A Vegetariana
de Han Kang
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Artigos que se encontram disponíveis nos fornecedores e que serão expedidos após receção do artigo no nosso armazém.Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne - que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu - acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros - o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais. A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano.
Este é um livro admirável sobre sexo e violência - erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou». Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, A Vegetariana vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional.
Han Kang, NOBEL DA LITERATURA 2024
O Prémio Nobel da Literatura de 2024 foi atribuído à escritora sul-coreana Han Kang, cuja obra já se encontra publicada em mais de 30 línguas. O Comité Nobel distinguiu Han Kang «pela sua prosa poética intensa que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana» e pela sua «consciência única das ligações entre o corpo e a alma, os vivos e os mortos», inovadora na prosa contemporânea, através do seu «estilo poético e experimental».
Na entrevista telefónica que deu à organização do Nobel após o anúncio do prémio, a escritora disse estar surpresa e grata pela distinção, tendo refletido sobre o facto de ter sido a primeira laureada sul-coreana de literatura e sobre a forma como os escritores, coletivamente, a influenciaram. «Todos os seus esforços e forças têm sido a minha inspiração».
Han Kang nasceu em 1970 em Gwangju, na Coreia do Sul, no seio de um meio familiar literário, sendo o seu pai um conhecido romancista de renome. Desde muito cedo, paralelamente à escrita, dedicou-se à música e à arte, sensibilidade que transparece no seu estilo literário. Publicou os seus primeiros poemas numa revista literária em 1993 e, dois anos mais tarde, estreou-se na prosa com uma série de contos. O seu grande lançamento internacional dar-se-ia com o romance A Vegetariana, de 2007 – publicado por cá pela Dom Quixote – com que ganhou o Man Booker International Prize de ficção, levando ao encantamento global com a literatura coreana.
Han Kang, foto © Paik Dahuim
A Vegetariana explora a fricção entre paixão e distanciamento, entre os desejos que são alimentados e os que são negados. As coisas começam a falhar no dia em que Yeong-hye, uma jovem e comum dona de casa, decide deitar fora toda a carne do congelador e anuncia que vai ser vegetariana, depois de ter tido um pesadelo. Decidida a perder a massa corporal necessária à existência humana, Yeong-hye desafia as expectativas dos que a rodeiam, recusando-se a continuar a viver apenas para cozinhar para o marido e deitar-se com ele. Ela quer deixar de ser humana, e tenta transformar-se na própria vegetação. Dividida em três partes, a história oscila entre uma atmosfera surrealmente serena e o thriller doméstico, e é contada a partir dos pontos de vista do péssimo marido de Yeong-hye, do seu obsessivo cunhado e da sua sobrecarregada irmã mais velha. Erótico, violento, poético, este livro deu origem a uma sublime adaptação cinematográfica.
Como referiu Anders Olsson, presidente do Comité Nobel, no seu discurso após o anúncio do prémio, «a empatia de Han Kang pelas vidas vulneráveis, frequentemente de mulheres, é palpável e reforçada pela sua prosa cheia de força metafórica». Além do famoso A Vegetariana, deixamos aqui um breve relance, partindo das palavras de Olsson, aos outros romances de Han Kang:
A OBRA DE HAN KANG
LIÇÕES DE GREGO
No romance Lições de Grego, de 2011, assistimos ao terno desenrolar do amor entre uma mulher, que perdeu o poder da fala, e um professor de grego antigo, que está a perder a visão, numa bonita meditação sobre perda, intimidade.
«Uma espécie de história de amor delicada, o romance traça a sua tentativa de, se não superar, pelo menos tentar encontrar um ponto em comum no seu luto partilhado. É também um livro sobre a linguagem, sobre como as palavras podem ajudar-nos a dar forma e significado ao nosso mundo exterior e interior, mas também a rasgar e destruir o que há de mais delicado em todos nós: a nossa identidade.», segundo a Fundação Nobel.
QUERO LER!
