A Imaginação

«A Imaginação é o início da carreira filosófica de Sartre, autor que, desafiando todas as verdades estabelecidas, viveu uma das mais fascinantes aventuras intelectuais do século XX.»
Diário de Lisboa

"Toda a teoria da imaginação deve satisfazer duas exigências: deve dar conta da discriminação espontânea que o espírito opera entre as suas imagens e as suas percepções; e deve explicar o papel que a imagem desempenha nas operações do pensamento. Fosse qual fosse a forma assumida, a concepção clássica da imagem não pôde efectuar as suas duas tarefas essenciais; dar à imagem um conteúdo sensível é fazer dela uma coisa obediente às leis das coisas e não às leis da consciência; tira-se assim ao espírito toda a possibilidade de a distinguir das outras coisas do mundo. Torna-se ao mesmo tempo impossível conceber, seja de que maneira for a relação dessa coisa com o pensamento. Se, efectivamente, se subtrair a imagem à consciência, tira-se a esta toda a sua liberdade.
A imagem só pode entrar na corrente da consciência se for ela própria síntese e não elemento. Não há, não pode haver imagens dentro da consciência. Mas a imagem é um certo tipo de consciência. A imagem é um acto e não uma coisa. A imagem é consciência de alguma coisa."