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Atos Humanos

de Han Kang

Livro eBook
editor: Dom Quixote, agosto de 2017
Autora Vencedora do Man Booker International Prize
Em 1980, por toda a Coreia do Sul, os estudantes revoltaram-se contra o fecho de universidades e a falta de liberdade de expressão. Porém, na região de Gwangju, a repressão foi tão violenta que a população acabou por se juntar ao protesto, dando origem a um dos piores massacres na história do país. Os mortos e desaparecidos ainda estão, de resto, por contabilizar.

Como lidar com a morte de alguém quando o seu corpo não aparece? Esta é a história de Dong-ho, um rapaz que não resistiu a seguir o melhor amigo até à manifestação, mas, quando ouviu os tiros, largou-lhe a mão, procurando-o agora entre os cadáveres de uma morgue improvisada. E é também a história dos que cruzaram o caminho de Dong-ho antes e depois dessa noite infame - os que caíram por terra desarmados e os que foram levados para a prisão e torturados; os que sobreviveram ao terror mas nunca mais conseguiram falar do assunto e os que, tantos anos passados, sabem, tal como Han Kang, que a história pode repetir-se a qualquer momento e que é preciso lembrar os atos brutais de que os humanos são capazes.

Este é um romance universal e moderno sobre a batalha que os fracos travam contra os fortes na luta pela justiça.

«Um romance lírico e brutal.»
The Guardian

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Han Kang, NOBEL DA LITERATURA 2024

O Prémio Nobel da Literatura de 2024 foi atribuído à escritora sul-coreana Han Kang, cuja obra já se encontra publicada em mais de 30 línguas. O Comité Nobel distinguiu Han Kang «pela sua prosa poética intensa que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana» e pela sua «consciência única das ligações entre o corpo e a alma, os vivos e os mortos», inovadora na prosa contemporânea, através do seu «estilo poético e experimental».
Na entrevista telefónica que deu à organização do Nobel após o anúncio do prémio, a escritora disse estar surpresa e grata pela distinção, tendo refletido sobre o facto de ter sido a primeira laureada sul-coreana de literatura e sobre a forma como os escritores, coletivamente, a influenciaram. «Todos os seus esforços e forças têm sido a minha inspiração».

Han Kang nasceu em 1970 em Gwangju, na Coreia do Sul, no seio de um meio familiar literário, sendo o seu pai um conhecido romancista de renome. Desde muito cedo, paralelamente à escrita, dedicou-se à música e à arte, sensibilidade que transparece no seu estilo literário. Publicou os seus primeiros poemas numa revista literária em 1993 e, dois anos mais tarde, estreou-se na prosa com uma série de contos. O seu grande lançamento internacional dar-se-ia com o romance A Vegetariana, de 2007 – publicado por cá pela Dom Quixote – com que ganhou o Man Booker International Prize de ficção, levando ao encantamento global com a literatura coreana.
Han Kang, foto © Paik Dahuim A Vegetariana explora a fricção entre paixão e distanciamento, entre os desejos que são alimentados e os que são negados. As coisas começam a falhar no dia em que Yeong-hye, uma jovem e comum dona de casa, decide deitar fora toda a carne do congelador e anuncia que vai ser vegetariana, depois de ter tido um pesadelo. Decidida a perder a massa corporal necessária à existência humana, Yeong-hye desafia as expectativas dos que a rodeiam, recusando-se a continuar a viver apenas para cozinhar para o marido e deitar-se com ele. Ela quer deixar de ser humana, e tenta transformar-se na própria vegetação. Dividida em três partes, a história oscila entre uma atmosfera surrealmente serena e o thriller doméstico, e é contada a partir dos pontos de vista do péssimo marido de Yeong-hye, do seu obsessivo cunhado e da sua sobrecarregada irmã mais velha. Erótico, violento, poético, este livro deu origem a uma sublime adaptação cinematográfica.
Como referiu Anders Olsson, presidente do Comité Nobel, no seu discurso após o anúncio do prémio, «a empatia de Han Kang pelas vidas vulneráveis, frequentemente de mulheres, é palpável e reforçada pela sua prosa cheia de força metafórica». Além do famoso A Vegetariana, deixamos aqui um breve relance, partindo das palavras de Olsson, aos outros romances de Han Kang:
A OBRA DE HAN KANG
LIÇÕES DE GREGO No romance Lições de Grego, de 2011, assistimos ao terno desenrolar do amor entre uma mulher, que perdeu o poder da fala, e um professor de grego antigo, que está a perder a visão, numa bonita meditação sobre perda, intimidade.
«Uma espécie de história de amor delicada, o romance traça a sua tentativa de, se não superar, pelo menos tentar encontrar um ponto em comum no seu luto partilhado. É também um livro sobre a linguagem, sobre como as palavras podem ajudar-nos a dar forma e significado ao nosso mundo exterior e interior, mas também a rasgar e destruir o que há de mais delicado em todos nós: a nossa identidade.», segundo a Fundação Nobel. QUERO LER!







