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O Pajem Formidável dos Indícios

de Alberto de Lacerda

editor: Assírio & Alvim, julho de 2010

« [...] O Pajem Formidável [poemas inéditos] não envergonha o melhor que o poeta produziu e tanto impressionou alguns dos seus pares, nos Estados Unidos, na Inglaterra, em França, no Brasil, etc.. rosanna Warren, sua colega na Universidade de Boston, afirma que os poemas de AL são “uma maravilhosa combinação de le grand chant e de claridade modernista”. A um certo poema chama-lhe “uma peça verdadeiramente majestosa”, J.M. Cohen, crítico do Spectator, em carta a AL, refere-se à sua poesia “tão pura, tão despida de maneirismos.” Jorge Guillén acha-a cada vez mais concentrada e essencial”. »
Eugénio Lisboa, JL

«Durante o primeiro período do ano universitário americano, entre finais de Agosto e de Dezembro, Alberto de Lacerda leccionava emBoston. Pouco antes doNatal voltava a Londres. Estemodo de vida quebrava as suas rotinas, afastava-o durante longos períodos de amigos queridos que lhe faziam falta, e devolvia-o anualmente às incertezas de uma vida profissional sem qualquer espécie de vínculo à carreira, que só nos últimos anos lhe deu um mínimo de segurança. Foi assim durante mais de duas décadas até ao inverno de 1996.
Alberto voltou para a Londres que tanto amava, mas que o acolheu mais fria, mais despojada de amigos, diferente e algo remota. Boston, que nunca o cativara inteiramente, tinha-lhe no entanto dado outros convívios e a proximidade relativa de outra cidade sempre apetecida: Nova Iorque.
O Pajem Formidável dos Indícios foi escrito entre Outubro de 1995 e Janeiro de 1997. É o livro que o acompanha na despedida da América e o traz de regresso a Londres. É também o primeiro livro que se publica após a sua morte, escolhido de uma impressionante lista de poemas e livros organizados que deixou. Apesar da solidão que estes poemas nos revelam, deles também transparece o estado de encantamento em que viveu.
Alberto de Lacerda nasceu na Ilha de Moçambique a 20 de Setembro de 1928 e morreu em Londres, na madrugada do dia 27 de Agosto de 2007.»

O Pajem Formidável dos Indícios

de Alberto de Lacerda

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-1501-9
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: julho de 2010
Idioma: Português
Dimensões: 145 x 205 x 7 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 80
Tipo de produto: Livro
Coleção: Alberto de Lacerda
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789723715019
Alberto de Lacerda

Poeta e jornalista moçambicano nascido 20 de setembro de 1928, em Lorenço Marques (atual Maputo), e falecido a 26 de agosto de 2007, em Londres. Viveu em África até 1946 e veio para Portugal com 18 anos. Depois de viver em Lisboa durante cinco anos, partiu para Londres em 1951, dividindo a sua residência entre Inglaterra e os Estados Unidos. Foi em Londres que escreveu grande parte da sua obra e foi editor literário. A sua primeira obra, Itinerário, data de 1941 e foi publicada em Lourenço Marques, atualmente Maputo.
Colaborou em várias publicações periódicas, como Cadernos de Poesia, Cadernos do Meio-Dia, Unicórnio ou Colóquio Letras. Secretário de redação da revista Távola Redonda (1950-54), nascida do convívio de Alberto Lacerda com um grupo de jovens poetas, entre os quais António Manuel Couto Viana, David Mourão-Ferreira, Luís de Macedo, e que, desde o final do ano de 1949, unidos pela comunhão de ideais estéticos, apostaram numa poesia orientada para a "revalorização dolirismo", exigindo ao poeta "autenticidade e um mínimo de consciência técnica, a criação em liberdade e, também, a diligência e capacidade de admirar, criticamente, os grandes poetas portugueses de gerações anteriores a 1950. Sem reservas ideológicas ou preconceitos de ordem estética" (VIANA, António Manuel Couto - "Breve Historial" in As Folhas Poesia Távola Redonda, Boletim Cultural da F. C. G., VI série, n.o 11, outubro de 1988), abandonou a publicação a partir do oitavo fascículo, manifestando a sua dissensão com a direção da revista. Em 1951, faz a sua estreia em volume, publicando Poemas, na segunda série dos Cadernos de Poesia, uma série de composições que viriam a integrar o conjunto mais amplo de 77 Poemas, editados já em Londres e em edição bilingue.
Na sua poesia o valor simbólico dos quatro elementos - ar, água, fogo e terra - adquirem uma outra dimensão; no dizer do próprio autor "A água/ Meu primeiro elemento/ O Fogo/ Mais tarde/ A luz/ A luz é agora/ Meu elemento lento/ Parasempre". Para além disso, a sua poesia evoca regularmente os locais que Lacerda visitou e amou, como Veneza, Austin, Chelsea ou Rio de Janeiro.
A poesia de Alberto de Lacerda inscrita nos anos 50 releva, segundo Fernando J. B. Martinho, "uma poética da intensidade e da densidade colocada ao serviço de uma "experiência do sublime" que frequentemente tematiza a trágica ambivalência, humana e divina, da condição humana. Vindo a fundar em Londres, em 1973, uma revista internacional de poesia, Alberto de Lacerda foi, além de poeta, autor de notas preliminares à obra de outros poetas, tendo, por exemplo, prefaciado os Poemas Escolhidos de Rui Cinatti, em 1951. Com a publicação de Oferenda 1 e 2, encetou a edição da sua obra poética completa.

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