ATOS HUMANOS
Em Atos Humanos (2014), a escritora emprega, como fundamento político, o massacre de 1980 ocorrido na cidade de Gwangju, onde cresceu, em que centenas de estudantes e civis desarmados foram assassinados pelos militares sul-coreanos. Dando voz às vítimas deste ato cruel, e confrontando este episódio com uma atualização brutal, escreve de uma forma que remete para a literatura de testemunho. Atos Humanos venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália.
QUERO LER!
O Livro Branco
N’O Livro Branco (2016), o seu estilo poético volta a dominar, numa elegia a uma pessoa que poderia ter sido a irmã mais velha do narrador, mas que morreu apenas horas após ter nascido. O conjunto da obra constrói-se numa sequência de notas curtas, todas relativas a objectos brancos, cor do luto, remetendo para uma espécie de «livro de orações secular». O Livro Branco foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize.
Para o início de 2025 está já prevista a publicação de We do Not Part, que venceu na edição francesa o Prémio Médicis Étranger 2023.
QUERO LER!
CONHEÇA AINDA OUTROS PRÉMIOS NOBEL DA LITERATURA
No ano passado, o Prémio Nobel da Literatura foi atribuído ao escritor norueguês Jon Fosse, que escreve em Nynorsk, uma das duas versões escritas oficiais da língua norueguesa, que, segundo os organizadores do prémio, «dá voz ao indizível». Leia aqui o nosso artigo sobre o escritor
Além do prestígio e reconhecimento internacional que confere aos laureados, o Prémio Nobel da Literatura inclui um prémio em dinheiro de cerca de 1 milhão de dólares, proveniente de um legado deixado pelo criador do prémio, o inventor sueco Alfred Nobel. Os laureados são convidados a receberem os seus prémios numa cerimónia em Estocolmo a 10 de dezembro, dia do aniversário da morte de Alfred Nobel.
Conheça também outros grandes escritores laureados com o Nobel nos últimos anos.
Prémios Nobel da Literatura desde 2010:
2023 – Jon Fosse
2022 – Annie Ernaux
2021 – Abdulrazak Gurnah
2020 – Louise Glück
2019 – Peter Handke
2018 – Olga Tokarczuk
2017 – Kazuo Ishiguro
2016 – Bob Dylan
2015 – Svetlana Alexievich
2014 – Patrick Modiano
2013 – Alice Munro
2012 – Mo Yan
2011 – Tomas Tranströmer
2010 – Mario Vargas Llosa
Wook se escreve na Coreia do Sul – Parte I
A Onda Coreana ou Hallyu está a chegar todas as partes do mundo, e Portugal não é exceção. A Coreia do Sul vive um boom cultural com a criação de contagiantes K-Dramas, manhwa, K-Pop e jogos online. Fenómenos como a série The Squid Game, o filme Parasites ou o turbihão musical dos BTS são apenas alguns exemplos desta vaga, que desperta cada vez mais interesse.
A exportação da indústria cultura pop sul-coreana que se iniciou nos anos 1990, com um forte investimento e incentivo do governo, é testemunho do poder do intercâmbio cultural e da capacidade da cultura pop para transcender fronteiras!
