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Já não me deito em pose de morrer

poemas escolhidos

Livro 10

de Cláudia R. Sampaio

Livro eBook
editor: Porto Editora, janeiro de 2020
RECOMENDADO PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA i
«Penso na poesia de Cláudia R. Sampaio como no discurso furioso que apenas alguém de profunda ternura poderia fazer. Sua tragédia, explícita, frontal, é a de saber a delicadeza quando tudo em seu redor propende para o grotesco e a cabeça se desafia em dúvida. Magnífica poeta, seu impasse é constante: "Quem sabe se não é agora que / possuo toda a loucura / e me faço mulher // Eu que da cintura para cima sou triste / e daí para baixo uma praia / a quem explodiram o mar / para depois o transformarem em / homem e em assombro também".

A expressão de Cláudia R. Sampaio é das mais contundentes da contemporaneidade. Não se ergue panfletária, ergue-se numa urgência íntima que não teme expor, usando sua vulnerabilidade para força, como alguém que mapeia as feridas procurando cicatrizá-las, e também glorificá-las, com o verso. Toda a poesia abeira a terapêutica, e aqui a terapêutica é fundamental, inclusive como forma de classificar cada detalhe do mundo, como protesto e como alegria do possível. A loucura e a terapia são íntimas e fertilizam, a um tempo, o pensamento e a sabedoria.

Que maravilha o desabrido desta poesia. Que maravilha que não seja demasiado limpa, demasiado educada, e se coloque sobretudo enquanto necessidade além da razão e de qualquer etiqueta. Uma poesia que redime tanta coisa mas que também gratamente infeta: "desta vida à outra / castigaram-nos com abraços / afogando o adeus corcunda / adiantado pelas colisões das / palavras / veneno abençoado / do nosso lar.".»

por Valter Hugo Mãe, curador da coleção "elogio da sombra"

E quem conhece a poesia torturada, inclemente e vertiginosa de Cláudia R. Sampaio sempre encontrou aí sinais claríssimos das batalhas quotidianas, da doença bipolar que a afetou, com internamento incluído, do "auto sacrifício para levarmos mais um dia", e da angústia de viver num mundo sem lugar para "sonhos descabidos". Aqui pulsa igualmente uma beleza alucinada, o "milagre insuportável" que é viver, a certeza de que o "amor súbito é a escada para o entendimento". Um vocabulário ligado a fortes cargas visuais sobre a experiência de estar vivo.
Sílvia Souto Cunha

Visão

No ofício de tentar ver no escuro, a poesia de Cláudia R. Sampaio ergue-se furiosa e contundente, com uma urgência absoluta e necessária que não teme a procura nem a dúvida nem a exposição do mais íntimo e vulnerável nem a infecção primordial de todo o grotesco que a circunda, na demanda da ternura.
Adolfo Luxúria Canibal

Correio da Manhã

Pense nisto. E porque vai estar frio e a chover, aqui ficam quatro poetas maravilhosos para ler, durante o fim de semana, à lareira: Manuel Resende (1948-2020), tradutor e antigo jornalista do JN, que em 2018 - "70 anos depois de ter nascido e 50 anos depois do maio de 68" -, nos abençoou com 250 páginas de poesia, e esta semana nos deixou; Rui Caeiro (1943-2019), que perdemos em janeiro do ano passado, mas não sem antes deixar-nos o tesouro que é "O Sangue a Ranger nas Curvas Apertadas do Coração". Dois homens, dois mestres inigualáveis. E duas mulheres: Hilda Hilst (1930-2004), porque é excecionalíssima, e porque este ano faria 90 anos; e Cláudia R. Sampaio (1981), a jovem que não podemos perder de vista, e de quem acaba de sair, na Porto Editora, "Já não me deito em pose de morrer".

Helena Teixeira da Silva

Jornal de Notícias

Novidades poema

«A culpa é tua», de Cláudia R. Sampaio

A culpa é tua se dizes sempre o mesmo nome
se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa
se quando revelas a tua identidade
é impossível que o céu te expluda
e que te acudas de incertezas
e de novos buracos.
A culpa é tua se ainda não morreste,
se nunca te atrincheiraste à espera
de uma bomba que te mude os olhos
se nasces sempre no mesmo dia.

Não te aflijas.
Estás sempre a tempo de não
dormir na mesma posição
com a mão aberta em esmola

Também me custa sobreviver a estes dias
mas o que ainda não chegou
é infinito.

