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Os Maias

Episódios da vida romântica

de Eça de Queirós

editor: Porto Editora, janeiro de 2016
RECOMENDADO PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA i
Plano Nacional de Leitura
Leitura recomendada no 11.º ano de escolaridade.

Na pequenez da Baixa e do Aterro, onde todos se acotovelam, os dois fatalmente se cruzam: e com o seu brilho pessoal, muito fatalmente se atraem! Há nada mais natural? Se ela fosse feia e trouxesse aos ombros uma confeção barata da Loja da América, se ele fosse um mocinho encolhido de chapéu-coco, nunca se notariam e seguiriam diversamente nos seus destinos diversos. Assim, o conhecerem-se era certo, o amarem-se era provável…

Nem só das histórias de amor dos Maias vive o romance mais completo e brilhante de Eça de Queirós. É também uma verdadeira crónica de costumes, retratando, com rigor fotográfico e muito humor, a sociedade lisboeta da segunda metade do século XIX. Conheça todas as obras da Educação Literária na nossa página especial.
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Eça de Queiroz, o realista com humor acutilante

Eça de Queiroz é um dos maiores romancistas da literatura portuguesa e universal. Consagrou-se como o principal escritor realista português, género literário que introduziu no país, a par do naturalismo. Dotado de um génio criativo ímpar e de uma visão crítica empenhada na reforma social, Eça alcançou a sua almejada renovação da prosa literária nacional e toca, até aos dias de hoje, todos aqueles que o leem. Se algum dia tiver de descobrir um leitor de Eça numa prova cega, procure os sintomas mais comuns: um sorrisinho malicioso a esboçar-se ao canto do lábio, risadas a plenos pulmões, o olhar que se ergue da página numa pausa para absorver cenas e paisagens ou, até, o suster voluntário da respiração para saborear cada sílaba das palavras que pintam um clímax queirosiano.

Percorra connosco as linhas da vida e obra de Eça de Queiroz, autor desta semana aqui no Wookacontece por ter nascido a 25 de novembro, mas que, na verdade, é um autor de sempre. Eça de Queiroz   DA INFÂNCIA À REVELAÇÃO DE UM GRANDE ESCRITOR Eça de Queiroz Nascido na Póvoa de Varzim a 25 de novembro de 1845, filho de um magistrado proeminente, também ele escritor, Eça passou a sua infância com familiares e foi enviado para um colégio interno, no Porto, com 10 anos. Licenciou-se em Direito em Coimbra, período durante o qual leu extensamente autores da literatura francesa. Já formado, instalou-se em Lisboa, onde o pai, tentando compensar a sua negligência ao filho na infância, o ajudou a iniciar-se na profissão de advogado.

De raciocínio brilhante, Eça desempenhava notavelmente as suas funções, conseguindo ainda pôr em prática a sua verdadeira vocação: ser escritor. Começou a publicar os seus contos – irónicos, fantásticos, macabros – e ensaios sobre uma grande variedade de assuntos no jornal Gazeta de Portugal. Tendo-se tornado uma das figuras mais destacadas da Geração de 70, o grupo de intelectuais dedicados à reforma social e artística do país, Eça denunciou em várias palestras, em 1871, a falta de originalidade e a hipocrisia da literatura portuguesa coetânea. Naturalmente, os seus escritos demonstravam uma via mais robusta, original, crítica e, portanto, realista. A CARREIRA DIPLOMÁTICA No ano seguinte, 1872, Eça, para quem Portugal não chegava, decidiu dedicar-se à carreira diplomática, tendo ocupado, sucessivamente, o cargo de cônsul nos postos consulares de Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Mesmo fora do país, o escritor continuou a ser um ativo colaborar na imprensa nacional, com crónicas e contos. Foi também a partir do estrangeiro, com o distanciamento crítico e um conhecimento aprofundado de culturas e visões diferentes do mundo, que escreveu os romances que o tornariam célebre e nos quais expôs o que considerava serem os males e os absurdos da ordem social conservadora tradicional.

Em 1870 publicou, com Ramalho Ortigão, sob a forma de cartas anónimas no Diário de Notícias, O Mistério da Estrada de Sintra. No mesmo jornal, publica Singularidades de Uma Rapariga Loira, o primeiro conto de cunho realista português, que ridiculariza o idealismo.