Nesta I Parte, exploramos romances com personagens peculiares a que é impossível ficar indiferente. Mergulhe connosco nesta onda! **
AMÊNDOAS
Começamos com uma proposta muito singular. Amêndoas, da autoria da escritora e realizadora sul-coreana Wong-Pyung Sohn, causou um impacto estrondoso lá fora e será lançado cá, pela Presença, no início de maio. O enredo gira em torno do protagonista, partindo de uma premissa desconcertante: Yunjae, um rapaz de 16 anos, tem uma condição cerebral que o impede de sentir emoções como medo ou raiva. Quando conhece Gon, um rapaz que é a sua quase antítese, cria um laço tão grande com ele, para o bem e para o mal, que algo começa a mudar dentro de si. O livro abre logo com uma frase que testa a nossa capacidade de resistência: «Seis morreram e um ficou ferido nesse dia. Primeiro foram a mãe e a avó. Depois, um estudante universitário que tinha entrado a correr para deter o homem.» É duro, e vai direto ao coração, numa exploração das dores de crescimento e da aceitação de que nem tudo é como se espera. A psicologia das personagens é de um realismo inato, e não se consegue parar de ler, apesar do abalo emotivo que nos causa. KIM JIYOUNG, NASCIDA EM 1982
A nossa segunda sugestão vai para um livro que abanou a Coreia do Sul e originou um verdadeiro movimento em prol da igualdade entre sexos no país, tornando-se depois num bestseller internacional. Kim Jiyoung, Nascida em 1982, de Cho Nam-Joo, parte da experiência pessoal da autora para descrever a vida de uma mulher – da infância até ao casamento e maternidade – desesperada por se libertar dos grilhões impostos ao seu género. Quando conhecemos Jiyoung, ela tem 33 anos e uma filha de um ano. Vemos que, apesar de ter sempre cumprido as regras do jogo, nunca sai vendedora. Até que, um dia, entra em colapso depressivo e começa a assumir as vozes e as personalidades da sua mãe, da sua amiga e de muitas outras mulheres, tanto vivas como mortas. A origem da metamorfose de Jiyoung vem desde antes de ela nascer, numa altura em que o aborto seletivo de meninas era prática comum, e estende-se pela sua vida, da escola, ao trabalho e ao que é esperado de si enquanto mãe ou esposa – mesmo com um marido atencioso, a pressão social sobrepõe-se. Um livro poderoso que pode ser visto como a novelização das experiências vividas por todas as mulheres coreanas comuns durante os últimos 40 anos, dando voz a quem não a teve, e entretanto já adaptado ao grande ecrã. A VEGETARIANA
A escritora que se segue, Han Kang, foi quem conseguiu que o mundo descobrisse e se encantasse com a literatura coreana. A Vegetariana, o livro que a projetou para a fama após ter vencido o Man Booker International Prize, explora a fricção entre paixão e distanciamento, entre os desejos que são alimentados e os que são negados. As coisas começam a falhar no dia em que Yeong-hye, uma jovem e comum dona de casa, decide deitar fora toda a carne do congelador e anuncia que vai ser vegetariana, depois de ter tido um pesadelo. Decidida a perder a gordura necessária à existência humana, Yeong-hye desafia as expectativas dos que a rodeiam, recusando-se a continuar a viver apenas para cozinhar para o marido e dormir com ele. Ela quer deixar de ser humana, e tenta transformar-se na própria vegetação. Dividida em três partes, a história oscila entre uma atmosfera surrealmente serena e o thriller doméstico, e é contada a partir dos pontos de vista do péssimo marido de Yeong-hye, do seu obsessivo cunhado e da sua sobrecarregada irmã mais velha. Erótico, violento, poético, este livro deu origem a uma sublime adaptação cinematográfica.
