Ferreira Gullar - Obra Poética

de Ferreira Gullar

editor: Quasi Edições, abril de 2003
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Um dos nomes maiores da poesia brasileira contemporânea, agora com edição em Portugal de toda a sua obra. Ferreira Gullar (n. 1930 S. Luís do Maranhão) começou a publicar poesia aos 19 anos, escreveu para vários jornais e revistas, participou (com Augusto e Haroldo Campos) na I Exposição de Arte Concreta (embora viesse pouco depois a romper com o movimento concretista de S. Paulo), escreveu teatro, dedicou-se à pintura, esteve preso e exilado. "Poema Sujo", um dos mais longos poemas da literatura contemporânea no Ocidente, e talvez o mais conhecido e traduzido do autor, foi lançado no Rio de Janeiro em 1976, um ano antes do seu regresso ao Brasil. Na altura, Vinicius de Moraes gravou o poema e registou que "Gullar [acabava] de escrever um dos mais importantes poemas [do século XX]". E acrescentava que com poetas como Gullar, Drummond ou João Cabral de Mello Neto, a poesia brasileira contemporânea ombreava com a melhor poesia do mundo.

"Há poetas que se notabilizam pela pesquisa formal, pela experimentação da linguagem em busca de novas formas de expressão. Outros cultivam diálogo com as formas consolidadas e consagradas. Existem os que consideram a poesia como veículo das alegrias, naufrágios e perplexidades de sua própria experiência individual. Alguns vinculam a poesia à dimensão épica e coletiva de um povo perante a História.
"A obra de Ferreira Gullar, de modo ímpar, efetua um amálgama de todas essas tendências, revelando um compromisso ético e uma relevância estética que a situam, consensualmente, no mais alto patamar da criação artística contemporânea."
Antônio Carlos Secchin, Público, Mil-Folhas

Ferreira Gullar - Obra Poética

de Ferreira Gullar

Propriedade Descrição
ISBN: 9789728632076
Editor: Quasi Edições
Data de Lançamento: abril de 2003
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 230 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 544
Tipo de produto: Livro
Coleção: Arranjos Para Assobio
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789728632076
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
Ferreira Gullar

Poeta e homem de letras brasileiro, Ferreira Gullar nasceu com o nome de José Ribamar Ferreira a 10 de setembro de 1930 na cidade de São Luís, a capital do estado do Maranhão, e morreu a 4 de dezembro de 2016, no Rio de Janeiro. Filho de um comerciante e irmão de dez outras crianças, iniciou os seus estudos aos sete anos de idade no Jardim Decroli. A partir dos nove passou a receber educação formal através de professores particulares e, mais tarde, foi inserido num colégio, de onde fugiu eventualmente.
Na tentativa de mitigar o problema disciplinar da criança, os pais tomaram a decisão de a matricular, em 1941, no Colégio de São Luís de Gonzaga. Remediando o seu comportamento, manteve-se um aluno recomendável durante algum tempo. Não obstante o facto de ter sido admitido depois no Ateneu Comercial Teixeira Mendes com honras e louvores, tornou a dispersar-se, reprovando um ano. Transferiram-no então para a Escola Técnica de São Luís, instituição de ensino menos exigente e mais liberal.
Foi salvo pela descoberta da poesia: apaixonando-se com apenas treze anos de idade por uma vizinha, renunciou ao companheirismo das brincadeiras de criança para se encafuar nas bibliotecas públicas, em busca de inspiração para a feitura dos seus versos de amor. Passou em consequência a obter resultados excecionais na disciplina de Português, graças sobretudo ao seu talento para as composições.
Terminou o ensino secundário em 1948, ano em que não só publicou o seu primeiro poema num jornal local, como começou também a trabalhar, quer como locutor radiofónico quer como colaborador num outro órgão da comunicação social. No ano seguinte publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de poemas intitulada Um Pouco Acima do Chão (1949).
Em 1950 foi testemunha de um acontecimento trágico. Durante um comício de um candidato contra o regime de ditadura, assistiu ao assassinato de um operário durante uma carga policial. Recusando-se a ler a notícia ao microfone da rádio estatal em que trabalhava, foi despedido, mas logo convidado a juntar-se à digressão eleitoral do político em questão. Ainda em meados do mesmo ano, saiu vencedor de um concurso literário de relevo.
Sabendo-se persona non grata pelas autoridades do Maranhão, decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1951. Passou a colaborar com diversas publicações, não só como redator, mas também na qualidade de revisor. Contraindo depois o bacilo da tuberculose, foi obrigado a um período de convalescença de cerca de três meses.
Em 1954 publicou uma das suas obras mais conhecidas, a compilação de poemas Luta Corporal e, em 1959, deu um passo importante ao surgir com o Manifesto Neo-Concreto, no qual procurava qualificar a sua própria poesia. Juntando-se a alguns artistas plásticos, chegou a apresentar instalações interactivas, combinando a palavra com a pintura e a escultura.
Em 1961 foi nomeado diretor da Fundação Cultural de Brasília e, no âmbito das suas funções, iniciou a construção do Museu de Arte Popular. No ano seguinte publicou João Boa-Morte, Cabra Marcado Para Morrer (1962) e Quem Matou Aparecida (1962).
Tomando contacto com o movimento estudantil brasileiro, foi gradualmente radicalizando as suas opiniões políticas até que, em 1964, se afiliou no Partido Comunista. Preso pelos esbirros da ditadura em 1968, juntamente com Gilberto Gil e Caetano Veloso, partiu para o exílio em 1971, primeiro rumo à ex-União Soviética, logo para Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Regressando ao Brasil apenas em meados de 1977, foi preso novamente. Liberto após muitas e demoradas diligências tomadas por parte dos seus amigos, Ferreira Gullar pôde retomar as suas actividades poéticas e jornalísticas.
Após o aparecimento das obras compostas no exílio e, muitas delas impressas no estrangeiro, como Dentro da Noite Veloz (1975) e Poema Sujo (1976), o autor publicou Na Vertigem do Dia (1980), Barulhos (1987), O Formigueiro (1991) e Muitas Vozes (1999), entra outras de diversos géneros.
Em 1992 foi nomeado director do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, cargo que ocupou até 1995. A sua vida e a sua obra foram muitas vezes agraciadas, tendo sido homenageado com vários prémios literários internacionais, com particular destaque para o Prémio Príncipe Claus da Holanda e para o Prémio Camões, em 2010.
Ferreira Gullar. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010.

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