Wook

Ferreira Gullar

Ferreira Gullar

Poeta e homem de letras brasileiro, Ferreira Gullar nasceu com o nome de José Ribamar Ferreira a 10 de setembro de 1930 na cidade de São Luís, a capital do estado do Maranhão, e morreu a 4 de dezembro de 2016, no Rio de Janeiro. Filho de um comerciante e irmão de dez outras crianças, iniciou os seus estudos aos sete anos de idade no Jardim Decroli. A partir dos nove passou a receber educação formal através de professores particulares e, mais tarde, foi inserido num colégio, de onde fugiu eventualmente.
Na tentativa de mitigar o problema disciplinar da criança, os pais tomaram a decisão de a matricular, em 1941, no Colégio de São Luís de Gonzaga. Remediando o seu comportamento, manteve-se um aluno recomendável durante algum tempo. Não obstante o facto de ter sido admitido depois no Ateneu Comercial Teixeira Mendes com honras e louvores, tornou a dispersar-se, reprovando um ano. Transferiram-no então para a Escola Técnica de São Luís, instituição de ensino menos exigente e mais liberal.
Foi salvo pela descoberta da poesia: apaixonando-se com apenas treze anos de idade por uma vizinha, renunciou ao companheirismo das brincadeiras de criança para se encafuar nas bibliotecas públicas, em busca de inspiração para a feitura dos seus versos de amor. Passou em consequência a obter resultados excecionais na disciplina de Português, graças sobretudo ao seu talento para as composições.
Terminou o ensino secundário em 1948, ano em que não só publicou o seu primeiro poema num jornal local, como começou também a trabalhar, quer como locutor radiofónico quer como colaborador num outro órgão da comunicação social. No ano seguinte publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de poemas intitulada Um Pouco Acima do Chão (1949).
Em 1950 foi testemunha de um acontecimento trágico. Durante um comício de um candidato contra o regime de ditadura, assistiu ao assassinato de um operário durante uma carga policial. Recusando-se a ler a notícia ao microfone da rádio estatal em que trabalhava, foi despedido, mas logo convidado a juntar-se à digressão eleitoral do político em questão. Ainda em meados do mesmo ano, saiu vencedor de um concurso literário de relevo.
Sabendo-se persona non grata pelas autoridades do Maranhão, decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1951. Passou a colaborar com diversas publicações, não só como redator, mas também na qualidade de revisor. Contraindo depois o bacilo da tuberculose, foi obrigado a um período de convalescença de cerca de três meses.
Em 1954 publicou uma das suas obras mais conhecidas, a compilação de poemas Luta Corporal e, em 1959, deu um passo importante ao surgir com o Manifesto Neo-Concreto, no qual procurava qualificar a sua própria poesia. Juntando-se a alguns artistas plásticos, chegou a apresentar instalações interactivas, combinando a palavra com a pintura e a escultura.
Em 1961 foi nomeado diretor da Fundação Cultural de Brasília e, no âmbito das suas funções, iniciou a construção do Museu de Arte Popular. No ano seguinte publicou João Boa-Morte, Cabra Marcado Para Morrer (1962) e Quem Matou Aparecida (1962).
Tomando contacto com o movimento estudantil brasileiro, foi gradualmente radicalizando as suas opiniões políticas até que, em 1964, se afiliou no Partido Comunista. Preso pelos esbirros da ditadura em 1968, juntamente com Gilberto Gil e Caetano Veloso, partiu para o exílio em 1971, primeiro rumo à ex-União Soviética, logo para Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Regressando ao Brasil apenas em meados de 1977, foi preso novamente. Liberto após muitas e demoradas diligências tomadas por parte dos seus amigos, Ferreira Gullar pôde retomar as suas actividades poéticas e jornalísticas.
Após o aparecimento das obras compostas no exílio e, muitas delas impressas no estrangeiro, como Dentro da Noite Veloz (1975) e Poema Sujo (1976), o autor publicou Na Vertigem do Dia (1980), Barulhos (1987), O Formigueiro (1991) e Muitas Vozes (1999), entra outras de diversos géneros.
Em 1992 foi nomeado director do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, cargo que ocupou até 1995. A sua vida e a sua obra foram muitas vezes agraciadas, tendo sido homenageado com vários prémios literários internacionais, com particular destaque para o Prémio Príncipe Claus da Holanda e para o Prémio Camões, em 2010.
Ferreira Gullar. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.

bibliografia

Poemas Escolhidos

Poemas Escolhidos

Nova Fronteira
09-2024
0,00€
Zoologia Bizarra

Zoologia Bizarra

Editorial Caminho
02-2012
0,00€
Crônicas Para Jovens

Crônicas Para Jovens

Global
01-2011
0,00€
Cidades Inventadas

Cidades Inventadas

Ulisseia
10-2010
0,00€
Em Alguma Parte Alguma

Em Alguma Parte Alguma

Ulisseia
10-2010
0,00€
Poema Sujo

Poema Sujo

Ulisseia
07-2010
0,00€
História Natural De Pablo Neruda

História Natural De Pablo Neruda

Companhia das Letras
01-2006
0,00€
Um Gato Chamado Gatinho

Um Gato Chamado Gatinho

Quasi Edições
12-2005
0,00€
Acontece na Cidade

Acontece na Cidade

Ática
01-2005
0,00€
Melhores Poemas de Ferreira Gullar

Melhores Poemas de Ferreira Gullar

Diversos
01-2004
0,00€
Relâmpagos

Relâmpagos

Cosac Naify
09-2003
0,00€
Ferreira Gullar - Obra Poética

Ferreira Gullar - Obra Poética

Quasi Edições
04-2003
0,00€
Antologia Poética

Antologia Poética

Editora Summus
01-1979
0,00€

Quem comprou este autor também comprou

Antologia Poética

Antologia Poética

10%
Companhia das Letras
13,95€ 10% CARTÃO
Ensaio sobre a Cegueira

Ensaio sobre a Cegueira

10%
Porto Editora
18,85€ 10% CARTÃO
Dialética da Colonização

Dialética da Colonização

10%
Glaciar
32,86€ 10% CARTÃO
X
recomendar
Ferreira Gullar
Para recomendar este autor a um amigo basta preencher o seu nome e email, bem como o nome e email da pessoa a quem pretende fazer a sugestão. Se quiser pode ainda acrescentar um pequeno comentário, de seguida clique em 'confirmar'. A sua recomendação será imediatamente enviada em seu nome, para o email da pessoa a quem pretende fazer a recomendação.

A sua identificação:

A identificação da pessoa a quem quer recomendar este autor:

X
A sua recomendação foi enviada com sucesso!
X
Ocorreu um erro a obter a informação! Por favor tente mais tarde.
X
selecione o livro adotado:
X
Ocorreu um erro
Por favor tente novamente mais tarde.
X
atingiu o limite máximo de dispositivos autorizados
Por favor, aceda à area de cliente para gerir os dispositivos ativos.