PACHINKO
Da saga épica de uma família corena nasceu, por sua vez, uma série televisiva de K-Drama que espelha o impacto de um livro traduzido para 40 idiomas. Pachinko, da consagrada Min Jin Lee, atravessa a vida de quatro gerações de uma família coreana no Japão, a partir de 1910, ano em que o Japão ocupa a Coreia. A história começa quando Sunja, a filha amada de uma família pobre mas respeitada, se vê na situação delicada de ter engravidado de um homem que não sabia ser casado. A jovem acaba por casar-se com Noa, um pároco bondoso que se muda com ela para o Japão. Ao longo do romance acompanhamos as alegrias da família que formaram, que se apoia para sobreviver, e os desafios e perdas que experimentam como imigrantes coreanos num novo país implacável. Do bulício dos mercados de rua às salas das melhores universidades do Japão, passando pelo submundo do crime nos salões de jogo de pachinko, as personagens de Lee – mulheres fortes e resilientes, irmãs e filhos dedicados ou pais abalados por crises morais – conseguem sobreviver e prosperar apesar da discriminação e da privação de direitos. Como disse Barak Obama, esta é uma «história poderosa sobre resiliência e compaixão». O GRANDE ARMAZÉM DOS SONHOS
Para os momentos em que a realidade da vida nos limita os sonhos, há um livro que é um bálsamo. O romance de estreia de Miye Lee, O Grande Armazém dos Sonhos é uma incursão reconfortante e doce na terra do sono. Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um, existe um grande armazém onde criativos talentosos produzem sonhos para serem comprados por quem dorme, sejam pessoas ou animais. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho – os que apelam aos pequenos prazeres da vida, os que trazem recordações especiais, criam viagens ou comida deliciosa, ou nos permitem reencontrar quem já partiu. Um livro que celebra, sabiamente, o poder misterioso dos sonhos, mesmo dos mais irritantes, que podem ser o empurrão de que precisamos para resolver certos problemas. LÁGRIMAS NO MERCADO
Quando perdeu a sua mãe, aos 25 anos, Michelle Zauner sentiu a sua vida desabar. Em Lágrimas no Mercado, Zauner fala de como foi ser das poucas crianças americano-asiáticas na sua escola em Oregon, nos EUA, da luta contra as expectativas particulares e elevadas da sua mãe e de uma adolescência dolorosa. Descreve jjigae, tteokbokki e outras iguarias coreanas que cozinha para recuperar os dons do gosto, da língua e da história que a sua mãe lhe tinha dado – a sua identidade, com «uma reverência por boa comida e uma predisposição para fome emocional». Neste livro, como nas nossas vidas, as memórias também nos alimentam.
À semelhança de Zauber, Baek Sehee também se estreou na escrita com um livro de autoficção, Quero Morrer, mas Também Quero Comer Tteokbokki. Ao longo de 10 anos, sentia um vazio nos seus pensamentos que lhe provocava um buraco no estômago, impelindo-a a sair para comer a sua iguaria favorita, tteokbokki. Percorrendo, em estilo dialogal, as suas memórias nas consultas de psiquiatria a que ia, a autora pretendeu ajudar quem está a passar por situações semelhantes. O livro tornou-se um fenómeno de vendas e, apesar de tratar de assuntos sérios, pode ser lido com positividade, graças ao estilo luminoso, auto-crítico, desdramatizador e franco de Sehee.
**Este artigo foi originalmente publicado na revista Wookacontece nº. 11 .
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 9789722061070 |
Editor: | Dom Quixote |
Data de Lançamento: | setembro de 2016 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 155 x 237 x 13 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 192 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789722061070 |
Escrita simples, fluida, concisa
TeresaC
Embora as expectativas estivessem altas devido a tudo o que já tinha lido acerca deste livro, admito que não estava à espera que me apaixonasse tanto, que o embate fosse tão forte. A narrativa agarrou-me logo ao início e foi progressivamente ficando mais intensa, mais envolvente, fazendo-me mergulhar cada vez mais fundo no enredo e na vida das personagens. Quanto à história, embora se passe na Coreia do Sul e achando eu que se debruçaria mais sobre a sua cultura, acaba por ter um tom universal: a mulher que carrega todo o peso em si, as relações frágeis vividas em modo piloto automático, os traumas de infância e o peso do patriarcado, a procura do autoconhecimento, a debilidade da saúde mental, e, acima de tudo, a solidão imensa que nos rodeia. Um livro que adorei, que me deixou entorpecida, com um nó na garganta e praticamente sem palavras. Já se sabe que os prémios Nobel não agradam a todos, podendo justificar-se de muitas formas uma escolha com a qual não concordamos. No que me diz respeito, sinto-me conquistada por uma escrita simples, fluida, concisa mas tão visual, tão profunda, crua e envolvente. Han Kang será com certeza uma autora que vou continuar a seguir.
