O Retorno
Livro de Bolso
de Dulce Maria Cardoso
Sobre
o Livro
Sinopse
1975, Luanda. A descolonização instiga ódios e guerras. Os brancos debandam e em poucos meses chegam a Portugal mais de meio milhão de pessoas. O processo revolucionário está no seu auge e os retornados são recebidos com desconfiança e hostilidade. Muitos nao têm para onde ir nem do que viver. Rui tem quinze anos e é um deles. 1975. Lisboa. Durante mais de um ano, Rui e a família vivem num quarto de um hotel de 5 estrelas a abarrotar de retornados — um improvável purgatório sem salvação garantida que se degrada de dia para dia. A adolescência torna-se uma espera assustada pela idade adulta: aprender o desespero e a raiva, reaprender o amor, inventar a esperança. África sempre presente mas cada vez mais longe.
Críticas de imprensa
«É muito, muito difícil um livro assustar-nos e comover-nos desta forma. Comover-nos com a fragilidade daquela mãe, com a sua necessidade de acreditar que o pai vai voltar. Comover-nos com as lágrimas de uma miúda que é apalpada por ser retornada. Com a amizade entre o puto e o porteiro do hotel que lhe oferece uma bicicleta velha. Com aquela irmã que tenta fingir que é de “cá”. (...) É um país pequeno, desconfio que pouco sereno, neurótico porque rejeita a sua agressividade, mas é também um país que tem meia dúzia de pessoas que se recusam a enterrar a cabeça na areia, que retiram camadas à mentira que cobre os nossos dias. É gente de coragem, é gente de brio. É gente como Dulce Maria Cardoso que, a partir deste O Retorno, deve ser incluída no panteão dos escritores maiores, aqueles que escrevem com vísceras.»
João Bonifácio, Público, 5 estrelas
«Dulce Maria Cardoso encontra o registo certo em todas as cenas, emocionado e seco, triste e orgulhoso, cheio de culpa e incerteza, de palavras africanas que eram o português angolano, de recordações epocais, como fotonovelas ou marcas de uísque. É essa história visivelmente vivida, sem demagogia nem rasuras, que faz de O Retorno um romance há muito aguardado.»
Pedro Mexia, Expresso, 4 estrelas
«(...) uma precisão narrativa e uma clareza de estilo absolutamente admiráveis.»
José Mário Silva, Ler
«Dulce Maria Cardoso, provavelmente a mais importante escritora da sua geração, publica O Retorno, o primeiro caso sério de reflexão literária sobre os 500 mil retornados que aterraram em Portugal em 1975. Embora a escritora, vinda de Angola, fosse um deles, isto não é “um ajuste de contas” com o passado. Mas talvez seja um ajuste de contas com a obra dela.»
José Riço Direitinho, Público
«Há quem a considere uma autora genial. (...) Os seus livros têm tido mais fortuna fora de Portugal, tanto em edições estrangeiras como na atribuição de um prémio europeu de literatura. O quarto romance poderá aproximá-la de um público mais vasto. Desde logo pelo tema. O Retorno narra a saga dos 600 mil portugueses que regressaram de África em situações dramáticas depois do 25 de Abril.»
Carlos Vaz Marques, Ler
João Bonifácio, Público, 5 estrelas
«Dulce Maria Cardoso encontra o registo certo em todas as cenas, emocionado e seco, triste e orgulhoso, cheio de culpa e incerteza, de palavras africanas que eram o português angolano, de recordações epocais, como fotonovelas ou marcas de uísque. É essa história visivelmente vivida, sem demagogia nem rasuras, que faz de O Retorno um romance há muito aguardado.»
Pedro Mexia, Expresso, 4 estrelas
«(...) uma precisão narrativa e uma clareza de estilo absolutamente admiráveis.»
José Mário Silva, Ler
«Dulce Maria Cardoso, provavelmente a mais importante escritora da sua geração, publica O Retorno, o primeiro caso sério de reflexão literária sobre os 500 mil retornados que aterraram em Portugal em 1975. Embora a escritora, vinda de Angola, fosse um deles, isto não é “um ajuste de contas” com o passado. Mas talvez seja um ajuste de contas com a obra dela.»
José Riço Direitinho, Público
«Há quem a considere uma autora genial. (...) Os seus livros têm tido mais fortuna fora de Portugal, tanto em edições estrangeiras como na atribuição de um prémio europeu de literatura. O quarto romance poderá aproximá-la de um público mais vasto. Desde logo pelo tema. O Retorno narra a saga dos 600 mil portugueses que regressaram de África em situações dramáticas depois do 25 de Abril.»
