O Cemitério de Praga
de Umberto Eco
Sobre
o LivroDurante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, a disseminação gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios de Sião (que inspirará a Hitler os campos de extermínio), jesuítas que tramam contra maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras. Óptimo material para um romance-folhetim de estilo oitocentista, para mais, ilustrado com os feuilletons daquela época. Há aqui do que contentar o pior dos leitores. Salvo um pormenor. Excepto o protagonista, todos os outros personagens deste romance existiram realmente e fizeram aquilo que fizeram. E até o protagonista faz coisas que foram verdadeiramente feitas, salvo que faz muitas que provavelmente tiveram autores diferentes. Mas quando alguém se movimenta entre serviços secretos, agentes duplos, oficiais traidores e eclesiásticos pecadores, tudo pode acontecer. Até o único personagem inventado desta história ser o mais verdadeiro de todos, e se assemelhar muitíssimo a outros que estão ainda entre nós. Um romance fantástico, de um autor que uma vez mais mostra saber como nenhum outro combinar erudição, humor e reflexão.
Um romance histórico único, em que todas as personagens são reais. uma importante leitura para a compreensão do século XIX na Europa, entre outros, do desenvolvimento do antissemitismo. Um livro empolgante, que me prendeu da primeira à última página. Recomendo vivamente!
Uma apixonante aventura rodeada de cultura e civilização por todos os lados
mais uma obra de Eco em formato puzzle, com personagens e narrativas paralelas que podem confundir o leitor menos atento ou em busca de uma obra "mais leve". Descrições ricas, situações caricatas e claro: polémica!
Contráriamente a outras obras de Ecco, "O Cemitério de Praga" não me conseguiu absorver totalmente. Todavia não deixa, por isso, de ser um livro interessante, que aborda temas pertinentes e variados.
Foi o 1º livro de Umberto Eco que li. Não me desiludiu e gostei bastante da escrita. É um autor a seguir.
Sou um admirador de Umberto Eco, o que não quer dizer que tenha de gostar de todos os seus livros. Quanto a mim este não atinge o nível de suspense de o "Nome da Rosa" ou de epopeia-tragi-cómica de "Baudolino", no entanto é um livro interessante, com conteúdos históricos e personagens que facilmente reconhecemos, numa trama muito tipica das histórias de Umberto Eco.
Uma escrita inteligente que nos transporta até ao final do século XIX. O protagonista apresenta-nos várias personagens, algumas bem por nós conhecidas, sendo ele também uma personagem interessante, e com ideias que podem gerar alguma controvérsia. Um excelente romance, que recomendo, e que tornarei a ler daqui a uns tempos.
li, estou reler, para apreender alguns factos, situações e personagens, integrados no contexto daqueles tempos, riquissimos de novas ideias sociais... Paramim, tem sido um excelente momento de apreender coisas cujo relacionamento historico não tinha retido devidamente...