O melhor livro que li nos últimos tempos
Gabriela
Este livro foi o melhor livro que li nos últimos tempos. Li-o durante um dia, pois não consegui interromper a leitura. Sem dúvida que a escrita de Han Kang é cativante e faz-nos sentir realmente o que estamos a ler. A história é intrigante e cheguei ao fim do livro a reconsiderar alguns comportamentos meus, de tão introspetiva que é a leitura. Recomendo vivamente este livro, com o qual conseguimos perceber a entrega do prémio nobel da literatura a Han Kang
A Vegetariana
AllbyMyShelves
Yeong-hye, uma mulher que ao decidir ser Vegetariana, parece procurar romper com as imposições sociais que a acompanharam toda a vida, como filha, esposa... como Mulher. Ler "A Vegetariana" é, atrevo-me a dizer, uma experiência ultra-sensorial. Um livro com cor, textura e sabor, todos eles pautados de dor e angústia. Um livro completamente diferente dos que costumo ler, e que questiono-me se retirei o real sentido do mesmo. Não que a escrita seja intrincada (não é!), mas creio que a autora terá pretensões bem menos "evidentes". Han Kang parece apresentar-nos uma crítica à sociedade patriarcal, bem como à falta de liberdade que é imposta às pessoas, até sobre os seus próprios corpos, e com especial inaptidão para questões relacionadas com a saúde mental. Fiquei com imensa vontade de conhecer outras obras de Han Kang,especialmente "Atos Humanos".
Murro no Estômago
Elisabete
Um livro pequeno, uma história com final aberto (ou será mesmo impossível prever o final?) e que me agarrou desde as primeiras páginas, tanto que tive de ler seguido até ao fim. Um murro no estômago e percebo quem diga que ´´ou se adora ou se odeia´´ porque a ligação com a personagem principal não é facilmente criada, não é feita directamente mas sim através de terceiros, da família. A escrita de Han Kang é poderosa e permite-nos sentir de forma gutural a angústia e alheamento da personagem principal ficando a pensar nela mesmo após o fim da leitura.
Perturbador
Liliana Carvalho
Bem... este foi um dos livros mais perturbadores que já li em toda a minha vida... estava eu a pensar que ia ler sobre as dificuldades sociais de ser vegetariana e fui dar com um livro que é psicologicamente perturbador! Este livro será deveras fascinante para todos os profissionais do foro da saúde mental, é uma crítica social brutal para com a cultura coreana, o facto de as mulheres serem basicamente servas dos homens e não serem bem-vistas as mulheres com personalidade própria, a escrita é muito fluída e fácil de ler, no entanto tem sempre um tom muito melancólico e ... é raro eu não me conseguir expressar bem nas minhas opiniões... só para verem como esta leitura me afectou!... tem um tom sofrido, intenso, muito dramático e... sinceramente perturbador... É também um drama familiar com uma grande carga de crítica social, pois os familiares da mulher que se torna vegetariana após um sonho demasiado intenso sobre o consumo de carne e a aversão que a partir daí todo o tipo de carne e derivados animais lhe causa, a forma como é ostracizada pela família e pela sociedade é de uma crueza brutal!
Aos poucos conquista
Vânia Figueira
Perspetiva interessante, história descrita e desenvolvida pela interpretação de 3 personagens. É um livro que vai perfurando o nosso sossego. Impressiona pelo detalhe e perdura na memória.
Mixed feelings
Carina Gonçalves
Bem, sendo um booker prize e tendo lido muito boas críticas sobre esle livro, confesso que não fiquei deslumbrada! O livro divide-se em 3 partes, gostei imenso da primeira, cativa muito o leitor. A segunda parte não gostei tanto mas ainda assim manteve-me presa à história. A terceira não gostei de todo e acabou por estragar um pouco tudo o que tinha lido para trás...Ainda assim é um livro a ler!
Estranho, mas poderoso
Abiblioterapeuta.com
Um livro sobre a violência, os traumas, a força das convicções e as reações adversas dos outros às mesmas. Recomendo “A Vegetariana” a todos os que lutam para fazer respeitar as suas escolhas e aos que tendem a julgar as escolhas dos outros com leviandade.
