O Alegre Canto da Perdiz

de Paulina Chiziane
editor: Editorial Caminho, março de 2008
13,90€
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Delfina é uma mulher bonita, «uma negra daquelas que os brancos gostam». A história de vida desta Delfina, «dos contrates, dos conflitos, das confusões e contradições», é a história da mulher africana, a história da apocalíptica perda do sonho. Esta mulher debate-se entre «escolher o caminho do sofrimento», o amor que sente por José dos Montes, e eliminar a sua raça para ganhar a liberdade», procurando o homem branco que lhe dará o alimento e o conforto que deseja. Mas o que é o amor para a mulher negra? Na terra onde as mulheres se casam por encomenda na adolescência? O problema arrasta-se ao longo do livro, aparentemente sem solução: «viver em dois mundos é o mesmo que viver em dois corpos, não se pode. Tu és negra, jamais serás branca». Mesmo assim a mulher negra «procura um filho mulato, para aliviar o negro da sua pele como quem alivia as roupas de luto».

O sufoco das palavras outrora silenciadas, a valentia e a frontalidade gritam alto nos romances de Paulina Chiziane. Neste diálogo consigo própria, a conhecida escritora moçambicana, mistura imaginação, fantástico, misticismo, num retrato poderoso e peculiar da sociedade e da mulher africanas.

O Alegre Canto da Perdiz

de Paulina Chiziane

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722119764
Editor: Editorial Caminho
Data de Lançamento: março de 2008
Idioma: Português
Dimensões: 136 x 212 x 30 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 342
Tipo de produto: Livro
Coleção: Outras Margens
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722119764
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Uma obra maravilhosa.

Mariana Aparecida de Carvalho

Paulina Chiziane é, sem dúvida, uma contadora de estórias, cuja linguagem poética encanta através das metáforas e comparações que nos transportam para as cenas em que os fatos se desencadeiam. Por meio de ironias e tiradas geniais, a autora narra o papel da mulher e o espaço que ocupa, seja a negra ou a mulata, uma vez que esta pode ser vista como um meio de "branqueamento" e ascensão social, ainda que ocupe um "entre-lugar" na sociedade, por não ser considera negra pelos negros e nem branca pelos brancos, estando à margem de um e do outro grupo. A autora traz, em sua obra, narrativas e mitos fundacionais baseados, principalmente, no matriarcalismo em oposição ao patriarcalismo, seja como capítulos individuais ou através da fala de determinado personagem, mas evidenciando, em ambos os casos, a força da mulher para a constituição e manutenção da sociedade em África. Assim como nos contos de fadas ocidentais, os mitos e narrativas fundacionais são sempre iniciados pela expressão "Era uma vez...", o que nos leva, enquanto leitores, a esperarmos por uma obra em que as surpresas e reviravoltas estejam presentes, bem como o final feliz e o período "E viveram felizes para sempre". As surpresas e reviravoltas estão presentes e nos surpreendem, quanto ao final feliz... talvez haja, ou não!

SOBRE O AUTOR

Paulina Chiziane

Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo, mas não concluiu o curso. Atualmente vive e trabalha na Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa (Domingo, na «Página Literária», e na revista Tempo). Publicou o seu primeiro romance, Balada de Amor ao Vento, depois da independência (1990), que é também o primeiro romance de uma mulher moçambicana. Ventos do Apocalipse, concluído em 1991, saiu em Maputo em 1995 como edição da autora e foi publicado pela Caminho em 1999. O Sétimo Juramento e Niketche foram publicados em Portugal em 2000 e 2002, respetivamente. Afirma: «Dizem que sou romancista e que fui a primeira mulher moçambicana a escrever um romance, mas eu afirmo: sou contadora de estórias e não romancista. Escrevo livros com muitas estórias, estórias grandes e pequenas. Inspiro-me nos contos à volta da fogueira, minha primeira escola de arte.».
Em 2014, foi agraciada pelo Estado português com o grau de Grande Oficial da Ordem Infante D. Henrique. Em 2021, recebeu o mais prestigiado galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões.

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