Estreia-se como autor de romances com O crime do Padre Amaro em 1875. Nesta obra, explora os efeitos perniciosos do celibato sobre um padre de carácter débil e os perigos do fanatismo religioso numa cidade provincial portuguesa, inspirando-se nos seus adorados Honoré de Balzac e Gustave Flaubert. Três anos depois, lança O Primo Basílio, uma sátira mordaz sobre o ideal romântico da paixão e as suas trágicas consequências. UMA OBRA-PRIMA A obra a que todos associam Eça de Queiroz é Os Maias, de 1888. Este majestoso romance, para muitos a obra-prima do autor, é uma crónica de costumes que retrata, com rigor fotográfico e um humor que sobressai mesmo na tragédia, a alta burguesia lisboeta do século XIX.

Numa linguagem rica, detalhada e vívida, Eça traça com fina ironia as personagens e as situações em que se envolvem. Ao enredo passional, o escritor junta o fatalismo e a análise social, num estilo realista e naturalista. A narrativa acompanha a história da família Maia ao longo de três gerações, atingindo o desfecho na última geração, com a relação incestuosa entre Carlos da Maia e Maria Eduarda. Uma sátira cáustica que se desenrola numa vertigem sem retorno.

Na fase final da sua vida, Eça entrega-se a uma escrita mais contemplativa. Entre os seus últimos romances, destaca-se A Cidade e as Serras, uma exaltação bucólica da paisagem rural portuguesa e das alegrias da simplicidade da vida rural. ESCRITOR VIAJANTE Na história da literatura portuguesa de viagens, o nome de Eça aparece sobretudo devido a O Egipto, apontamentos do autor durante a sua viagem para assistir à inauguração do canal de Suez, nos quais alia o seu extraordinário sentido de observação à descrição deslumbrada da novidade mítica do Oriente.

Mas o gosto pela viagem e pela descrição de paragens distantes, pelo exótico e pela aventura, pelas civilizações e pelo xadrez da política internacional aparece em toda a sua obra, disperso em vários títulos, de ficção ou de crónica e comentário. Em De Alexandria ao Cairo, Eça leva-nos ao Egipto profundo, descrevendo-nos o ritmo e o sentimento de um país que, em muitos aspetos, se mantém inalterado passados mais de 150 anos, sobretudo se olharmos para o retrato que o autor faz das gentes que habitam aquele país. A Relíquia e O Mandarim percorrem também grandes distâncias, por terra no primeiro e em sonhos no segundo, numa caricatura de culturas e ideias como só Eça era capaz de fazer. A VISÃO DO MUNDO Genial escritor, exímio diplomata, Eça de Queiroz dedicou-se ainda à análise do estado do mundo, das potências, dos oprimidos, dos progressos e dos retrocessos.

Em Os Ingleses no Egipto, analisa a influência inglesa no país dos faraós, que culminou no bombardeamento de Alexandria para suprimir um movimento de reforma e liberalização da década de 1870, não poupando críticas à corrupção dos sultões e ao governo semicolonial.

Em Écrits sur la France encontramos um Eça desiludido com a França, país do pensamento dominante europeu que tanto idealizara na educação que recebera. Na capital francesa, deparou-se com um país reduzido à mesquinhez parisiense, materialista, medíocre, fútil, arrogante e xenófoba e pinta-o desse modo. Mas, ao fazê-lo, presta uma grande homenagem à França do seu ideário, evocando os «grandes homens» deste país – os anarquistas –, enquanto sofre com a iniquidade do caso Dreyfus. DA VIDA PARA OS LIVROS…
…UM ALTER EGO QUE NÃO PASSA DESPERCEBIDO Quando começamos a ler Os Maias e nos é apresentado João da Ega, ficamos com uma sensação de que algo nele nos é familiar. Algo? Bem, muito, na verdade.

Fidalgo rico de província, audacioso e com fama de ser «o maior ateu, o maior demagogo que jamais aparecera nas sociedades humanas», sempre pronto a escandalizar, tem uma «figura esgrouviada e seca, os pelos do bigode arrebitados sob o nariz adunco, um quadrado de vidro entalado no olho direito». Crítico dos males do país, não escapa, ele próprio, a situações algo ridículas, como as que decorrem das suas intervenções acesas em defesa do realismo-naturalismo. E sabemos que se há coisa que uma pessoa inteligente valorizar, é a capacidade de se rir de si própria. E quanto ao nome, Ega e Eça… Se este não é um alter-ego do Eça de Queiroz, não se preocupa nada em disfarçá-lo. … E UMA PERSONAGEM FICTÍCIA Em conjunto com os seus amigos Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, Eça de Queiroz cria a personagem fictícia de Fradique Mendes, «homem distinto, poeta, viajante, filósofo nas horas vagas, diletante e voluptuoso». É a esta figura carismática que Eça atribuirá as cartas publicadas na imprensa entre 1888 e 1900, posteriormente compiladas nos livros A Correspondência de Fradique Mendes e Cartas Inéditas de Fradique Mendes.

