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Obra Poética Completa

de Edgar Allan Poe
editor: Tinta da China, março de 2025
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Edgar Allan Poe é o autor americano mais traduzido no nosso país; mas, paradoxalmente, foram poucos os poemas vertidos para português europeu.

A presente tradução e edição crítica da poesia completa de Poe, publicada primeiramente na comemoração dos duzentos anos do seu nascimento e agora em novo formato, é um trabalho que vem colmatar uma lacuna, e que se acredita importante para a perspectivação da nossa própria história literária. — Margarida Vale de Gato

«O que distingue acentuadamente a personalidade mental de Edgar Poe é a coexistência nele de uma imaginação fantástica e delirante, de extraordinária subtileza e eteridade, e um raciocínio frio, claríssimo, maravilhoso na análise como na síntese.» — Fernando Pessoa

Com tradução de Margarida Vale de Gato e ilustrações de Filipe Abranches.
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«Annabel Lee», um poema de Edgar Allan Poe

Edgar Allan Poe (1808-1849), é um dos mais conceituados escritores dos EUA, estando o seu nome associado a imagens de enredos sombrios e personagens assustadoras. Tendo escrito em vários géneros, foi a sua contribuição para o género do horror que o tornou famoso. O escritor foi um dos primeiros a envolver o horror profundo, intuitivo e psicológico. Em muitas das suas histórias, o verdadeiro monstro era a capacidade de maldade que existe dentro de cada pessoa e o que acontece quando essa maldade é posta em prática.
Apesar de a carreira de Poe ter durado menos de duas décadas, o seu impacto na literatura, especificamente na poesia, nos contos e na crítica literária, ficou gravado na história do terror. Com mais dezenas de contos, poemas e um romance, as obras de Poe prepararam o terreno para os leitores fascinados pela atmosfera sinistra e é responsável por alguns dos melhores poemas de sempre, agora reeditados em Edgar Allan Poe – Obra Poética Completa, com tradução de Margarida Vale Gato e belíssimas ilustrações de Filipe Abrantes.
Annabel Lee, o poema que reproduzimos abaixo, presta homenagem a uma jovem e bela mulher amada, cuja vida terminou precocemente, e que, tudo indica, terá sido inspirada na esposa de poe, Virigina Eliza Clemm Poe, que morreu de tuberculose aos 24 anos.


ANNABEL LEE

Num reino de antigamente,
    Num reino ao pé do mar, havia ali
Uma donzela nubente,
    A quem podeis chamar Annabel Lee;
E tinha ela tão-só este fim:
    Amar-me e ser amada só por mim.
Ela era menina e eu ainda moço
    Nesse reino ao pé do mar;
Mas imenso era o amor nosso,
    Meu e de Annabel Lee –
Que lá no Céu soía cobiçar
    Todo o alado Serafim.

E, por isso, há muito tempo,
    Num reino ao pé do mar em que vivi,
Duma nuvem veio o vento
    À noite, para gelar Annabel Lee;
Chegaram, de alta estirpe, seus parentes,
    E de mim a apartaram,
E numa tumba a trancaram,
    Num reino de antigamente.

Os anjos lá no Céu, menos contentes,
    Como haviam de não nos invejar?
Sim! – e todos estão cientes,
    Neste reino à beira-mar,
Que por isso à noite o vento
    Se fez daquela nuvem, e gelou
Annabel Lee, e a matou.

Mas nosso amor era muito mais vasto
    Do que o dos mais velhos que nós –
    De tantos mais sábios que nós –
E nem os anjos no Alto,
    Nem no fundo os demónios do mar,
Jamais poderão minha alma apartar
    À alma de Annabel Lee.

Pois jamais resplende a Lua sem que eu sonhe a imagem sua –
    De Annabel Lee, tão formosa –
E jamais se erguem as estrelas sem que eu vislumbre nelas
    Os olhos da amada radiosa;
Assim, junto dela, à noite repouso,
De meu bem, minha vida, minha esposa –
    Ao pé da tumba, no mar
    Que marulha na enseada estrepitosa.


