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Poesia (1902-1917)

de Fernando Pessoa

editor: Assírio & Alvim, dezembro de 2005
Este é o primeiro de três volumes em que se reúnem os poemas, datados entre 1902 e 1917, não atribuídos por Fernando Pessoa a nenhum dos seus heterónimos ou personalidades literárias.Esta edição da poesia ortónima pessoana inclui os poemas publicados em vida pelo autor e os que foram sendo dados a conhecer pelos mais diversos editores, desde a sua morte até ao corrente ano de 2005. Da revisão e refixação destes poemas, a partir dos manuscritos autógrafos existentes no Espólio da Biblioteca Nacional de Lisboa, resultaram, inevitavelmente, diferentes lições do texto e algumas divergências na atribuição de autoria ortónima. Mas resultou também a verificação de que muitos proto-poemas, isto é, poemas fragmentários ou em estado de esboço, cujos versos lacunares e estrofes inacabadas tornam quase impraticável uma compreensão global, tendo sido publicados, muito justamente, no âmbito de uma edição crítica, não teriam justificação aqui. A esses, certamente, Pessoa teria dado uma forma outra, reescrevendo-os, refundindo-os, corrigindo-os, completando-os, se os viesse a publicar. Por isso, optámos por não os incluir nesta edição que, pretendendo-se embora rigorosa e criteriosa, é dirigida a um público comum e heterogéneo, não necessariamente iniciado em questões de crítica genética.

Poesia (1902-1917)

de Fernando Pessoa

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-1059-5
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: dezembro de 2005
Idioma: Português
Dimensões: 165 x 239 x 30 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 504
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789723710595
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
Fernando Pessoa

Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa literatura, conhecido mundialmente. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século xx. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como «correspondente estrangeiro». Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros e outros, a revista Orpheu, que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista Orpheu (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, Mensagem (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.

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