  ATOS HUMANOS Em Atos Humanos (2014), a escritora emprega, como fundamento político, o massacre de 1980 ocorrido na cidade de Gwangju, onde cresceu, em que centenas de estudantes e civis desarmados foram assassinados pelos militares sul-coreanos. Dando voz às vítimas deste ato cruel, e confrontando este episódio com uma atualização brutal, escreve de uma forma que remete para a literatura de testemunho. Atos Humanos venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália.
QUERO LER!







O Livro Branco N’O Livro Branco (2016), o seu estilo poético volta a dominar, numa elegia a uma pessoa que poderia ter sido a irmã mais velha do narrador, mas que morreu apenas horas após ter nascido. O conjunto da obra constrói-se numa sequência de notas curtas, todas relativas a objectos brancos, cor do luto, remetendo para uma espécie de «livro de orações secular». O Livro Branco foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize.
Para o início de 2025 está já prevista a publicação de We do Not Part, que venceu na edição francesa o Prémio Médicis Étranger 2023.
QUERO LER! CONHEÇA AINDA OUTROS PRÉMIOS NOBEL DA LITERATURA No ano passado, o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao escritor norueguês Jon Fosse, que escreve em Nynorsk, uma das duas versões escritas oficiais da língua norueguesa, que, segundo os organizadores do prémio, «dá voz ao indizível». Leia aqui o nosso artigo sobre o escritor
Além do prestígio e reconhecimento internacional que confere aos laureados, o Prémio Nobel da Literatura inclui um prémio em dinheiro de cerca de 1 milhão de dólares, proveniente de um legado deixado pelo criador do prémio, o inventor sueco Alfred Nobel. Os laureados são convidados a receberem os seus prémios numa cerimónia em Estocolmo a 10 de dezembro, dia do aniversário da morte de Alfred Nobel.
Conheça também outros grandes escritores laureados com o Nobel nos últimos anos.

Prémios Nobel da Literatura desde 2010:

2023 – Jon Fosse
2022 – Annie Ernaux
2021 – Abdulrazak Gurnah
2020 – Louise Glück
2019 – Peter Handke
2018 – Olga Tokarczuk
2017 – Kazuo Ishiguro
2016 – Bob Dylan
2015 – Svetlana Alexievich
2014 – Patrick Modiano
2013 – Alice Munro
2012 – Mo Yan
2011 – Tomas Tranströmer
2010 – Mario Vargas Llosa

Atos Humanos

de Han Kang

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722063234
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: agosto de 2017
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 234 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 232
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722063234
e e e e e