Carlos Vaz Marques, Ler
Opinião
dos leitoresDetalhes
do Produto
O Retorno
ISBN
9789896711160
Editor:
Tinta da China
Idioma:
Português
Dimensões:
132 x 183 x 17 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
276
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
Livros em Português
> Literatura
> Romance
Gostei de ler o livro. Com o narrador acompanhamos “em tempo real” pensamentos, sentimentos, medos e acontecimentos da sua vida e da sua família. Um retrato de um período conturbado da história de muitos portugueses, que se viram a braços com um regresso à pátria na sua maioria atribulado e não desejado! Um bom testemunho para o futuro, duma época marcante na nossa história.
Belíssimo livro sobre os "retornados". sem ser sentimentalista, mostra-nos o outro lado das vidas daqueles que voltaram e ficaram com as vidas em suspenso. Imprescindível para compreender melhor a sociedade portuguesa. Excelente retrato de uma época decisiva da nossa história recente.
É um retrato fiel daquilo por que passaram os adolescentes (e suas famílias) que sendo apelidados de retornados se viram chegados a um país que desconheciam, foram mal recebidos, mal compreendidos e sentiram-se completamente deslocados. Recomendo vivamente para se entender um período marcante da nossa história. Obrigado à autora por este livro.
Uma leitura que prende, surpreende e desafia. Uma leitura que convida a várias releituras, pela surpreendente capacidade de escrita da autora e pelo seu fenomenal trabalho de pesquisa acerca da chegada dos retornados a Portugal e das suas dificuldades de adaptação. Ao longo da leitura, fui contactando com quem viveu esta realidade e o testemunho é coincidente com a história do livro. Absolutamente fascinante! Coloquei na estante dos "livros especiais".
Um livro apaixonante que retrata fielmente a realidade pura e dura dos nossos retornados. Recomenda-se não só a adolescentes como a adultos!
De leitura apaixonante! Foi o primeiro livro que li desta autora e achei muito bom. Uma realidade que me escapou completamente, a dos retornados, e que ela retrata sem medo ou lamechice. Muito bom, recomendo vivamente!
Uma forma clara e de narrativa interessante que nos vem explicar uma página da nossa história pós 25 de Abril. Percebemos aquilo por que passaram os retornados. Quem viveu a experiência, rever-se-á no livro. Quem não passou por ela, aprende o que foi.
Este é um daqueles livros que quando se começa a ler é impossível parar. O enredo está muito bem montado e a escrita é apaixonante. Não sou retornada, mas a minha mãe, tios e avós são, por isso as histórias não são totalmente novas, daí ser também interessante, pois gerou conversas intergeneracionais e claro também me chamou a atenção para situações que a minha família viveu de forma diferente. É um período importante da nossa história contemporânea e está é uma forma fantástica de a ele aceder se ainda não éramos nascidos. Obrigada, Dulce Maria Cardoso!
Conheci alguns retornados quando era miúda, mas era também demasiado miúda para lhes compreender a angústia, a tristeza, a melancolia e até a raiva. Este livro é brilhante e encantador e aproxima-nos dessa realidade, de todos esses portugeses que largarem o tudo que tinham e vieram desterrados para um país que era a deles mas que não era também. Recomendo vivamente, é um livro imperdível, muitíssimo bem escrito
Comprei o livro, mas ainda não o li. A temática interessa-me como pessoa que viveu esta realiadde, embora ainda adolescente. Foi uma prova dura para os meus pais...
Finalmente deita-se cá para fora tudo o que se tentou esquecer, o que se empurrou para um canto da memória, como se, evitando, pudéssemos fingir que nunca existiu. Dulce Maria Cardoso expôs sem paninhos quente o drama dos países (colonizadores e colonizados) e das suas gentes. Numa linguagem crua, que não poupou a visita aos preconceitos enraizados, aos ditos politicamente incorretos. É um livro duro, real, com uma escrita um pouco densa que não pode ser lida de ânimo leve.
Sempre que ouço comentários depreciativos acerca dos retornados (sim, ainda há quem se recuse a sarar essa ferida...) peço aos meus interlocutores que façam um exercício de empatia, que se imaginem naquela situação. Agora passarei a recomendar a leitura deste romance de Dulce Maria Cardoso. Grande livro!