A Montanha Mágica

Um jovem herói, mediano (“medíocre” como chega a dizer o autor), vai visitar o seu primo doente ao sanatório, nas altas montanhas de Davos, na Suiça. A visita é de sete dias, mas o nosso jovem herói vai acabar por perder conta ao tempo que vai ficar nas altas montanhas, que transformará a sua visão da vida. O tempo. A perceção do tempo. O tempo é uma grandeza fixa ou “elástica”? A mente e o corpo. A saúde e a doença. A vida e a morte. Estes aparentes antagonismos são afinal mutuamente indissociáveis, talvez mesmo complementares? Duas visões do mundo: a do ocidente (o direito positivo, a liberdade individual, a ciência, a economia, o progresso) e a do oriente (o direito natural, a autoridade, a introspeção, o misticismo, a quietude). O nosso herói, filho problemático da vida (como lhe chamará uma das personagens do livro), irá tentar encontrar o seu equilíbrio entre estas duas visões tão antagónicas. Enquanto isso, o mundo divide-se e radicaliza-se na defesa da sua visão e, inevitavelmente, dá-se o despoletar da Primeira Grande Guerra Mundial. Este é um daqueles livros-oceano, tal a abrangência e profundidade do seu conteúdo. Definitivamente um dos livros da minha vida. Não será por acaso que pertence ao cânone da literatura do século XX.

Esta versão em português nada deixa a desejar. O formato do livro torna também agradável a leitura.