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O Terror Entre Nós

A ameaça do terrorismo islamista ao modo de vida ocidental

de Henrique Cymerman e Aviv Oreg

Livro eBook
editor: Porto Editora, fevereiro de 2018
Partindo de dezenas de entrevistas realizadas a terroristas, espiões, oficiais e chefes de serviços secretos - protagonistas da principal guerra do século XXI - o jornalista Henrique Cymerman junta-se ao especialista em contraterrorismo Aviv Oreg para trazer até nós uma obra que explora as origens da Jiade Global, acompanha de perto os atentados que mudaram a face do mundo e prevê os próximos passos do terrorismo islamista no ocidente.

Perante a lavagem cerebral feita a milhares de crianças raptadas pelos extremistas e as campanhas de ódio que seduzem ocidentais sem objetivos de vida, estaremos a salvo dos esfaqueamentos indiscriminados e dos atropelamentos em massa preconizados pela doutrina da "morte por 1000 punhais"?
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Entrevista a Henrique Cymerman

Henrique Cymerman é o rosto que vemos na televisão a reportar diretamente de Israel, e de outras zonas do Médio Oriente, há muitos anos. A sua voz conhecedora e o seu olhar compassivo, humano, cativam-nos desde o primeiro segundo e contrastam com a realidade dura, dantesca, que nos relata e explica.

Nasceu no Porto, onde cresceu feliz, sempre muito próximo dos seus avós paternos, mas também dos maternos, espanhóis. No rescaldo da agitação pós-25 de Abril, foi viver para Israel, onde se formou em Ciências Sociais. Ainda andava na universidade quando se estreou no jornalismo, com uma entrevista a Golda Meir.
Henrique Cymerman
Conviveu com figuras históricas do Médio Oriente do palco político, como Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, e dos bastidores do terror, desde o líder do Hamas, Ahmed Yassin, e o líder da Al-Qaeda, Omar Osama Bin Laden, aos chefes do Estado Islâmico. Viveu experiências duríssimas, traumatizantes, para cumprir a sua missão de fazer jornalismo em zonas de conflito e em incubadoras do terror. Criou a sua família em Israel, onde decidiu permanecer, nunca deixando de acreditar na paz, num futuro em que o conflito israelo-árabe será passado. Mais do que acreditar, é um lutador pela paz, que conta entre as suas batalhas a organização de uma oração conjunta pela paz entre o Papa Francisco e os líderes de Israel Shimon Peres e da Palestina Mahmud Abbas.

No seu novo livro, Conversando com o Inimigo, título que ele completa com a expressão «para o tornar em amigo», conta-nos a sua vida, percorrendo a História do mundo em que se move, com a lucidez, o humor e consciência de um homem que já deixou a sua marca.
Entre no mundo extraordinário de Henrique Cymerman, uma vida que, de tão cheia, às vezes parece tirada de um livro de Aventuras do Tintim.   «O meu avô perguntava-me: Que boa pergunta fizeste hoje? – Foi a pessoa que mais me influenciou.»

Começa o livro Conversando com o Inimigo descrevendo a origem dos seus avós e a sua infância, feliz, com eles, com grande detalhe e emotividade. Como sabe tanto sobre as suas vidas?
É bastante incrível, também me pergunto a mim mesmo. Eu era um neto muito chato [sorriso], que perguntava muito. Todas as tardes, quando voltava do liceu Garcia de Orta, ia ver o meu avô paterno, e ele perguntava-me: «Que boa pergunta fizeste hoje?» - ele queria que eu soubesse perguntar, porque não é fácil perguntar. E eu perguntava muito, desde pequenino. Acho que o meu avô foi a pessoa que teve mais influência sobre mim. Quando tinha 14 anos comecei a escrever essas informações [das «entrevistas» com o meu avô] num diário. Mas também há muitas coisas, das conversas com os meus avós, das quais eu me lembro.


Foi o seu avô quem o inspirou a escrever um diário ou foi o Henrique que teve essa iniciativa?
Não, neste caso acho que não foi o meu avô, mas ele sabia que eu gostava de escrever e animava-me a escrever. Comecei a escrever artigos sobre coisas muito sérias, como a situação do Irão, numa idade muito jovem. E, passado quase meio século, continua a haver um problema naquele país. Eu pensava muito e, para mim, o diário era uma espécie de terapia, em que discutia comigo mesmo e chegava a conclusões sobre a minha vida.
Veja também em vídeo a nossa entrevista exclusiva a Henrique Cymerman.

