Os Transparentes
de Ondjaki
Sobre
o LivroOndjaki, o escritor angolano já bem conhecido do público por obras como o assobiador (2002), quantas madrugadas tem a noite (2004), os da minha rua (2007), AvóDezanove e o segredo do soviético (2008), entre outros títulos, sempre colocou Angola, e em particular Luanda, de onde é natural, no centro da sua escrita.
Com o presente romance, de novo aparece Luanda - a Luanda atual do pós-guerra, das especificidades do seu regime democrático, do «progresso», dos grandes negócios, do «desenrasca» - como pano de fundo de uma história que é um prodígio da imaginação e um retrato social de uma riqueza surpreendente.
Combinando com rara mestria os registos lírico, humorístico e sarcástico, os transparentes dá vida a uma vasta galeria de personagens onde encontramos todos os grupos sociais, intercalando magníficos diálogos com sugestivas descrições da cidade degradada e moderna.
[este livro leva] Ondjaki para os lugares mais altos da literatura angolana. Onde está Luandino Vieira, onde está Pepetela, onde está José Eduardo Agualusa, brilha agora com intensidade Ondjaki.»
António Rodrigues, Público
«A história do homem transparente e do prédio onde vive está marcada por um delicioso registo humorístico, por vezes irónico, que se constitui como contraponto às acutilantes denúncias da degradação social e à visão amarga da vida na capital […] É no mesmo registo bem humorado que outras obras da literatura mundial são convocadas para a representação das coisas angolanas: antes de mais Dom Quixote, de Cervantes, através da nomeação do assessor do ministro, o SantosPrancha; mas também Camões, presente na designação atribuída ao galo a quem falta um olho, o GaloCamões; ou ainda James Cain com a referência ao carteiro que toca sempre duas vezes.»
Agripina Carriço Vieira, JL
Foi o meu primeiro livro do autor e confesso-me rendida. Ao longo do livro, sentimos Angola e as várias personagens de uma forma completamente arrebatadora, um misto de emoções. Recomendo bastante!
Extraordina´rio. Lia mais quatrocentas pa´ginas do Largo da Maianga. Este e´ um livro feito de pessoas. E´ feito de amor, de dor, de capitalismo, de idealismo, de saudosismo e nostalgia. Este livro tem Luanda e tem Angola. Tem o mundo. Tem as desigualdades, as disparidades, mas tambe´m as comunidades, as irmandades e a humanidade. De todas as pessoas de que este livro e´ feito, gostava de destacar duas mais favoritas (porque todas o sa~o, para sempre): o carteiro, representac¸a~o perfeita de resilie^ncia, de garra, de luta contra as burocracias e as injustic¸as constantes no mundo, contidas em pedidos humanos, feitos por humanos a outros humanos. E, claro, Odonato. A meta´fora perfeita de Luanda, da saudade do passado e do futuro. Absolutamente apaixonante!
Uma aventura ganha por Ondjaki nesta incursão, infelizmente única, no romance de grande fôlego.
Adorei o livro desde a prieira página até à última. Recomendo!
Para quem, como eu, nunca esteve em África, muito menos numa metrópole como Luanda, aqui está um livro que nos mostra o que é a realidade angolana nestes anos oscilantes do início do século. Esta história deixa-nos agarrada aos personagens, gente desgraçadamente lutadora, mas invisível a uma "pseudo elite", preocupada apenas com o seu bem-estar fugindo da miséria, esquecendo-se que a estrada que os leva da mansão ao ministério, é a mesma que os "transparentes" percorrem dia-a-dia. São personagens, diálogos, ideias e momentos destacando os mais desprotegidos, mas a verdadeira alma angolana. Não por acaso, este livro é Prémio José Saramago.
Um livro excelente. Quem esteve em África, revive esse tempo maravilhoso.
A realidade do dia a dia de Luanda , como é possível tanta diferença social e o desrespeito pela pessoa humana. Adorei o livro para mim foi uma surpresa .
As palavras que as personagens utilizam são a forma de falar mwangole. Então o prédio onde se desenrola grande parte da acção existe mesmo junto a kinaxixe. Livro muito cuia e com cheirinho a angola. Estou a esperar o próximo olhar crítico da sociedade angolana versus povo.
A loucura da avidez do ser humano pode fazer-nos transparentes: para o Bem ou para o Mal, sem caminhos de relativização...
Uma visão humorística e ao mesmo tempo sarcástica da sociedade angolana, com descrições formidáveis da cidade de Luanda. vale a pena ler.