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Oblívio

de Daniel Jonas

Livro eBook
editor: Assírio & Alvim, setembro de 2017
Neste seu mais recente livro de poesia Daniel Jonas regressa ao soneto, num livro desconcertante e surpreendente.
Como nos diz o poeta, «Assim no meu soneto aqui gravei / Quem não sou nem fui e menos serei.»

Jamais tive eu amor senão por ti.
Paixões o vento as trouxe e as levou
Qual ave migratória que pousou
Em temporário ninho onde vivi.
Amor, porém, é ave que povoa
O coração da gente e nele exulta
E ocupa de outra ave mais estulta
O coração partido e o perdoa.
Mas que fazer, se amor o dei ao vento
E sinto o coração ninho vazio
E sinto um grão calor e grande frio
E amo em oração no meu convento?
Eu amo quem amei e me deixou;
Não amo quem pousou — só quem voou.
Novidade Poema.png

Cães de Chuva


Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor.
Os seus livros de poemas têm acumulado prémios, como o PEN de Poesia, com Sonótono, e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE, com . Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro Passageiro Frequente. Traduziu grandes autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Pirandello, Dickens, Henry James e William Wordsworth.
Cães de chuva é a sua obra mais recente, a que pertencem os dois poemas abaixo.





NO PUB

Este que entrou veio de um poema à chuva
desvalido, muito aquém de um homem, pio,
parece sedento, faminto, o tilintar da porta
anunciou a sua chegada, uma pazada de vento.
É isto um homem ou um calafrio? Ele diz
boas-tarde para si mesmo, a gola perpassando romba
como uma faca falhada no vinco do colarinho.
Assim entram primeiras impressões de quase-homens
aventurando-se no limiar da comunidade.

Bebemos todos a qualquer coisa que esquecemos.
Brindamos a pura contingência falhada de ali.
E ele sabe-o, sabe que não é singular, mas acoita-se
num transitório mosteiro, aquecendo ao fogo
que dança numa pequena fornalha e ilumina
os viandantes do longo e sinuoso rio sedento.
Este que entrou é um peregrino, uma lâmpada.
Usa os meus pés sobre o pó dos caminhos que eu queria.





ROMA

Roma
é como as ruínas

de uma relação amorosa

restos de
beleza

a céu aberto

Daniel Jonas, Cães de Chuva

Novidade Poema.png

«À procura de Respighi», um poema de Daniel Jonas

Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Distinguido com importantes prémios de poesia como o prémio PEN de Poesia e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE.
Bisonte, agora reeditado, acolhe poemas longos e abertos como as paisagens que descreve, descritos em pinceladas rítmicas, que mimetizam o bisonte a sua estepe em múltiplas reflexões sobre a vida. Em A Partir de Respighi, os versos oscilam entre a música e a floresta.


A PARTIR DE RESPIGHI


A câmara antes dos pinheiros
banindo crise, crítica e problema.
Mas não é estranho, Isabel,
que nunca tendo visto o sol
assim prefira a clausura
dos bosques
em busca do pai
deixando ao crepúsculo
a câmara das cores
pela inclinação sinfónica do músculo?


Ou o verismo
das composições perfeitas,
o clavicórdio dos troncos,
as subidas cordas tangidas pelo vento
no seu etéreo regato
vibrando nos altos pinhos
como fósforos para a deflagração
dos baixos.


Ficaremos por um compromisso,
pelo espectro irisado
fulgindo nas pinhas
como granadas adormecidas.


Se engulo um pinhão
porque não me cresce dentro
um pinheiro?
Ou por outra: quando me entra
toda a música
para onde vai,
porque não me soo
a composição que respiguei?



Ruy Belo, Bisonte

Oblívio

de Daniel Jonas

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-1983-3
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: setembro de 2017
Idioma: Português
Dimensões: 145 x 205 x 6 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 64
Tipo de produto: Livro
Coleção: Poesia Inédita Portuguesa
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 978972371983311
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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Uma boa e poética surpresa!

Joana Verdelho

Poesia portuguesa contemporânea de enorme beleza.

e e e e e

D J

P

Melhor poeta do mundo. Não q isso importe...

e e e e e

À prova de oblívio

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Neste novo livro de um dos poetas mais confirmados da atual poesia portuguesa, apesar de ainda jovem, Daniel Jonas traz-nos mais uma coleção dos seus sonetos, tão clássicos quanto desconcertantes, tão formais quanto livres. Quem gostou de Nó vai gostar ainda mais deste inolvidável Oblívio.

Daniel Jonas

Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Enquanto poeta, publicou, entre outros, Sonótono (Cotovia, 2006), que lhe valeu o prémio PEN de Poesia, (Assírio & Alvim, 2014), galardoado com o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE, e Cães de Chuva (Assírio & Alvim, 2022), vencedor do Prémio Literário Fundação Inês de Castro. Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro Passageiro Frequente (Língua Morta, 2013), traduzido em polaco por Michal Lipszyc. Antes tinha sido distinguido com o prémio Europa David Mourão-Ferreira, da Universidade de Bari/Aldo Moro, pelo conjunto da sua obra. Traduziu vários autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Waugh, Pirandello, Huysmans, Berryman, Dickens, Lowry, Henry James e William Wordsworth. Como dramaturgo, publicou Nenhures (Cotovia, 2008) e escreveu Estocolmo, Reféns e o libreto Still Frank, todos encenados pela companhia Teatro Bruto.

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