Edgar Allan Poe, Obra Poética Completa, Tinta da China, fevereiro de 2025, pp. 185-186

Obra Poética Completa

de Edgar Allan Poe

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896718961
Editor: Tinta da China
Data de Lançamento: março de 2025
Idioma: Português
Dimensões: 144 x 200 x 25 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 384
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789896718961

SOBRE O AUTOR

Edgar Allan Poe

Escritor norte-americano nascido a 9 de janeiro de 1809, em Boston, e falecido a 7 de outubro de 1849. Filho de dois atores de Baltimore, David Poe Junior e Elizabeth Arnold Poe, ficou órfão com apenas dois anos de idade e desde cedo aprendeu a sobreviver sozinho. Foi adotado por uma família de comerciantes ricos de Richmond, de quem recebeu o apelido Allan.
Entre 1815 e 1820, a família Allan viveu em Inglaterra e na Escócia, onde Poe recebeu uma educação tradicional, regressando depois a Richmond. Poe foi para a Universidade da Virgínia em 1826, onde estudou grego, latim, francês, espanhol e italiano, mas desistiu do curso onze meses depois por causa do seu vício do jogo e do álcool. Resolveu então ir para Boston, onde publicou em 1827 um fascículo de poemas da juventude de inspiração byroniana, Tamerlane and Other Poems.
Em 1829 publicou o seu primeiro volume de poemas, com o título Al Aaraaf, Tamerlane and Minor Poems, onde se denota a influência de John Milton e Thomas Moore. Foi então para Nova Iorque, onde publicou outro volume, contendo alguns dos seus melhores poemas e onde se evidencia a influência de Keats, Shelley e Coleridge.
Em 1835 estreou-se como diretor do jornal Southern Literary Messenger, em Richmond, onde se tornaria conhecido como crítico literário, mas veio a ser despedido do seu cargo alegadamente por causa do seu problema da bebida. O álcool viria aliás a ser o estigma que marcaria toda a sua vida até à morte. Casou-se nesse mesmo ano com a sua prima de apenas treze anos, Virgínia Clemm, e o casal resolveu então instalar-se em Nova Iorque, onde não chegou a permanecer muito tempo. Foi em Filadélfia que Poe alcançou fama através de vários volumes de poemas e histórias de mistério e de terror. Em 1838 escreveu The Narrative of Arthur Gordon Pym (A Narrativa de Arthur Gordon Pym), obra de prosa em que combinou factos reais com as suas fantasias mais insanes. Em 1839 tornou-se codiretor do Burton's Gentleman's Magazine em Filadélfia, e nesse mesmo ano escreveu várias obras que o tornaram famoso pelo seu estilo de literatura ligado ao macabro e ao sobrenatural. São elas William Wilson e The Fall of the House of Usher (A Queda da Casa de Usher). A primeira história policial surgiu apenas em 1841, na revista Graham's Lady's and Gentleman's Magazine, sob o nome The Murders of the Rue Morgue (Os Crimes da Rue Morgue), e em 1843 Poe recebeu o seu primeiro prémio literário com a obra The Gold Bug. Em 1844 regressou a Nova Iorque e tornou-se subdiretor do New York Mirror. Na edição de 29 de janeiro de 1845 deste jornal surgiu o poema The Raven (O Corvo), com o qual Poe atingiu o auge da sua fama nacional.
Dois anos mais tarde morre a sua mulher Virgínia, mas Poe volta a casar, com Elmira Royster, em 1849. Porém, antes disso, Poe publica Eureka, uma obra que deu azo a muita contestação por parte de alguns críticos da época e que é considerada uma dissertação transcendental sobre o universo, muito louvada por uns e detestada por outros.
É de regresso à terra natal do seu pai que Poe começa a apresentar indícios de que o problema do alcoolismo já era de certo modo irreversível. De facto, ele esteve na origem da morte do poeta. A obra de Poe é o espelho da sua vida conturbada e dos seus hábitos e atitudes antissociais, que o levavam a ter uma escrita que ia para além dos padrões convencionais. Se por um lado foi vítima de certas circunstâncias que estavam para além do seu controle, como foi o facto de ter ficado órfão aos dois anos de idade, por outro fez-se escravo de um problema - o álcool - que agravaria a sua personalidade já de si inconstante, imprevisível e incontrolável.

Edgar Allan Poe. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009.

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