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Vejo Uma Voz

Uma Viagem ao Mundo dos Surdos

de Oliver Sacks
editor: Relógio D'Água, janeiro de 2011
15,00€
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Em Vejo Uma Voz, Oliver Sacks leva-nos numa viagem pelo mundo dos surdos, que o autor explora com a mesma paixão e discernimento que reconhecemos noutras obras suas.

«Uma viagem que vale a pena… Não se consegue ler mais do que umas quantas páginas de Sacks sem que se comece a ver as coisas numa nova perspectiva.» [Los Angeles Times]

«Este livro, cuidadosamente investigado e documentado, é uma referência para os direitos dos surdos. Arrisca o grande salto imaginativo tão necessário para compreender a surdez total.» [Jack Ashley, Sunday Telegraph]

Vejo Uma Voz

Uma Viagem ao Mundo dos Surdos

de Oliver Sacks

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896411947
Editor: Relógio D'Água
Data de Lançamento: janeiro de 2011
Idioma: Português
Dimensões: 154 x 237 x 14 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 208
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Ensaios
EAN: 9789896411947

Importante obra sobre a Língua Gestual

tf

Importante obra sobre a Língua Gestual, o que representa para a cultura Surda e todas as questões linguísticas e sociais associadas.

Excelente incursão de Oliver Sacks no mundo dos surdos

João M.

Esta excelente incursão de Oliver Sacks no mundo dos surdos está organizada em 3 partes: 1. a primeira faz uma abordagem histórica sobre os surdos e a surdez, e explica-nos como surgiu a língua gestual americana, como não é uma simples transliteração em gestos das línguas faladas, nem sequer um conjunto de gestos de mímica ou pantomima; antes é uma língua completa, com uma sintaxe, semântica e gramática próprias, fonte de uma cultura específica e riquíssima (teatro, poesia, literatura, dança), que, de certa forma, é inacessível aos ouvintes. 2. a segunda parte trata da surdez do ponto de vista neurológico e explica-nos as diferenças entre surdez pré-linguística (quando se fica surdo antes de aprender a falar porque, por exemplo, se nasceu já surdo) e pós-linguística (quando a surdez tem origem em doença ou acidente ocorrido depois de aquisição da fala), descrevendo os hipotéticos mecanismos do cérebro envolvidos na aprendizagem da linguagem, salientando a enorme plasticidade do cérebro e as maiores capacidades dos surdos no que respeita a acuidade visual e organização do espaço. 3. por fim, Sacks descreve um episódio de revolta de estudantes na Universidade de Gallaudet, uma universidade americana destinada ao ensino dos surdos. Os alunos não aceitaram a eleição de um reitor não-surdo, exigindo que fosse escolhido, pela primeira vez, um surdo, no que constituiu um gesto de afirmação de um movimento identitário e de reivindicação de direitos em tudo semelhante aos movimentos feminista, dos negros ou dos homossexuais. Em consequência da sua organização, "Vejo Uma Voz" não é um livro estruturado, e a profusão de notas de rodapé pode acabar por perturbar a leitura, mas tais questões são insignificantes quando comparadas com a faculdade que este livro tem de nos obrigar a pensar, de nos despertar para uma realidade na qual nunca tínhamos reparado, mesmo estando ao nosso lado (a prevalência da surdez é de 1 em cada 1000), e, se tínhamos, era com sentimentos de compaixão ou de preconceito. Sim, porque quem não se recorda de ter, na infância, um familiar ou vizinho "surdo-mudo"? E, na verdade, nem deveria haver qualquer problema com o aparelho vocal do miúdo(a). Seria até, provavelmente, uma criança inteligente, enclausurada numa prisão de comunicação, cheia de vontade de aprender, mas sem dispor das ferramentas para o fazer. Normalmente, pelos seus sons guturais de protesto, por não se desenvolver como as outras crianças, os surdos pré-linguísticos eram classificadas como imbecis e enclausurados em hospícios e reformatórios. Sacks descreve que, quando se ensinava a estas crianças uma língua gestual, elas desabrochavam de repente, curiosas, inteligentes, ansiosas por aprender e por comunicar. Alguns deles tornaram-se excelentes escritores, pintores ou engenheiros. E pensar que, a partir de meados do século XIX até à segunda metade do século XX, as línguas gestuais foram proibidas em muitos países, como a Inglaterra, onde a imposição da conformidade vitoriana penalizava as minorias, como as de surdos, mas também, por exemplo, dos "sodomitas"! Em Portugal, por razões um pouco diferentes, também a Língua Gestual Portuguesa esteve proibida até 1974, pois a ditadura temia que, não sendo compreendida pela polícia política, fosse usada para conspirar contra o regime. Mas ainda hoje temos por hábito classificar os surdos como "deficientes", como se fosse possível resumir a riqueza e o potencial de um individuo a uma única característica física. Foi com enorme espanto que descobri que é precisamente o contrário: por exemplo, as crianças surdas de nascença conseguem começar a comunicar com os pais em linguagem gestual logo a partir dos 4 meses, para pedir leite, por exemplo, enquanto as crianças não-surdas apenas começam a articular as primeiras palavras por volta do primeiro ano de idade. Os surdos, geralmente, têm uma maior consciência visual e espacial, o que se reflete nas línguas gestuais, que são mais ricas e concisas que as línguas faladas no que se refere a localização e orientação, e na expressão corporal. Neste e noutros campos, surpreendentemente, os "deficientes" somos nós, os "ouvintes". Dei por mim a pensar: e porque é que não ensinamos a todas as crianças, desde a mais tenra idade, a língua gestual do seu país, fazendo com que, dentro de algumas gerações, esta se tornasse nativa de toda a população, tal como a língua falada? Caçávamos dois coelhos de uma assentada: nós, os "deficientes-ouvintes", poderíamos beneficiar de uma maior sensibilidade visual/espacial e a surdez deixaria de ser impedimento à integração na sociedade de pessoas com enorme potencial. Costuma dizer-se que "burro velho não aprende línguas", mas eu não quero ficar para trás. Fui à procura na Net e encontrei uma Escola Virtual de Língua Gestual Portuguesa. Já completei o primeiro módulo e fiquei aprovado (com excelente nota!) no respetivo questionário de avaliação. Vá lá, é giro... e é grátis!

