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Paisagem com Grão de Areia

de Wislawa Szymborska

editor: Relógio D'Água, abril de 1998
As relações entre a palavra e a experiência histórica podem ser de natureza muito diferente e não existe essa coisa simples que é uma geração de poetas que começou durante a guerra mas não sobreviveu. Que relação pode haver entre a poesia de Szymborska, caracterizada precisamente pela sua ligeireza céptica, sorridente, lúdica e a história do século XX, ou de qualquer outro século? De início sim, teve muito que ver, mas na sua fase de maturidade ela foi-se afastando das imagens desse tempo linear que se precipitava para a utopia ou para uma catástrofe apocalíptica — em que este século, que agora termina, quis acreditar. A dimensão da sua poesia é pessoal, a de alguém que reflecte sobre a condição humana. É certo que tal actividade é acompanhada por uma extraordinária reticência; como se a poetisa se encontrasse de repente num palco decorado para uma velha peça de teatro, uma obra que transforma o indivíduo em nada, num número anónimo e como se, nestas circunstâncias, falar de si não fosse o mais indicado. Os poemas de Szymborska exploram situações pessoais, mas são ao mesmo tempo tão genéricos que permitem à sua autora evitar as confidências. No seu conhecido poema sobre um gato num apartamento vazio, em vez do lamento pela perda do marido de uma amiga, lemos: Morrer / isso não se faz ao gato. A reticência e a distância irónica consigo mesmo são, sem dúvida, reveladoras das tendências mais marcadas da poetisa.(…) Para mim, Szymborska é, antes de mais, uma poetisa da consciência. Isso significa que nos fala, aos seus contemporâneos, como se fosse um de nós, reservando e guardando para si assuntos pessoais e intervindo de certa distância, mas sem deixar de remeter para o que cada um sabe da sua própria vida.» Sobre Szymborska, (Nobel da Literatura de 1996), por Czeslaw Milosz
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Quatro livros para aprender a cair

A página O Poema Ensina a Cair tem quase 245 mil seguidores no Facebook e no Instagram. O podcast com o mesmo nome é um dos mais ouvidos da Apple Podcasts Portugal, na categoria de Artes. Raquel Marinho, a autora deste prodígio, aceitou escolher quatro livros de poesia que ajudem os leitores a dominar a arte da queda.


«O poema ensina a cair» é o primeiro verso de um poema de Luiza Neto Jorge. Foi inspirada nele que Raquel Marinho, então jornalista da SIC, criou, em 2014, uma rubrica semanal para o Expresso Digital dedicada a divulgar e entrevistar poetas portugueses contemporâneos. Meses depois criou uma página no Facebook, a qual manteve mesmo depois do fim da colaboração com o Expresso Digital e da sua saída da SIC ao fim de 25 anos de jornalismo televisivo. Em 2018 alargou o projeto ao Instagram e, em 2020, acrescentou-lhe o podcast, cujos episódios já foram escutados mais de 200 mil vezes. Nas redes sociais, conta com cerca de um quarto de milhão de seguidores fiéis d'O Poema Ensina a Cair.

Leitora apaixonada, Raquel Marinho continua, assim, a partilhar os seus poemas preferidos — que assinala com um X nas páginas dos livros que lê — e as entrevistas que vai fazendo aos poetas portugueses. Não esperava que O Poema Ensina a Cair «crescesse tão depressa, chegando a um número de seguidores tão elevado, uma vez que se trata sobretudo de uma página de partilha de texto». Mas a devoção pela palavra poética também já chegou à rádio, onde lê poemas na rubrica Ambos na Mesma Página, da Antena 2. Aceitou escolher quatro livros que ajudem os leitores do WOOKACONTECE a executar belos trambolhões poéticos — ou, para regressar às palavras de Luiza Neto Jorge, a experimentar a «lenta volúpia da queda» -, guiada, sobretudo, pelo olhar de jornalista que se orgulha de manter enquanto divulgadora de poesia.