  Conversando com o Inimigo, o novo livro de Henrique Cymerman. Conversando com o Inimigo é um livro intenso, envolvente, que nos transmite imagens muito vívidas, num ritmo fluído e com uma linguagem aberta. Encontra na escrita o tempo e a profundidade que o jornalismo televisivo não lhe permite ter?
Nós vivemos numa era um pouco complicada. Nem tudo é mau. O que está a acontecer é uma revolução muito grande, em muito pouco tempo. Os mais veteranos em redes sociais só as usam há 12, 13 anos, o que não é nada. Estamos a mudar em tantas coisas, devido a essa revolução mediática tão importante, mas ainda não somos capazes de avaliar exatamente de que forma é que isso vai afetar as nossas vidas, os nossos filhos e tudo o que vai acontecer depois. É verdade que o jornalismo convencional está a mudar devido a esse lado imediato das redes sociais e que, por vezes, caímos no pecado do «jornalismo McDonald’s», instantâneo. Precisamos ainda de um pouco de tempo para encontrar um equilíbrio entre o jornalismo a sério e as redes sociais e, sobretudo, superar este cancro que são as fake news.

Dos 4 livros que escreveu, este último [Conversando com o Inimigo] é o mais biográfico. Foi o mais difícil de escrever?
Não. Foi o mais fácil de escrever; é o mais difícil de ler. Demorou-me muito tempo a ler porque tenho uma sensação de striptease. Escrevi-o nos confinamentos [devido à Covid 19] e, ao princípio, não sabia que estava a escrever um livro. Comecei a escrever sobre os meus avós e, depois, sobre a minha infância aqui no Porto. Acho que mergulhei no meu subconsciente, na minha memória, e comecei a escrever sobre tudo aquilo que me fez, enquanto ser humano. Depois debrucei-me sobre Israel, sobre uns anos muito duros de provação, pela qual, provavelmente, muito poucas pessoas da nossa geração passaram, e sobre a minha carreira. Entrei num mundo de segredos de Estado, de encontros com líderes que me transformaram numa espécie de correio, sem que eu o soubesse, e de situações que puseram a minha vida – juntamente com a da minha equipa – em perigo várias vezes ao longo da minha carreira. Quando escrevia o meu diário, em adolescente, não sonhava que chegaria a fazer sequer metade do que fiz.


Considera escrever um romance de ficção, talvez inspirado nos mundos e nos modos de vida que melhor conhece?
Muitas vezes pensei nisso, mas ainda estou tão dentro da realidade que, neste momento, tenho à minha volta, e há tantas coisas interessantes que tenho na minha agenda para os próximos 2, 3 anos, que ainda não cheguei aos romances. Mas penso que, um dia, vou lá chegar.


Quais são os escritores e os livros que mais o inspiraram ao logo da sua vida?
O Kundera, o Isaac Bashevis Singer, o Amos Oz. Há um escritor novo em Israel, brilhante, que me inspira muito, Nir Baram, que eu recomendo ler. Autores brasileiros como Jorge Amado, .... Tenho esse lado multicultural, trabalho em 5 línguas e isso abriu-me muitas portas e muitos mundos.
  «O que me aconteceu com o Papa Francisco é um pouco como As Aventuras de Tintim

Das figuras públicas com que se cruzou, qual a que o marcou mais profundamente?
Conhecidas, há duas: uma é Yitzhak Rabin. Fui a última pessoa que o entrevistou, 24 horas antes de ele ter sido assassinado. Era uma pessoa fora de série, um general – com os generais é tudo muito claro – e ele conseguiu fazer, com 60 anos, uma transformação na vida dele, na luta pela paz, que é muito rara. A morte dramática dele, tendo eu sido o último a entrevistá-lo, marcou-me muito. A última pergunta que eu fiz a Yitzhak Rabin foi: «Como quer ser recordado para a História?» e ele não quis responder. E aquela fotografia com a data fatídica de dia 3 de novembro de 1995, 24 horas antes da morte dele, é uma coisa que eu não vou poder esquecer nunca. Penso que, se ele estivesse vivo, provavelmente a História do Médio Oriente teria sido diferente.
A segunda pessoa conhecida que mais me impressionou e que [fez acontecer] provavelmente a história mais surpreendente da minha vida, é o Papa Francisco. Alguém disse que o que me aconteceu com o Papa [organizar a oração pela paz do Papa na presença de Shimon Peres e Mahmud Abbas em 2014] é um pouco como As Aventuras de Tintim. Como surgiu uma amizade assim? Muitas vezes ainda me pergunto, mas acho que há razões muito concretas – ele seguia-me na televisão, durante 25 anos na Argentina; quando me viu disse-me que era como se me conhecesse de toda a vida. Do meu lado, ele fazia-me lembrar o meu avô – tem os mesmos olhos, a mesma vontade, mas ao mesmo tempo muita picardia. Vê-se que é mais do que uma pessoa «boazinha»; é um estratega. Penso que o Papa Francisco é uma das pessoas mais inteligentes entre os líderes internacionais e, para mim, é um orgulho ter a confiança dele, como eu tenho.