Cláudia R. Sampaio,   Já não me deito em pose de morrer

Novidades poema

«Só isso»

SÓ ISSO

Aspirei uma linha de Deus pelo nariz
convencida de que me vinha a fé, mas não veio.
Entraram-me uns quantos ácaros e universos de átomos,
só isso.
Mas não importa
ando descalça há tanto tempo
que andam mil Cristos desejosos de me beijarem os pés.


Cláudia R. Sampaio, Já não me Deito em Pose de Morrer

20211124-novidade-Claudia-Sampaio-640X426.jpg

WOOK LÊ Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio BIOGRAFIA NOME: Cláudia R. Sampaio DATA E LOCAL DE NASCIMENTO: 1 de Dezembro de 1981, Lisboa WOOK FAZ? Poeta e artista plástica CURIOSIDADE: Sabe fazer a espargata frontal. OS LIVROS DA SUA VIDA AS ONDAS Nunca um livro me fez estremecer tanto. Virginia Woolf faz-nos entrar na mente de cada personagem de forma magistral, somos levados dentro de cada pensamento e conseguimos sentir o mais ínfimo detalhe. Absolutamente genial. VER MAIS » O ESTRANGEIRO Um livro que é um incómodo, um nó na garganta, um delicado soco sobre a existência e o seu absurdo. VER MAIS » TODOS OS NOMES A solidão do Sr. José comove-nos desde a primeira página. Embarcamos com ele numa aventura sobre a procura do “outro”, mas essencialmente sobre a tentativa de encontrar um sentido para a vida. VER MAIS » A HORA DA ESTRELA A nordestina Macabéa chega ao Rio de Janeiro e começa uma nova vida cheia de dissabores. É um livro atento ao Brasil dos grandes contrastes e em que a autora se questiona sobre a sua identidade e o próprio ato da escrita. VER MAIS » PENA CAPITAL Uma das minhas bíblias da poesia. Comprar » POESIA Daniel Faria deixou-nos demasiado cedo. Este é um livro de poesia que se pode abrir em qualquer página porque todos os poemas são espanto.

«Acordei com as narinas a sangrar perfume
Como um santo quando acaba de morrer» Comprar »

Já não me deito em pose de morrer

poemas escolhidos

de Cláudia R. Sampaio

ISBN: 978-972-0-03266-9
Editor: Porto Editora
Ano: 2020
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 198 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 164
Tipo de produto: Livro
Coleção: Elogio da sombra
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 978972003266912
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
e e e e e

Excelente

Ab

Um livro fantástico. Das melhores vozes de poesia.

e e e e E

Refrescante

CF

Uma leitura refrescante - e, muitas vezes, cortante. Recomendo.

e e e e e

do mais belo que já li

Beatriz Rito

Para mim, Cláudia R. Sampaio é um dos grandes nomes da considerada "poesia da atualidade". Dos melhores livros de poesia que já li. Um livro sem artifícios, poesia nua e pungente, palavras belas e que fazem sentido. Nenhum comentário faz jus a este livro. Por favor, leiam! Vale muito pena. Obrigada Cláudia R. Sampaio por nos permitir ler as suas palavras.

e e e e e

absolutamente belo

Beatriz Rito

Cláudia Sampaio é, para mim, um dos nomes incontornáveis da considerada poesia contemporânea. É sempre um gosto enorme poder ler e beber de cada uma das suas palavras. Uma poesia pungente, crua e sem medos. Adoro. E recomendo totalmente. Daqueles livros que ir-me-á sempre apetecer ler. Obrigada, Cláudia, pela sua escrita fenomenal. Leiam!!

e e e e e

Indispensável

João Coelho

Uma das melhores vozes da poesia contemporânea portuguesa. Poesia confessional, para ser mais preciso. Uma escrita belíssima sem qualquer dificuldade em usar as palavras certas para descrever sensações, momentos, escuridões.

Cláudia R. Sampaio

Cláudia R. Sampaio é uma poeta e pintora nascida em Lisboa (1981). Tem seis livros de poesia publicados até ao momento: Os dias da Corja, A primeira urina da manhã, Ver no escuro, 1025mg, Outro nome para a solidão e Já não me deito em pose de morrer. Também está publicada no Brasil com a trilogia ‘Inteira como um coice do Universo’ (Edições Macondo). Em 2017, estreou-se na escrita para teatro, com uma peça para a 10.ª edição do festival PANOS, na Culturgest.
Actualmente, é artista residente do projecto MANICÓMIO.
Vive em Lisboa com as suas duas gatas: Polly Jean e Aurora.

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