  PAISAGEM COM GRÃO DE AREIA «Não fosse apenas pelo facto de ter ganhado o Nobel da Literatura em 1996, o que já de si justificaria procurarmos conhecer melhor a sua poesia, gosto muito de Szymborska porque ao mesmo tempo que nos fala do seu tempo e quotidiano (nasceu na Polónia em 1923), também nos conta da dimensão pessoal da condição humana. Neste livro está o conhecido poema ‘Possibilidades’, onde Szymborska escreve ‘Prefiro o ridículo de escrever poemas/ ao ridículo de não os escrever.’ Pois.» VER MAIS »









  TREVO «Poeta espanhola contemporânea que vale muito a pena conhecer. Encontramos na sua poesia três dos grandes temas da literatura e da poesia: o amor, a morte e a vida. Sobre estes temas, disse numa entrevista que lhe fiz em 2020: ‘São as três feridas de que falou Miguel Hernández, e não me ocorrem muitas mais coisas, fora destes três conceitos, que impulsionem a criação’.» VER MAIS » A AXILA DE EGON SCHIELE «É muito difícil ficar indiferente à poesia de André Tecedeiro, jovem poeta português contemporâneo. Quando o lemos, decoramos alguns dos seus breves poemas quase imediatamente. Por exemplo, este: ‘Conheci-o/ e quando virei costas pensei/ que foi um prazer conhecer-me’. Este livro reúne os vários poemas dispersos em livros anteriores de pequenas tiragens, e é uma ótima oportunidade para conhecer melhor o seu trabalho.» VER MAIS » O PÁSSARO CANTA O SEU SIMPLES CANTAR «Eu gosto muito da poesia de Helder Moura Pereira, poeta contemporâneo português nascido em 1949. Tem uma vasta obra publicada, muitos dos livros na editora Assírio & Alvim. Sugiro este livro específico por causa de um poema que me acompanha desde que o li pela primeira vez, e que leio alto sempre que posso para quem o quer escutar. Não tem título e começa com os versos ‘Eu não tinha nada de felino, tu sabias /que eu não tinha nada de felino’.» VER MAIS »

Paisagem com Grão de Areia

de Wislawa Szymborska

Propriedade Descrição
ISBN: 9789727084906
Editor: Relógio D'Água
Data de Lançamento: abril de 1998
Idioma: Português
Dimensões: 138 x 210 x 19 mm
Páginas: 360
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789727084906
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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Poeta polaca

Maria Joaquina Rodrigues

Uma poesia original

Wislawa Szymborska

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1996

Poetisa e mulher de letras polaca, Wislawa Szymborska nasceu a 2 de julho de 1923 em Bnin, nas cercanias de Kornik. Acompanhou a família na sua mudança para Cracóvia em 1931.
Após um período difícil para a Polónia, invadida pelos alemães em 1939, a paz trouxe um novo alento a Szymborska, que, em 1945, não só pôde ingressar na Universidade de Jagelão, em Cracóvia, como estudante de Literatura Polaca e Sociologia, como também se estreou como poetisa, ao publicar o seu trecho "Szukam Slowa" num jornal proeminente.
Concluiu o seu primeiro livro em 1948, uma coletânea de poemas que não chegou a ser publicada, já que o regime comunista caracterizou o trabalho como demasiadamente burguês. Alterando o seu discurso, politizando-o, conseguiu dedilhar as tramas da censura, e publicou Dlagtego Zyjemy (1952, Por Isso Vivemosa).
Contribuindo regularmente para a imprensa, Szymborska foi editora de poesia e colunista no semanário literário de Cracóvia, o Zycle Literackie, entre 1953 e 1981. Traduziu também várias obras de poesia francesa, mas continuou no entanto a compor poesia, aparecendo com obras como Wolanie Do Yeti (1957, Apelo ao Yeti), em que se demarca dos ideais socialistas, e que lhe garante renome a nível internacional, e Sól (1962, Sal), em que exprime um certo pessimismo quanto ao futuro da humanidade, aliado a uma certa esperança nos poderes da imaginação, único meio para atingir uma parte da felicidade. De mencionar também as obras Wiersze Wybrane (1964), Sto Pociech (1967), Ludzie Na Moscie (1986) e Koniec I Poczatec (1993). Chwila surgiu em 2002, quando a poetisa contava já setenta e nove anos de idade. Alguns dos seus artigos periódicos foram compilados em Lektury Nadobowiazkowe (1973-81).
Laureada com inúmeros prémios literários, entre os quais se destacam o Goethe, em 1991, o Herder, em 1995 e, de maior relevo, o Prémio Nobel da Literatura em 1996, Szymborska recebeu um doutoramento em Honoris Causa pela Universidade de Poznán em 1995.

In Infopédia . Porto: Porto Editora, 2003-2011.

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