O Papagaio de Flaubert
de Julian Barnes
Sobre
o LivroUm romance magistral sobre literatura, talento, comboios, compotas de groselha, ursos, vestidos de mulher, George Sand, política, século xix, absurdo, morte, solidão, escritores, crítica literária - e beleza.
O inglês Geoffrey Braithwaite - médico reformado e viúvo - atravessa o canal da Mancha e dirige-se a Rouen, a terra natal de Gustave Flaubert. A intenção é ver o papagaio embalsamado que serviu de modelo a Flaubert durante a escrita de um dos seus livros.
Mas o que é apenas uma viagem transforma-se, lentamente, numa lição maravilhosa e genial sobre o autor de Madame Bovary - o seu talento indiscutível, mas também os seus defeitos, manias, tiques insuportáveis, vaidades e medos -, sobre literatura, sobre o amor (entre Braithwaite e a mulher Helen, que morreu recentemente; entre Flaubert e Louise Colet), sobre o que falha e o que não tem sentido na vida, sobre os segredos que a rodeiam e lhe dão sentido.
Tudo para concluir que a vida verdadeira é a vida que vem nos livros. Porque é a única que se pode interrogar.
The New York Times Book Review
O facto de eu conhecer muito pouco da vida de Flaubert foi para mim uma vantagem para conseguir uma imersão total nesta extravagância literária. Conseguimos perceber que Barnes se divertiu a escrever esta biografia alternativa do famoso escritor francês, usando o seu papagaio de peluche para inventar uma tapeçaria colorida de anedotas intercaladas com fineza irónica e o savoir faire de um ventríloquo virtuoso.
Julian Barnes brinda-nos com um divertido e desafiador romance. Num registo que tem algo de autobiográfico, Barnes veste a pele de um médico reformado e viúvo (ou será o contrário?) para oferecer ao leitor uma viagem em torno da figura e da obra de Gustave Flaubert. Com uma dose de humor incisiva, não fosse Barnes britânico, este livro mergulha na dimensão pessoal do autor de Madame Bovary. Um papagaio embalsamado é o pretexto. Gustave Flaubert é o desiderato. Julian Barnes no seu melhor.
A escrita de Julian neste livro apresenta um humor subtil muito interessante. No entanto, para quem é um pouco leigo em cultura literária a narrativa pode tornar-se um pouco monótona.