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Um Dedo Borrado de Tinta

Histórias de quem não pôde aprender a ler

de Catarina Gomes

Livro eBook
editor: Fundação Francisco Manuel dos Santos, fevereiro de 2024
Casteleiro, no distrito da Guarda, é uma das freguesias nacionais com maior taxa de analfabetismo. Este livro retrata a vida e o quotidiano de habitantes desta aldeia que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever.

É o caso de Horácio: sabe como se chama cada uma das letras do alfabeto, até é capaz de as escrever uma a uma, mas, na sua cabeça, elas estão como que desligadas; quando recebe uma carta tem de «ir à Beatriz», funcionária do posto dos correios e juntadora de letras.

Na sua ronda, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem assinar com o indicador direito. Em Portugal, onde, em 2021, persistiam 3,1% de analfabetos, estas histórias são quase arqueologia social, testemunhos de um mundo prestes a desaparecer.

Os diversos censos do século XIX e primórdios do XX mostram, por exemplo que, em 1878, só cerca de 20% dos portugueses sabiam ler? Em 1890 eram 24% e no dealbar do século XX, em 1900, não iam além dos 26%. Chega-se ao ano logo a seguir à implantação da República, 1911, com apenas 30% de portugueses a dominar a escrita e a leitura. Só em meados do século XX, se baixou dos 50%.

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As vidas das mulheres

Celebrar a mulher é celebrar as suas lutas. Estas são vidas a que a violência atinge no feminino. Livros onde as circunstâncias condicionam o percurso de vida. Três Mulheres na Cidade A vida pode por vezes engolir-nos vivos. Numa cidade grande, somos territórios anónimos onde as nossas vozes vão perdendo sentido à medida que os dias se sobrepõem. Vivemos pequenas guerras internas, não sabemos nada acerca das lutas dos outros. Dos anónimos com quem nos cruzamos diariamente, ainda que sejam caras conhecidas. Sabemos tão pouco dos outros, que as figuras com que nos atravessamos diariamente se confundem tantas vezes com o próprio mobiliário urbano, com os prédios, com a calçada. Neste livro, três mulheres tão diferentes vivem dilemas idênticos, procurando submergir de um poço para onde a cidade de Madrid as atirou, um prédio escalonado conforme as classes sociais, assunto tão premente neste livro. Vemo-las nas suas vidas normais, acompanhamos a imensa complexidade da trama tecida na intimidade. É impossível não nos comovermos – aqui sim – com a arbitrariedade a que estão sujeitas na selva que é o quotidiano, onde se confunde a agressão com a esperança. QUERO LER!








  Na Terra dos Outros Não é muito frequente acontecer o que me aconteceu com este livro. Esta história foi ganhando volume na minha vontade de a ler. Tanto que a certo ponto não desejei que terminasse, não quis que a vida de Maria do Carmo terminasse com o fim do livro. Queria muito (embora sabendo-o altamente improvável) que houvesse uma espécie de sequela. Não que ache que falta algo ao livro – nada disso, é um romance completo, que é dado ao leitor na medida exata. Mas tanto ficou em mim daquela mulher que não via como possível que ela pudesse assim desaparecer da minha vida de um momento para o outro. Carmo sai da sua aldeia em idade de criança, empurrada pela mãe para trabalhar na casa dos senhores da cidade como criada. Criada, assim mesmo, neste termo que era assim usado naquele tempo, o das vésperas da liberdade, para designar crianças que se vinham fazer serventes dos outros. Acompanhamos a sua vida até que ela nos deixe, uma vida ao serviço dos outros, sem tempo de si mesma. QUERO LER!

Um dedo borrado de tinta A iliteracia atingiu, ao longo dos séculos, sobretudo as mulheres pobres. Neste livro, Catarina Gomes percorre as ruas de uma aldeia do distrito da Guarda onde em 2011, mais de 40% dos habitantes não sabia ler nem escrever. Entre muitos, mulheres. Herdeiras de um tempo em que a sua escolarização não era prioridade em nenhum lado: nem na família, muito menos para um Estado que as queria serventes, humilhadas, dependentes. Porque, e assim percebemos ainda melhor com a leitura deste livro, saber ler e escrever é ter uma arma na mão contra o abuso e a dependência dos outros. Mas apenas recentemente se baixou a fatia de 5% de cidadãos sem acesso à extensa maioria da comunicação diária imprescindível para a sobrevivência. Vivendo num mundo rodeado de enigmas, estas pessoas, nossos avós e bisavós, adaptaram a vida a uma condição constante de exterioridade que as discriminou, fragilizando-as tanto, porventura, como se não tivessem acesso a um dos sentidos do corpo. QUERO LER!