Mas, melhor do que falar sobre Eça, o importante mesmo é lê-lo. Se ainda não o fez, prepare-se: you’re in for a treat!.

Os Maias

Episódios da vida romântica

de Eça de Queirós

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-0-72725-1
Editor: Porto Editora
Data de Lançamento: janeiro de 2016
Idioma: Português
Dimensões: 128 x 198 x 40 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 736
Tipo de produto: Livro
Coleção: Educação Literária
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance Livros em Português > Infantis e Juvenis > Literatura Juvenil
EAN: 978972072725114
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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Para ler e aprender

Afonso

Sendo um livro de estudo, parece maçudo, mas não, uma história muito agradável e aliciante, cheia de intrigas e acontecimentos hilariantes! Uma ótima leitura para o secundário.

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Sempre bom.

Liliana Santos

Um clássico, muito à frente no seu tempo, que continua a ser delicioso nos dias de hoje.

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Dois séculos diferentes - uma sociedade semelhante

Marta Segão

Reli "Os Maias" como se estivesse a ler a primeira vez, visto que já não me recordava da história. E é curioso ver como, apesar de tantos anos passados, a sociedade actual não é assim tão diferente daquela que é retratada no romance de Eça de Queirós. Já naquela altura havia pouco interesse na mudança, num país melhor, e levava-se tudo naquela onda do "deixa estar", aliado à corrupção, à mesquinhez, à falta de cultura. Boémia era a palavra de ordem. Para quem critica as gerações de agora, as do século XIX não eram muito melhores e, nesse aspecto, conseguimos descobrir diferenças, para melhor. A juventude de hoje, tal como a desse tempo, representa a esperança, a mudança, o futuro, mas parece-me que estamos melhor entregues aos jovens de hoje, do que aqueles de outrora. Com esta sociedade como fundo, o romance entre Carlos da Maia e Maria Eduarda, condenado para sempre, pelo incesto. Percebemos que ela tentou refazer a sua vida. Já Carlos, ficará, juntamente com Ega, um eterno solteirão, sem assentar e fazer algo de útil por si e pela sociedade? Acredito que sim...

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Interessante mas complexo

Daniel

Ainda estou a ler o livro, mas ,pelo que li até agora, é um livro bastante rico em descrições detalhadas e pode ser considerado uma viagem aos nossos antepassados. No entanto, a minha opinião enquanto leitor que frequenta o 11 ano é que nós, com esta idade, não temos maturidade suficiente para entender o livro como realmente este deve ser apreciado.

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Um Clássico!

João

Terminei este livro, faz agora uma semana, e gostei imenso! Não foi durante a minha época de estudante, um livro de leitura obrigatória, contudo senti que devia ler este livro à mesma, sem pressões e por opção própria, pois o facto dos estudantes o verem como uma obrigação faz com que não tirem o melhor proveito desta obra! Esta edição destaca-se pela fantástica ilustração que torna o livro belíssimo. Sem querer entrar em pormenores, pois não gosto de revelar no comentário a história, a compra deste livro é uma aposta ganha! Ler com maior maturidade este livro fez-me perceber e ter uma maior visão do que o autor me quis transmitir. Gostei imenso.

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Imperdível !

Rebecca Ramires

Sem duvida uma história fantástica em que aborda diversos temas considerados polêmicos na epoca descrita. Contém varias criticas a sociedade lisboeta e sem duvida é uma obra repleta de emoção acompanhada de amores, adultério, educação, incesto e entre muitos outros assuntos. Devo ainda acrescentar o quão fabulosa é esta edição cheia de ilustrações que ajudam o leitor a imaginar tal e qual como é descrito.

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A ler

Catarina Salgueiro

"Os Maias" de Eça de Queirós são, sem sobra de dúvidas, uma obra fantástica. Talvez um pouco densos de início mas assim que se entra em todo o enredo prendem o leitor. Mostram também, com uma forte critica, a sociedade em que se vivia. A não perder!!

e e e e E

Os Maias

Manuela Santos

Achei "Os Maias" um livro bastante interessante com uma história surpreendente. O mesmo descreve um certo estilo de vida através de acontecimentos da sociedade lisboeta, desenvolvendo ao mesmo tempo uma história única e imprevisível. Recomendo

Eça de Queirós

Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária.
Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal , em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa.
Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.

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