, do «progresso», dos grandes negócios, do «desenrasca» - como pano de fundo de uma história que é um prodígio da imaginação e um retrato social de uma riqueza surpreendente.

Combinando com rara mestria os registos lírico, humorístico e sarcástico, os transparentes dá vida a uma vasta galeria de personagens onde encontramos todos os grupos sociais, intercalando magníficos diálogos com sugestivas descrições da cidade degradada e moderna.

«O que capta Ondjaki nas descrições, nos diálogos, na definição das personagens, no lindíssimo português de Angola, cheio de empréstimos do kimbundu, do brasileiro […], do inglês, enriquecido pelas corruptelas da oralidade […] sempre em perpétua mudança e com a capacidade de nos desconcertar a cada momento […] é Luanda; a Luanda que quem lá vive ou viveu recentemente reconhece e que com este livro ficará registada para memória futura. […]
[este livro leva] Ondjaki para os lugares mais altos da literatura angolana. Onde está Luandino Vieira, onde está Pepetela, onde está José Eduardo Agualusa, brilha agora com intensidade Ondjaki.»
António Rodrigues, Público

«A história do homem transparente e do prédio onde vive está marcada por um delicioso registo humorístico, por vezes irónico, que se constitui como contraponto às acutilantes denúncias da degradação social e à visão amarga da vida na capital […] É no mesmo registo bem humorado que outras obras da literatura mundial são convocadas para a representação das coisas angolanas: antes de mais Dom Quixote, de Cervantes, através da nomeação do assessor do ministro, o SantosPrancha; mas também Camões, presente na designação atribuída ao galo a quem falta um olho, o GaloCamões; ou ainda James Cain com a referência ao carteiro que toca sempre duas vezes.»
Agripina Carriço Vieira, JL

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Que se passa na literatura angolana?

Haverá coisa mais bela do que ver formas diferentes de dizer entre quem fala a mesma língua? Há um instrumento em comum e muitos livros para abrir.

