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Quando

de Manuel Alegre

Livro eBook
editor: Dom Quixote, novembro de 2020
Quando é um longo poema que não tem interrogação mas que nos interroga. Que nos faz lembrar Senhora das Tempestades mas, aqui, com dez cantos, com os quais Manuel Alegre pretende dar-nos um testemunho. Um emocionante testemunho de vida, de mundo, de poesia. Nele, o leitor é confrontado com a passagem do tempo: o tempo que passou, as vivências; o tempo presente que é um tempo fechado; e as várias pragas que tapam o horizonte, o tempo que há-de vir. Aqui está a vida de todos nós. Na leitura destas estrofes encontramos referências a Homero, Virgílio, Dante, Camões e Shakespeare mas também a Bob Dylan e a Mandela, à guerra colonial, a Staline, ao Maio de 68 e até à América onde se twita.

Um texto de uma modernidade que impressiona e que nos leva a ver nele Os Lusíadas para o século XXI. Não estaremos a exagerar se afirmarmos que este será o grande poema da vida de Manuel Alegre.

Quando

de Manuel Alegre

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722071352
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: novembro de 2020
Idioma: Português
Dimensões: 157 x 216 x 8 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 48
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789722071352
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«Para trás ficou o que não saberei nunca/se podia ou não ter sido»

Emanuel Guerreiro

O título é uma questão, que se coloca a si próprio e, ou, ao leitor, ao mundo, num balanço da vida. Um olhar crítico sobre a actualidade, uma interrogação sobre o quotidiano e o presente, que futuro esperar, e se há poder para a mudança: «mais desigual que nunca está o Mundo.».

Manuel Alegre

O poeta Manuel Alegre foi galardoado, juntamente com o fotógrafo José Manuel Rodrigues, com o Prémio Pessoa 1999, uma iniciativa do jornal "Expresso" e da Unisys. Foi a primeira vez que este prémio, que pretende «reconhecer uma pessoa de nacionalidade portuguesa com uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária e científica do país», foi atribuído ex-aequo. Pinto Balsemão, em representação do júri, justificou a escolha do nome de Manuel Alegre, que viu reunida a sua obra poética no volume "Trinta Anos de Poesia" (Publ. D. Quixote), por «ser uma referência da poesia portuguesa deste século» e representar « a visão de um Portugal aberto ao mundo e um humanismo universalista atento a tudo o que nos rodeia».
Manuel Alegre, que poucos meses havia sido consagrado com o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pelo conjunto da sua obra, a propósito da publicação do livro "Senhora das Tempestades", nasceu em Águeda em 1936 e estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde participou ativamente nas lutas académicas. Quando cumpria o serviço militar em Angola, participou na primeira tentativa de rebelião contra a guerra colonial, sendo então preso pela PIDE. Seguiu-se o exílio em Argel, onde foi membro diretivo da F.P.L.N. e locutor da rádio Voz da Liberdade. A sua atividade política andou sempre a par da atividade literária e alguns dos seus poemas ("Trova do Vento que Passa", "Nambuangongo Meu Amor", "Canção com Lágrimas e Sol"...) transformaram-se em hinos geracionais e de combate ao fascismo, copiados e distribuídos de mão em mão, cantados por Adriano Correia de Oliveira ou Manuel Freire. Os seus dois primeiros livros, "Praça da Canção" (1965) e "O Canto e as Armas" (1967) venderam mais de cem mil exemplares. Comentando o prémio, em entrevista ao "Diário de Notícias", o escritor afirmava: « Devo tudo aos meus leitores. É, sobretudo, uma vitória deles. Porque foram os leitores que, ao longo da minha vida literária, estiveram sempre perto de mim e me ajudaram a vencer várias censuras (política e estética). Expresso-lhes a minha gratidão.»
Regressado do exílio em 1974, "o poeta da liberdade" desempenhou um papel de relevo no Partido Socialista. Foi membro do Governo, deputado da Assembleia da República e ocupou um lugar no Conselho de Estado, funcionando muitas vezes como uma espécie de consciência crítica do seu partido. Os livros mais recentes (note-se ainda a incursão pela prosa: "Jornada de África", 1989, "Alma", 1995, e " "A Terceira Rosa", 1998) levam-no ao diálogo com poetas de outros tempos, como Dante ou Camões, ou a refletir sobre a condição humana, a morte e o sentido da existência, de que são exemplo os "Poemas do Pescador", que se enfrenta com o enigma da sua vida, incluídos no livro "Senhora das Tempestades", «Senhora dos cabelos de alga onde se escondem as divindades / (...) Senhora do Sol do sul com que me cegas / / (...) Senhora da vida que passa e do sentido trágico // (...) Senhora do poema e da oculta fórmula da escrita / alquimia de sons Senhora do vento norte / que trazes a palavra nunca dita / Senhora da minha vida Senhora da minha morte.»
Recebeu o mais prestigiado galardão das letras lusófonas, o Prémio Camões, em 2017.

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