Um Dedo Borrado de Tinta

Histórias de quem não pôde aprender a ler

de Catarina Gomes

Propriedade Descrição
ISBN: 9789899153493
Editor: Fundação Francisco Manuel dos Santos
Data de Lançamento: fevereiro de 2024
Idioma: Português
Dimensões: 132 x 200 x 5 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 96
Tipo de produto: Livro
Coleção: Retratos
Classificação temática: Livros em Português > Ciências Sociais e Humanas > Sociologia
EAN: 9789899153493
e e e e E

importante ensaio

tf

importante ensaio sobre o problema da literacia em portugal que ainda é um obstáculo no funcionamento do elevador social em portugal.

e e e e e

Uma dura realidade

Conceição Marques

Tive conhecimento deste livro através de uma entrevista da autora a um programa de rádio......e que livro!!!! Escrito de uma forma doce, a mais dura realidade que ainda assola o nosso país. O analfabetismo ainda é real e é um exemplo de que o fraco envestimento na cultura pode originar. Muito bem escrito, como é de esperar desta escritora, é um livro muito bonito.

e e e e e

Um retrato de Portugal

Mónica Mil Bibliotecamil

É incrível que em 2021 ainda se tenha registado 3,1% de analfabetos em Portugal. No entanto em 2011 eram bastante mais, cerca de meio milhão de portugueses. Estes números dizem-nos duas coisas: Que efetivamente Portugal tem um índice de população envelhecida enorme e que no espaço de dez anos morreram muitos desses idosos. Este livro, um trabalho de investigação lindíssimo da Catarina Gomes (Autora de “Terrinhas” e “Coisas de Loucos”), remete-nos para outros tempos, outras vidas (estamos a falar de coisas de há 70/80 anos atrás não muito mais que isso), e toca-me a mim pessoalmente porque parte dos testemunhos dos entrevistados que tive oportunidade de ler são a história de vida da minha mãe, nascida em 1949. Logo muito nova, só conseguiu fazer a terceira classe e foi logo colocada a servir em casa de patrões, a cuidar de crianças. Sabe ler e escrever, mas por exemplo a minha falecida tia, sua irmã, com mais 10 anos, faleceu sem saber ler nem escrever. Esta é uma realidade, ainda presente em muitos locais do nosso país, onde a escola não era prioridade, mas sim o trabalho, a lavoura, o tentar fazer algum dinheiro para colocar pão na mesa. O cuidar da prole de irmãos. As mulheres sempre foram as mais fustigadas pela falta de escolaridade porque muito cedo tinham que assumir funções de irmãs, mães, tias, empregadas e sabe-se lá mais o quê. Os homens, eram colocados no campo, a cuidar do gado, das terras. Aprendi mais com este livro sobre um tema que me é muito familiar e que deve ser falado e assumido como existente. E não foi assim há tanto tempo… Recomendo muito, a quem quiser saber mais sobre o passado, não assim tão distante, da população portuguesa.

Catarina Gomes

Catarina Gomes é autora de três livros de não-ficção e de um romance, Terrinhas, que recebeu o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís. Coisas de Loucos tem como fio condutor uma caixa de objetos pessoais de antigos doentes deixada no antigo manicómio Miguel Bombarda. Furriel não é Nome de Pai conta a história dos filhos que os militares fizeram com mulheres africanas e que deixaram para trás. Pai, Tiveste Medo? aborda a forma como a experiência da Guerra Colonial chegou à geração de filhos de ex-combatentes. Jornalista do Público durante quase 20 anos, Catarina Gomes foi duas vezes finalista do Prémio de Jornalismo Gabriel García Márquez e recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha.

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