O Nariz
SINOPSE
EXCERTOS
«O Nariz, um conto do absurdo, claro, mas de um absurdo de dois bicos:
age sobre o trivial, mas também o trivial age sobre ele, tornando-o estranhamente
verosímil. Portanto, nada de fantasias! Podemos fartar-nos de
estabelecer paralelos com os antecedentes românticos em que se perdia
magicamente qualquer coisa: ora o coração, ora a sombra, ou então era o
nariz que crescia—mas sentimos sempre uma diferença nítida: em Gógol
não encontramos o ambiente de enigma: a suposição dos efeitos de magia
como causa do acontecimento é rejeitada de imediato (a carta da “vítima”
com as acusações balbuciantes de bruxaria, em que nem ele próprio acredita,
e a carta de resposta da acusada que nem sequer percebeu as insinuações e que por isso lhes dá
uma interpretação muito prosaica e, como tal, cómica). Nada de magias! Esta, aliás, é uma das particularidades
da escrita russa, a partir de Púchkin: por mais misticismos, crenças, superstições, por
mais almas que andem no ar, o escritor tem sempre os pés assentes na terra e alimenta dela a sua inspiração.
Iúri Mann (O Sistema Poético de Gógol, Moscovo, 1978) escreve que as ligações genéticas dos
contos de Gógol com a literatura do romantismo (Hofmann, Chamisso) já estão suficientemente
estudadas pela crítica. O que faltava era descobrir a mudança fundamental que esta tradição sofreu
em Gógol. O motivo da perda pelo herói de uma parte do seu Eu, seja corporal, seja espiritual, estava
ligado, na tradição romântica, com a acção de forças sobrenaturais. Em O Nariz não existe portador
nem personificação da força não-real. Não se descortina culpado e, pelos vistos, não existe.
Existe apenas facto. E também a atitude das personagens para com o facto. Não há culpado, não
há explicação do fenómeno. O leitor espera involuntariamente qualquer esclarecimento — mas o
narrador afasta-se, põe a máscara do “censor” e prega ao leitor uma partida (“não percebo absolutamente
nada”, diz) e, ainda por cima, declara que “acontecem coisas destas no mundo—raramente,
mas acontecem”; depois sai de cena, deixando o leitor de mãos a abanar…»
Dos tradutores Nina Guerra e Filipe Guerra
DETALHES
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 978-972-37-0577-5 |
Editor: | Assírio & Alvim |
Data de Lançamento: | novembro de 2007 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 115 x 185 x 7 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 80 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Gato Maltês |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789723705775 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
OPINIÃO DOS LEITORES
Simplesmente fantástico!
Diogo
Uma pequeníssima mas divertida novela acerca de um homem que perde o seu nariz. Lê-se de uma vez só, é divertida e, como a restante obra de Gógol, muitíssimo bem escrita. Vale muito a pena!
Excelente sentido de humor!
Maria Arminda Vieira
Comprei para o meu filho de 10 anos e ele "devorou" o livro em 2 dias! Claro que senti curisidade para perceber de onde vinha tanto entusiasmo e realmente o sentido de humor é excelente e a escrita cativante. É um bom livro para quem está a despertar para a leitura o fazer da melhor forma. Recomendo!
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