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Tentação do Norte

de Manuel Alegre
Livro eBook
editor: Dom Quixote, outubro de 2021
9,90€
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«Sinto uma necessidade urgente de partir para o Norte. É estranho, tive, desde sempre, a tentação do Sul, uma irremediável saudade de tudo o que fica no Sul, se não mesmo no sul do Sul. Mas hoje acordei com a incontida pulsão de partir para o Norte. Como se tudo dependesse dessa partida, ou viagem, ou busca, seja lá o que for.
E sem ao certo saber porquê nem de quê. Sei que algo de insubstituível está lá. Talvez um pouco de mim. Talvez uma casa há muito abandonada. Talvez alguém. E é o que mais me custa verbalizar, alguém. Mas quem?»

Assim começa Tentação do Norte, a pequena grande novela com que Manuel Alegre regressa à ficção depois do romance Tudo É e Não É, publicado em 2013.

Uma história de amor e de luta política carregada de simbolismo, com a prosa poética que imediatamente associamos a este grande escritor.

Tentação do Norte

de Manuel Alegre

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722073332
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: outubro de 2021
Idioma: Português
Dimensões: 138 x 209 x 4 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 64
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722073332

Fantasia romântica de um velho grande escritor

Artur

A delícia do estilo literário de Manuel Alegre dá alegrias de leitura que compensam o enredo um pouco simplista desta novela curta, que se serve de um argumento que se foca na recordação de uma antiga fantasia romântica e que é relatada por um idoso, antigo lutador antifascista, que revê um encontro falhado da sua juventude de luta clandestina contra a ditadura, encontro esse a que foi obrigado a faltar. Era com uma mulher que conhecera brevemente mas que lhe despertara uma súbita e intensa paixão. Agora no final da vida imagina o que poderia ter acontecido se não tivesse falhado esse encontro. A belíssima escrita de Manuel Alegre faz transcender qualquer argumento, mesmo um que nos pareça um pouco corriqueiro. Mas quem não teve efémeras paixões de juventude, que não se esquecem, e que, por um ou outro motivo, na altura não tiveram futuro? Manuel Alegre faz-nos viver essa doce sensação da nostalgia dos antigos amores ideais que falhámos e que vamos imaginando poderem ter sido diferentes.

SOBRE O AUTOR

Manuel Alegre

O poeta Manuel Alegre foi galardoado, juntamente com o fotógrafo José Manuel Rodrigues, com o Prémio Pessoa 1999, uma iniciativa do jornal "Expresso" e da Unisys. Foi a primeira vez que este prémio, que pretende «reconhecer uma pessoa de nacionalidade portuguesa com uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária e científica do país», foi atribuído ex-aequo. Pinto Balsemão, em representação do júri, justificou a escolha do nome de Manuel Alegre, que viu reunida a sua obra poética no volume "Trinta Anos de Poesia" (Publ. D. Quixote), por «ser uma referência da poesia portuguesa deste século» e representar « a visão de um Portugal aberto ao mundo e um humanismo universalista atento a tudo o que nos rodeia».
Manuel Alegre, que poucos meses havia sido consagrado com o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pelo conjunto da sua obra, a propósito da publicação do livro "Senhora das Tempestades", nasceu em Águeda em 1936 e estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde participou ativamente nas lutas académicas. Quando cumpria o serviço militar em Angola, participou na primeira tentativa de rebelião contra a guerra colonial, sendo então preso pela PIDE. Seguiu-se o exílio em Argel, onde foi membro diretivo da F.P.L.N. e locutor da rádio Voz da Liberdade. A sua atividade política andou sempre a par da atividade literária e alguns dos seus poemas ("Trova do Vento que Passa", "Nambuangongo Meu Amor", "Canção com Lágrimas e Sol"...) transformaram-se em hinos geracionais e de combate ao fascismo, copiados e distribuídos de mão em mão, cantados por Adriano Correia de Oliveira ou Manuel Freire. Os seus dois primeiros livros, "Praça da Canção" (1965) e "O Canto e as Armas" (1967) venderam mais de cem mil exemplares. Comentando o prémio, em entrevista ao "Diário de Notícias", o escritor afirmava: « Devo tudo aos meus leitores. É, sobretudo, uma vitória deles. Porque foram os leitores que, ao longo da minha vida literária, estiveram sempre perto de mim e me ajudaram a vencer várias censuras (política e estética). Expresso-lhes a minha gratidão.»
Regressado do exílio em 1974, "o poeta da liberdade" desempenhou um papel de relevo no Partido Socialista. Foi membro do Governo, deputado da Assembleia da República e ocupou um lugar no Conselho de Estado, funcionando muitas vezes como uma espécie de consciência crítica do seu partido. Os livros mais recentes (note-se ainda a incursão pela prosa: "Jornada de África", 1989, "Alma", 1995, e " "A Terceira Rosa", 1998) levam-no ao diálogo com poetas de outros tempos, como Dante ou Camões, ou a refletir sobre a condição humana, a morte e o sentido da existência, de que são exemplo os "Poemas do Pescador", que se enfrenta com o enigma da sua vida, incluídos no livro "Senhora das Tempestades", «Senhora dos cabelos de alga onde se escondem as divindades / (...) Senhora do Sol do sul com que me cegas / / (...) Senhora da vida que passa e do sentido trágico // (...) Senhora do poema e da oculta fórmula da escrita / alquimia de sons Senhora do vento norte / que trazes a palavra nunca dita / Senhora da minha vida Senhora da minha morte.»
Recebeu o mais prestigiado galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões, em 2017.

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