Mundo dos surdos

David Ribeiro

Este livro abriu os meus horizontes. Como seres humanos que se comunicam e vêm o mundo só com imagens mentais são diferentes dos ouvintes? Há diferenças? Conseguem ser culturalmente iguais? Ou necessariamente são estrangeiros no seio do lugar onde nasceram e cresceram? Todos os ouvintes deviam aprofundar o seu conhecimento sobre os surdos para perceber o que podem fazer mais por eles.

SOBRE O AUTOR

Oliver Sacks

O médico e escritor inglês Oliver Sacks nasceu em 1933, em Londres, sendo filho de um casal de físicos. Formou-se como médico em Oxford e no início da década de 60 mudou-se para os Estados Unidos da América. Neste país estudou em regime de internato em São Francisco e, posteriormente, frequentou neurologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Em 1965 foi viver para Nova Iorque, onde se tornou professor de neurologia na Escola de Medicina Albert Einstein, professor assistente de neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque e consultor de neurologia numa instituição de caridade.

Em 1966 começou a trabalhar, também como neurologista, no Hospital Berth Abraham, no Bronx, em Nova Iorque. Aqui lidou com um grupo de doentes, que se caracterizavam por estar décadas num estado catatónico, incapazes de fazer qualquer tipo de movimento. Constatou que esses doentes eram os sobreviventes de uma grande epidemia da doença do sono que assolou o mundo entre 1916 e 1927. Tratou-os então com um medicamento novo, o L-dopa, que permitiu que eles regressassem a uma vida normal. Este caso inspirou-o a escrever em 1973 o livro Awakenings, a sua segunda obra literária, que viria a servir de inspiração a Harold Pinter para escrever a peça de teatro A Kind of Alaska e à realizadora Penny Marshall a fazer o filme Despertares. Este filme, estreado em 1990, tinha como actores principais Robin Williams, no papel de Sacks, e Robert De Niro.

Mas ainda antes deste filme estrear, Sacks tinha-se tornado conhecido, especialmente nos Estados Unidos da América, com o livro The Man Who Mistook His Wife for a Hat (O Homem que confundiu a mulher com um chapéu). Esta obra, lançada em 1985, era uma colecção de histórias de casos verdadeiros nos limites das experiências neurológicas. Tratava-se do relato de histórias da luta de doentes com a esquizofrenia, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, síndrome de Tourett, autismo, etc.

Em 1989 Oliver Sacks foi distinguido pela Fundação Guggenheim pelo seu trabalho na área por ele designada de neuroantropologia da Síndroma de Tourette, na qual os doentes têm tiques involuntários. O estudo analisa, nomeadamente, o modo como era percepcionada a doença em diferentes culturas.
Os seus livros, escritos desde 1970 e traduzidos para mais de vinte línguas, tornaram-se campeões de vendas e ganharam diversos prémios em todo o mundo, sendo utilizados em aulas nas universidades. Inspiraram também artistas de diversas áreas culturais. Mas Sacks notabilizou-se também pelos seus escritos na Imprensa, tanto generalista como especializada em medicina.

Oliver Sacks é membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras, da Academia Americana de Artes e Ciências e da Academia das Ciências de Nova Iorque.

Oliver Sacks morreu em Nova Iorque no dia 30 de agosto de 2015.

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