Quantas Madrugadas Tem a Noite
SINOPSE
«Num tenho dinheiro, num vale a pena te baldar. Mas, epá, vamos só desequilibrar umas birras; sentas aí, nas calmas, eu te pago em estória, isso mesmo, uma pura estória daquelas com peso de antigamente, nada de invencionices de baixa categoria, estorietas, coisas dos artistas: pura verdade, só acontecimentos factuais mesmo. A vida não é um carnaval? Vou te mostrar alguns dançarinos, damos e damas, diabo e Deus, a maka da existência.
Transformo só o material pra lhe dar forma, utilidade. O artista molha as mãos pra trabalhar o destino do barro? Eu molho o coração no álcool pra fazer castelo das areias em cima das estórias...
Uma noite, quantas madrugadas tem?»
CRÍTICAS DE IMPRENSA
"O livro devolve a quem o leia o ancestral prazer das histórias contadas à lareira, noite dentro."
Manuel Jorge Marmelo, Mil Folhas (Público), 02 de Janeiro de 2004
DETALHES
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789722116268 |
Editor: | Editorial Caminho |
Data de Lançamento: | abril de 2004 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 134 x 212 x 17 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 204 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Outras Margens |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789722116268 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
OPINIÃO DOS LEITORES
Sempre surpreendente
Cátia
Adoro a escrita de Ondjaki e considero que é um dos melhores escritores angolanos da nova geração. Vale a pena ler! Nenhum livro que li do autor me desiludiu. Recomendo.
Espelho
Eu moro no Brasil e nunca estive em Luanda. Talvez passe a vida toda sem poder dizer que estive em solo angolano e, no entanto, posso dizer que tenho amigos que nasceram e viveram lá. Quantas madrugadas tem a noite foi meu primeiro encontro com a prosa do Ondjaki, de quem, até então, só conhecia os poemas pelos quais me apaixonei com imensa facilidade. O livro narra o encontro da estória do AdolfoDido - que, entre uma cerveja e outra, acaba por embriagar-nos entre as palavras sem que saibamos precisar quando e como aconteceu - com muitas outras estórias (ou histórias?) de muitas outras gentes maravilhosamente interesantes. Em algumas páginas de Quantas madrugadas tem a noite me senti observadora de um universo fantástico que pareceria irreal se a poesia não o tivesse tornado deliciosamente humano. Foi nas passagens em que me senti próxima ao AdolfoDido, que narra os acontecidos e os desacontecimentos, que mais me emocionei. Em alguns momentos me senti como o terceiro elemento, mudo, à mesa, com ouvidos atentos e olhares apurados. Também pude sentir como se AdolfoDido tivesse a minha voz, como se compartilhássemos as dores de desexistir e o deslumbramento ante a beleza encontrada no improvável, porque a sensibilidade permite enxergar além da grandiosidade do óbvio. Terminei a leitura de Quantas madrugadas tem a noite aos prantos, em lágrimas que misturavam saudade e gratidão. Não é sempre que nos encontramos em um espelho que parece distante do olhar - porque é dentro.
Quantos autores surpreendem com este?
Pedro Antunes
Escolhi este livro por acaso, apenas por querer ler um autor angolano e foi mesmo uma agradável supresa! Uma história escrita que se parece mais com uma estória contada. Deixei-me levar pela narrativa, pela linguagem, pelas situações, as personagens... Um grande livro. Tenciono acompanhar este autor promissor.