Como é viver em Israel, com uma família, com a constante sensação de insegurança?
As pessoas que vivem em Israel são, em muitos casos, descendentes de vítimas do Holocausto. No Holocausto houve um milhão e meio de crianças assassinadas, além de 6 milhões de pessoas, judaicas. Em Israel há uma espécie de obsessão por dois grupos demográficos: as crianças e os jovens (a relação pai-filho, normalmente, é muito intensa, mais do que no Ocidente; e fazem-se mais filhos também, com uma média de 3 crianças por família), e as pessoas mais velhas, que recebem um respeito muito grande e têm uma vida muito boa. No meio, há uma luta contínua, entre a juventude e a velhice. Quando eu cheguei a Israel, este era um país muito modesto; lembro-me que no supermercado havia um tipo de pão e um tipo de queijo, que os carros tinham centenas de milhares de quilómetros, que as pessoas quase não viajavam ao estrangeiro. Hoje em dia, Israel tem um rendimento per capita superior ao da França, do Reino Unido ou do Japão. Em 30, 40 anos, Israel fez uma revolução. Tem uma vida cultural muito intensa e, às vezes, um pouco esgotadora e cansativa, porque o ritmo não para, nunca – as notícias de ontem já são notícias velhas e passa-se de uma crise a outra. Acho que não há nenhum país do mundo que consiga superar crises como Israel, que nasceu numa crise. No fundo, Israel é uma espécie de start-up, que por agora está a ter um grande êxito.   «Não há nenhum país do mundo que consiga superar crises como Israel, que nasceu numa crise.»

Durante a primeira intifada, quase foi atingido por um tiro, teve de correr para um abrigo com a sua família sob ataques de mísseis quando deflagrou a Guerra do Golfo, viu-se ameaçado após uma entrevista sua ter provocado a prisão de líderes da jihad islâmica, chegou a temer que a sua filha tivesse sido morta num atentado… Nunca pensou em deixar Israel?
Pensar, pensa-se sempre, mas a minha decisão definitiva foi ficar, e estou muito contente que os meus filhos estejam lá. Penso que gostaria de ter em Portugal uma casa e vir cá uns meses por ano. Talvez seja aqui que eu vá escrever o meu próximo romance.


Já teve de superar momentos de stresse pós-traumático. Diz que nem sempre se consegue «desligar» das situações dantescas que vivencia. Atualmente, como vive esses momentos?
Com mais maturidade. Tenho uma experiência que não tinha há 20 anos. Muitos de nós, jornalistas, sofremos de stresse pós-traumático. Vi coisas dantescas na minha vida e, hoje, consigo viver com elas conscientemente, coexistir com elas. Espero não voltar a vivê-las, mas estou preparado para isso porque esta é a minha profissão. O objetivo do jornalismo não deve ser arriscar a vida só para mostrarmos «que fortes que nós somos!». Mas, se cobrir a informação obriga a correr certos riscos, foi o que eu escolhi e é, provavelmente, o que eu vou continuar a fazer.


Como consegue manter a calma em situações como a da visita a uma colónia de férias, em Gaza, para adolescentes que se preparavam para serem suicidas pela jihad islâmica?
Porque, se eu perdesse a calma nesse momento, provavelmente não sairia vivo. É um pouco como a atitude de um médico – se um terrorista ferido está à frente dele, ele está obrigado a tratá-lo. A minha equipa diz-me sempre: «tu tens um piloto automático que funciona muito bem». Isso não quer dizer que, quando saio de lá, não sinta tudo isso, como qualquer humano sentiria quando está perante situações como estas. Mas tento, nesses momentos, ignorar esses sentimentos e fazer o meu trabalho. E há tempo para pensar, e para escrever livros, depois.   «Se eu perdesse a calma nesses momentos, provavelmente não sairia vivo. »

É possível ter esperança numa paz entre israelitas e palestinianos?
Eu nunca a perdi. O título deste livro, Conversando com o Inimigo, fica completo com a expressão «para o tornar em amigo». Esse é o objetivo da minha vida profissional e da minha vida pessoal – tenho nisso uma espécie de lema e acredito profundamente que a paz é possível. Não é uma paz como a que houve na Europa depois de anos de guerras; ainda vai demorar. Há passos a dar e, no livro, eu insinuo quais são. Acredito que estamos perante uma mudança de paradigma no Médio Oriente, que trouxe os Acordos de Abraão, entre Israel e parte dos países árabes, a melhor notícia na região em muitos anos. Estamos só no quarto capítulo de um livro de mais de 20 e vamos ver mais acordos nos próximos anos. Tenho muito orgulho de ter contribuído minimamente para parte desses acordos e espero que se possam continuar a fazer e que isso afete uma possível paz entre Israel e os palestinianos.