Inusitado
Rita Oliveira
Gostei da sinopse, gostei da capa, que é linda, e gostei da ideia. Han Kang, a coreana que com este livro ganhou o Man Booker International Prize e passou à frente de escritores como Agualusa e Elena Ferrante, começa por relatar a história de uma mulher normal, tão normal que o marido a descreve como tendo casado com ela por ser tão normal que nunca lhe traria problemas. Não é bonita, não é feia, pouco conversa, mantém a casa em ordem, cumpre as suas obrigações conjugais quando o marido quer. Até que um dia, depois de ter tido um sonho, decide tornar-se vegetariana extremista e, com o tempo, a comer cada vez menos. Esta decisão acaba por ter consequências sérias no seu casamento, na sua família alargada e sobretudo na sua própria saúde. Algo com que Yeong-hei não se incomoda, uma vez que a certa altura tem como objetivo comer tão pouco e ter tão poucos pensamentos que se tornará numa árvore. Dividido em três partes, cada uma tem o seu narrador, cada um com interesses bem diferentes na vida de Yeong-hei: o marido, o cunhado e a irmã. Uma narrativa muito diferente, relativamente curta, que vale a pena ler.
Excelente e perturbador
Margarida Ferreira
Este é um livro lindíssimo que no entanto, caso seja sensível talvez não seja um título adequado. Consegue ser extremamente perturbador e tem uma crueza incrível, mas é um livro que nos agarra da primeira à última página. Simplesmente fantástico
Absorvente e visceral
Maria João Alves
É tudo demasiado neste romance da sul-coreana Han Kang, que parte da história de uma mulher vulgar, que surpreende todos os que a rodeiam ao decidir, de um dia para o outro, ser vegetariana. A sua motivação está num sonho que teve, particularmente violento – e essa violência acaba por contaminar toda a vida dela, do marido (desesperado com a "diferença", que abala o seu mundo certinho e previsível, único modo de vida que conhece e garantia de conforto), do pai (que tenta obrigá-la a comer carne e a vê, em resposta, a esfaquear-se a si mesma), da irmã (que quer a todo o custo manter a estabilidade na família). É tudo um exagero, tudo tão exacerbado, a forma de contar (e o que é contado) tão visceral neste romance, que, a certa altura, resvala em caricatura. O arranque é fantástico, o desenvolvimento absorvente, a escrita sempre apaixonada, a história de transformação e as descrições sensuais aproximam-se da perfeição. O final, porém, não está à altura do resto...
Tradução de tradução
Luís Mestre
Infelizmente a D. Quixote decidiu traduzir da versão inglesa em vez de traduzir do original... o que é pena. Não recomendo.
A Vegetariana.
Isabel Frade
Embora um livro em que a estética é interessante, sem dúvida não me marcou o que não costuma acontecer com este tipo de prémio literário. Algo insipiente, não agarra o leitor...não é o género de livro de que goste.Nao irei lembrar-me dele por muito tempo...há livros muito melhores....
International Man booker Prize merecido
Alice Rios
É definitivamente um livro muito estranho e peculiar, mas muito bom. Causa desde o início um impacto muito forte e a sensação que fica é sobretudo de perplexidade. Apetece lê-lo sem parar, para ver se em algum momento chegaremos a conseguir compreender a personagem principal (a vegetariana do título) e todo o seu entorno. O único livro que me lembro de me ter provocado uma sensação deste género foi A Metamorfose, de Kafka. Além disso, o próprio contexto da sociedade coreana é também em si mesmo estranho do ponto de vista ocidental, por isso é como se entrássemos num mundo novo, numa espécie de dimensão paralela, com regras diferentes das nossas. E a capa é também muito certeira! Não me recordo de outro livro que tenha uma capa tão adequada. Para aqueles que procuram algo semelhante a Murakami: desenganem-se; tem uma linguagem simples, tal como as obras do autor japonês, mas é muito diferente. Diferente de tudo, aliás. Enfim, perturbador, mas excelente.