PEPETELA
É não só dos maiores de Angola, mas também da lusofonia. Nascido em 1941, Pepetela viria a ganhar o Prémio Camões em 1997. No que escreve, temos acesso à História contemporânea de Angola, de uma forma que livros científicos ou jornais são incapazes de dar. São as artérias que lá estão. Prova disso é o seu romance mais lido, Mayombe, publicado em 1979. Ali, temos a organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de Angola, ao lado de quem Pepetela lutou pela libertação do seu país. Mais do que um livro de História, que só mostra a vida por fora, aqui temos as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante a guerra – ou seja, a parte obscura e profunda em que os historiadores não conseguem mergulhar. Lê-lo, por isso, é entender melhor a vida. Ora, Pepetela conta muito sobre Angola, porque pega na História viva e mostra aos leitores as vísceras. Depois da guerra, continua nas entranhas do país. Por exemplo, em A Geração da Utopia, mostra o capítulo seguinte da vida, com a desilusão que se instalou no país após a independência. E, como a obra de Pepetela é muito mais do que as crónicas da contemporaneidade, também abraça o período pré-colonialismo, como em Lueji, que conta as histórias de Lu e Lueji, que viveram com quatro séculos de permeio, as duas com uma coisa em comum que é comum a todos nós, aqui entrelaçadas na história de Angola. Pepetela / Foto © Jorge Nogueira José Eduardo Agualusa / Foto © LaraLongle, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons AGUALUSA
Agualusa, perdoe-se-me a objetificação, é o bonitão da literatura lusófona. Podíamos pô-lo num catálogo de modelos, mas como escreve tão bem também entra nesta lista. O autor, que é multifacetado, acaba de lançar Mestre dos Batuques, um romance com selo da Quetzal. Aqui, a narrativa vai a tudo, tanto pegando num pelotão de soldados europeus encontrado sem vida como numa história de amor, numa sociedade secreta de guerreiros ovimbundo ou num rei-mago, numa mulher que se faz invisível ou num homem que quer captar o que se vê com uma máquina. Há gente real, e gente que só é real nos livros, o que, para o propósito de um romance, não lhe diminui a vida. Sobretudo, há o substrato, que mostra ao leitor coevo como e de que matéria se faz um país. Ora, depois de uma narrativa tão cheia de tudo, e que mostra tanto mundo, dá para ir a O Mais Belo Fim do Mundo. O livro é um compêndio de contos, crónicas e apontamentos reunidos entre 2018 e 2021, publicados na imprensa portuguesa e brasileira. Assim, vira-se para a coetaneidade, e fá-lo naquele misto que a mão de um criador literário permite, tornando híbridas as fronteiras entre os géneros. Findo cada texto, pode haver a dúvida sobre se o que se leu é ficção ou realidade, mas o melhor é nem perder tempo a pensar nisso, até porque, a seguir, e segundo várias entrevistas, se pode ter inveja – mas inveja boa – de uma amizade que parece pertencer à candura da ficção. O Terrorista Elegante e Outras Histórias foi escrito a quatro mãos com Mia Couto. Este artigo é sobre literatura angolana, mas damos espaço a duas mãos de Moçambique, essas que se voltaram para as três novelas deste livro. Recomenda-se logo a segunda, mais não seja pelo início. «Venho aqui para matar». Gente mórbida como eu gosta destas coisas. O leitor fica logo interessado, e descansado por estar protegido pela distância entre os olhos e o papel. E venha mais distância com Teoria Geral do Esquecimento. No romance, seguimos Ludovica, portuguesa que, na véspera da independência de Angola, está de tal forma amedrontada que se isola no seu apartamento. Chega ao ponto de erguer uma parede, separando-se do resto do mundo, e ali fica durante quase trinta anos, sobrevivendo à míngua. À sua volta, lá longe, Luanda cresce, vive, muda. Só ela fica estática. O leitor lá julgará que se entende que a instabilidade cause insegurança, mas talvez mais valha viver de mãos sujas do que as ter limpas no fim.
ONDJAKI
Sou tão fã de Ondjaki que um dia hei-de pendurar um poster seu na sala. Se eu pudesse – mas não posso –, roubava-lhe a expressão “vermelho devagarinho”, e dormia abraçada a ela, fingindo que a inventara. Fui buscá-la a Os Transparentes. Há uma coisa irritante em Ondjaki, que é ser capaz de fazer coisas que eu queria ter feito. Este romance está cheio delas, desde expressões tão belas que roçam o escândalo indecente a ginástica com a língua, como se vê com uma personagem chamada SantosPrancha ou um galo mirolho chamado Camões. É a narrativa longa de maior fôlego do autor angolano e cabe lá a vida inteira, metida em Luanda. Lemo-la no papel branco, mas, já se adivinha, nunca deixa de se ver o vermelho devagarinho que é coisa de fim de tarde. O Livro do Deslembramento também me enerva por ser tão bom, começando logo no título. Aqui, o leitor vê a vida em Luanda após a guerra civil, apanhando as primeiras eleições no país. Ora, pouco depois, ressurge a guerra, contada pela voz de uma criança – e mais um elogio a Ondjaki, o maior da lusofonia a criar vozes de pimpolhos. Falando em crianças, não dará para ignorar que também na literatura infantil o autor é o príncipe da pequenada. Em A Estória do Sol e do Rinoceronte, belamente ilustrada por Catalina Vásquez, o autor conta a história, feita fábula, de um rinoceronte que aprendeu uma lição com o sol. Daí nasce uma história sobre empatia, contada em verso. Em Senhor Feroz, ilustrado por Alex Gozblau, temos um conto poético sobre liberdade e laços de família, que se inicia com uma menina triste, a tapar os olhos, e a contar “a coisa mais desalinhada” que alguma vez sentiu acontecer na praia. E a ilustração, convém dizer, é um encanto. Ynari, A Menina das Cinco Tranças tem ilustração de Danuta Wojciechowska, e muito mais texto do que os anteriores, destinando-se a um público um pouco mais velho, embora ainda juvenil. Na história, Ynari depara-se, junto ao rio, com um homem muito menor do que os homens que conhecia. E há ainda o magnífico O Voo do Golfinho: mas não será sobre um pássaro? Não vou dizer. Digo só que, quando se entra nas páginas deste livro, quase todas azuis de mar, parece que se nada. Ondjaki

Os Transparentes

de Ondjaki

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722125956
Editor: Editorial Caminho
Data de Lançamento: novembro de 2012
Idioma: Português
Dimensões: 138 x 212 x 28 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 428
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722125956
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Rendida ao Autor!