Deu contributos concretos para a paz quando sugeriu a Ariel Sharon que aumentasse o orçamento para diplomacia e quando, após o lançamento do seu primeiro livro, Entrevistas no Centro do Mundo, os líderes israelitas e palestinianos se reuniram. São vitórias suas.
São. São alegrias. Mas é um pouco como os prémios. O Shimon Peres – uma pessoa de quem também estava muito próximo, que tinha uma visão extraordinária, de tal modo à frente do seu tempo que as pessoas pensavam que era um homem de fantasias; e não, o que ele pensou está a acontecer agora, depois da sua morte – dizia-me sempre: «Henrique, os êxitos, os prémios são como os perfumes: é bom cheirar, mas é preferível não beber». Essa é a minha atitude em relação aos êxitos: fico muito contente com eles, mas, após uns dias, só eu e a minha família próxima nos lembramos. É preciso pensar sempre na guerra de amanhã e não no que aconteceu antes.
  «Acho que tive a vida mais interessante do mundo e continuo a tê-la, devido às coisas que eu e as pessoas com quem eu me dou fazemos.»

Apesar das muitas dificuldades no seu percurso, sente que tudo valeu a pena?
Sim, valeu a pena, sem dúvida alguma. Acho que tive a vida mais interessante do mundo e continuo a tê-la, devido às coisas que eu e as pessoas com quem eu me dou fazemos. Se eu pudesse contar as coisas que a minha companheira, uma mulher israelita, faz, onde ela está… Nós mudamos, quase sem querer, destinos de pessoas. Nós temos [apenas] uma oportunidade de estar aqui – vivemos aqui de aluguer e, portanto, vamos aproveitar o tempo, fazer aquilo que, realmente, nos dá prazer.


Tem como pilar ideológico tornar o Estado judeu de Israel num país moderno, avançado, para as futuras gerações. O que é fundamental concretizar?
Em primeiro lugar, que continue a ser uma democracia e o único Estado judaico do planeta – o povo judaico tinha soberania há dois mil anos e voltou a recuperá-la há quase 75 anos. E às vezes perdemos a proporções, mas Israel é mais pequeno do que o Alentejo, tem apenas 21 000 km2. No entanto, é o lugar com mais jornalistas por metro quadrado – num só bairro de Jerusalém, há mais jornalistas estrangeiros do que em toda a África.
No Médio Oriente, a democracia é algo muito raro. Antigamente, a Palestina e Israel eram democracias. Mas na Palestina a democracia terminou há 16 anos, porque não há eleições. Em Israel, há, embora muitas vezes também haja pressões, e é importante que o Estado respeite profundamente as minorias.
Tenho ainda outro objetivo: que os Acordos de Abraão continuem e que a próxima geração do Médio Oriente seja educada para a paz – é muito ambicioso dizer isto, [porque] a paz é algo que se cria e constrói, passo a passo, e que demora. É possível que a nossa geração não veja uma paz total, mas espero que os meus filhos e, sem dúvida, os meus netos, a vejam. Tudo aquilo com que eu possa, nesta geração, contribuir para essa aproximação, eu contribuirei, com todo o coração e com toda a força.

O Terror Entre Nós

A ameaça do terrorismo islamista ao modo de vida ocidental

de Aviv Oreg e Henrique Cymerman

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-0-06378-6
Editor: Porto Editora
Data de Lançamento: fevereiro de 2018
Idioma: Português
Dimensões: 152 x 235 x 19 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 232
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos Livros em Português > Política > Política Internacional
EAN: 978972006378611
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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O Terror Entre Nós. Henrique Cymerman e Aviv Oreg

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este livro explora as origens da Jiade Global, descortinando os atentados que mudaram o mundo, tentando assim, fazer uma previsão do que será o futuro.

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Sim e Não

Pedro Santos da Cunha

A primeira parte - histórica - é um bom resumo dos principais atentados terroristas islâmicos em todo o Mundo com alguns detalhes - poucos - desconhecidos do grande público e que nunca foram relatado pelos mídia. A segunda parte está completamente fora da realidade já que advoga o princípio de que “não há rapazes maus”! ERRADO! Veja-se o que aconteceu ontem em Paris! E vai continuar a acontecer por esse Mundo fora enquanto os nossos governantes não acordarem para a verdadeira raíz do problema. Que eles conhecem muito bem mas não têm coragem de assumir.

Conversando com o Inimigo

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