Oblívio
de Daniel Jonas
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Como nos diz o poeta, «Assim no meu soneto aqui gravei / Quem não sou nem fui e menos serei.»
Jamais tive eu amor senão por ti.
Paixões o vento as trouxe e as levou
Qual ave migratória que pousou
Em temporário ninho onde vivi.
Amor, porém, é ave que povoa
O coração da gente e nele exulta
E ocupa de outra ave mais estulta
O coração partido e o perdoa.
Mas que fazer, se amor o dei ao vento
E sinto o coração ninho vazio
E sinto um grão calor e grande frio
E amo em oração no meu convento?
Eu amo quem amei e me deixou;
Não amo quem pousou — só quem voou.
Cães de Chuva
Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor.
Os seus livros de poemas têm acumulado prémios, como o PEN de Poesia, com Sonótono, e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE, com Nó. Foi ainda um dos sete poetas nomeados para o Prémio Europeu da Liberdade, pelo seu livro Passageiro Frequente.
Traduziu grandes autores, entre os quais John Milton, Shakespeare, Pirandello, Dickens, Henry James e William Wordsworth.
Cães de chuva é a sua obra mais recente, a que pertencem os dois poemas abaixo.
NO PUB
Este que entrou veio de um poema à chuva
desvalido, muito aquém de um homem, pio,
parece sedento, faminto, o tilintar da porta
anunciou a sua chegada, uma pazada de vento.
É isto um homem ou um calafrio? Ele diz
boas-tarde para si mesmo, a gola perpassando romba
como uma faca falhada no vinco do colarinho.
Assim entram primeiras impressões de quase-homens
aventurando-se no limiar da comunidade.
Bebemos todos a qualquer coisa que esquecemos.
Brindamos a pura contingência falhada de ali.
E ele sabe-o, sabe que não é singular, mas acoita-se
num transitório mosteiro, aquecendo ao fogo
que dança numa pequena fornalha e ilumina
os viandantes do longo e sinuoso rio sedento.
Este que entrou é um peregrino, uma lâmpada.
Usa os meus pés sobre o pó dos caminhos que eu queria.
ROMA
Roma
é como as ruínas
de uma relação amorosa
restos de
beleza
a céu aberto
Daniel Jonas, Cães de Chuva
«À procura de Respighi», um poema de Daniel Jonas
Daniel Jonas é poeta, dramaturgo e tradutor. Distinguido com importantes prémios de poesia como o prémio PEN de Poesia e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes da APE.
Bisonte, agora reeditado, acolhe poemas longos e abertos como as paisagens que descreve, descritos em pinceladas rítmicas, que mimetizam o bisonte a sua estepe em múltiplas reflexões sobre a vida. Em A Partir de Respighi, os versos oscilam entre a música e a floresta.
A PARTIR DE RESPIGHI
A câmara antes dos pinheiros
banindo crise, crítica e problema.
Mas não é estranho, Isabel,
que nunca tendo visto o sol
assim prefira a clausura
dos bosques
em busca do pai
deixando ao crepúsculo
a câmara das cores
pela inclinação sinfónica do músculo?
Ou o verismo
das composições perfeitas,
o clavicórdio dos troncos,
as subidas cordas tangidas pelo vento
no seu etéreo regato
vibrando nos altos pinhos
como fósforos para a deflagração
dos baixos.
Ficaremos por um compromisso,
pelo espectro irisado
fulgindo nas pinhas
como granadas adormecidas.
Se engulo um pinhão
porque não me cresce dentro
um pinheiro?
Ou por outra: quando me entra
toda a música
para onde vai,
porque não me soo
a composição que respiguei?
Ruy Belo, Bisonte
Propriedade | Descrição |
---|---|
ISBN: | 978-972-37-1983-3 |
Editor: | Assírio & Alvim |
Data de Lançamento: | setembro de 2017 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 145 x 205 x 6 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 64 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Poesia Inédita Portuguesa |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Poesia |
EAN: | 978972371983311 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
Uma boa e poética surpresa!
Joana Verdelho
Poesia portuguesa contemporânea de enorme beleza.
D J
P
Melhor poeta do mundo. Não q isso importe...
À prova de oblívio
Emanuel Silva
Neste novo livro de um dos poetas mais confirmados da atual poesia portuguesa, apesar de ainda jovem, Daniel Jonas traz-nos mais uma coleção dos seus sonetos, tão clássicos quanto desconcertantes, tão formais quanto livres. Quem gostou de Nó vai gostar ainda mais deste inolvidável Oblívio.