Poeticamente dilacerante

TeresaC

Hang Kang cerca-nos através de uma escrita simples mas cheia de arestas que nos magoam continuamente, que nos mostram a possibilidade do terrível passando-nos o cheiro do medo, da dor e da morte. Da perda brutal e quase surrealista, da possibilidade do irreal a acontecer não só à nossa frente como também na nossa pele. E tudo isto convém não esquecer para não repetir, como ainda há poucas semanas ia voltando a acontecer valendo-lhes a memória deste passado tão presente ainda na cabeça e no corpo de muitos. A autora mostra-nos também que muito embora a violência seja feia, avassaladora e até mesmo definitiva, as palavras permitem a beleza à narrativa elevando a coragem, a força e a abnegação dos que pagam com a própria vida a liberdade de todos. Uma escrita que nos belisca e comove de uma ponta à outra do livro, num ritmo vivo e constante, sem perda de intensidade. Várias vezes pensei que este seria, dos três que li, o meu favorito da autora, mas depois penso que não é justo compará-los por terem conceitos tão diferentes. E muito embora baseando-se este em factos reais, não sinto que a pesquisa se sobreponha formalmente à poesia da escrita, criando momentos brutais e intensos que me levaram a inspirar fundo. Han Kang é extraordinária. A sua escrita é poderosa e a sua sensibilidade fora do comum: leve e delicada mas ao mesmo tempo com a força de um tanque de guerra.

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Perturbador

Tiago

Ler Atos Humanos de Han Kang é como encarar diretamente o abismo da violência e do sofrimento humano. É uma obra que exige coragem emocional do leitor, pois desafia qualquer tentativa de se distanciar ou se alienar da dor retratada. O livro é profundamente humano ao abordar uma tragédia coletiva através de histórias individuais, permitindo que cada personagem nos guie por camadas de perda, resistência e sobrevivência. A minha experiência pessoal com o livro foi de desconforto, mas também de admiração pela forma como Han Kang transforma um evento tão brutal em arte literária. Ela não apenas relata os fatos do massacre de Gwangju, mas convida o leitor a sentir, a ouvir e a testemunhar. É impossível não se colocar no lugar das vítimas ou questionar o papel da memória e do esquecimento em nossa sociedade.

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O Ser Humano

Ana Sofia Castro

O que mais me chocou nesta leitura foi a forma objectiva e clara da autora na narrativa dos acontecimentos, a relação entre as personagens e a violência como desenvolve cada capítulo. E um retrato puro do que acontece quando a sociedade se revolta contra o sistema.

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A ler.

Miguel Tomás

Muito interessante, este "Atos humanos", uma deambulação a várias vozes sobre os acontecimentos e a persistência da memória, do massacre de Gwangju, em 1980, quando o regime repressivo de Choon Doohwan matou um número ainda não contabilizado de estudantes e manifestantes. E ainda as torturas e perseguições, o esmagamento dos movimentos feministas e sindicais, e o mais. A obra mostra alguma mestria diegética, com várias vozes e narração na primeira e terceira pessoas, mas com capítulos narrados na segunda, o que lhe confere um lirismo substancial. Também interessante, o ping-pong temporal em alguns capítulos. Muitas vezes brutal, mas muito, muito humano. Visceralmente. A ler. Até para perceber que a repressão não acontece só no norte da Coreia.

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2/5

João Miranda

Han Kang fez um trabalho muito bom na pesquisa e tratamento dos dados do horrendo massacre de 1980, na cidade de Gwangju. A descrição do evento, através de várias vítimas, é suficiente para nos colocar a par da atrocidade vivida. Contudo, a escrita mecânica, simples, sem chama, não nos transporta para mais uma página negra da humanidade.

e e e e E

Han Kang é Arte na literatura

David Pimenta

De tão belo e, de certa forma, tão íntimo, estes "Atos Humanos" é um livro brutal. Tal como "A Vegetariana", há momentos tão brutais e tão intensos que se tornam extremamente belos. Foi também fundamental para descobrir uma página da história da Coreia do Sul.

Han Kang

Prémio Nobel da Literatura 2024

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana (2016), o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos (2017) venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco (2019), foi finalista do Man Booker International Prize 2018. Publicou ainda Lições de Grego (2023) e, em 2025, Despedidas Impossíveis, que venceu na edição francesa o Prémio Médicis 2023, na categoria de romance estrangeiro.
Han Kang recebeu igualmente os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. E, «pela sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana», foi galardoada com o Prémio Nobel de Literatura em 2024.
Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas. Mora em Seul.

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