Cátia Pereira

Foi o meu primeiro livro do autor e confesso-me rendida. Ao longo do livro, sentimos Angola e as várias personagens de uma forma completamente arrebatadora, um misto de emoções. Recomendo bastante!

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Absolutamente apaixonante e poético!

Helena Cruz Ventura

Extraordina´rio. Lia mais quatrocentas pa´ginas do Largo da Maianga. Este e´ um livro feito de pessoas. E´ feito de amor, de dor, de capitalismo, de idealismo, de saudosismo e nostalgia. Este livro tem Luanda e tem Angola. Tem o mundo. Tem as desigualdades, as disparidades, mas tambe´m as comunidades, as irmandades e a humanidade. De todas as pessoas de que este livro e´ feito, gostava de destacar duas mais favoritas (porque todas o sa~o, para sempre): o carteiro, representac¸a~o perfeita de resilie^ncia, de garra, de luta contra as burocracias e as injustic¸as constantes no mundo, contidas em pedidos humanos, feitos por humanos a outros humanos. E, claro, Odonato. A meta´fora perfeita de Luanda, da saudade do passado e do futuro. Absolutamente apaixonante!

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Excelente romance

F. Pedro Oliveira

Uma aventura ganha por Ondjaki nesta incursão, infelizmente única, no romance de grande fôlego.

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Vale a pena ler

Kamalee

Adorei o livro desde a prieira página até à última. Recomendo!

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A ficção quase ultrapassa a realidade

Pedro Jorge Moreira

Para quem, como eu, nunca esteve em África, muito menos numa metrópole como Luanda, aqui está um livro que nos mostra o que é a realidade angolana nestes anos oscilantes do início do século. Esta história deixa-nos agarrada aos personagens, gente desgraçadamente lutadora, mas invisível a uma "pseudo elite", preocupada apenas com o seu bem-estar fugindo da miséria, esquecendo-se que a estrada que os leva da mansão ao ministério, é a mesma que os "transparentes" percorrem dia-a-dia. São personagens, diálogos, ideias e momentos destacando os mais desprotegidos, mas a verdadeira alma angolana. Não por acaso, este livro é Prémio José Saramago.

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A realidade

Luisa

A realidade do dia a dia de Luanda , como é possível tanta diferença social e o desrespeito pela pessoa humana. Adorei o livro para mim foi uma surpresa .

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Luanda real

Costa pereira

As palavras que as personagens utilizam são a forma de falar mwangole. Então o prédio onde se desenrola grande parte da acção existe mesmo junto a kinaxixe. Livro muito cuia e com cheirinho a angola. Estou a esperar o próximo olhar crítico da sociedade angolana versus povo.

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BEm ou MAL...

CRISTINA NOBRE

A loucura da avidez do ser humano pode fazer-nos transparentes: para o Bem ou para o Mal, sem caminhos de relativização...

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Ondjaki

Bruno Alexandre Furtado da Silva Cardoso

Uma visão humorística e ao mesmo tempo sarcástica da sociedade angolana, com descrições formidáveis da cidade de Luanda. vale a pena ler.

SOBRE O AUTOR

Ondjaki

Ondjaki nasceu em Luanda em 1977. Prosador. Às vezes poeta. É membro da União dos Escritores Angolanos. Está traduzido em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, swahili e polaco. Prémio Literário Sagrada Esperança 2004 (Angola) e Prémio Literário António Paulouro 2004; Grande Prémio de Conto «Camilo Castelo Branco» C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE 2007, com os da minha rua; o Grinzane for Africa Prize – Young Writer 2008 (pelo conjunto da obra); Prémio FNLIJ (Brasil 2010, 2013 e 2014); prémio JABUTI (Brasil 2010), na categoria Juvenil, com AvóDezanove e o segredo do soviético (romance); e o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância, 2012, com a bicicleta que tinha bigodes. Em 2013, com os transparentes, ganhou o Prémio José Saramago.
Vence o prémio Literário Vergílio Ferreira 2023 da Universidade de Évora. O júri, que decidiu a atribuição por unanimidade, destacou "o contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência crítica para todos os falantes de português".

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