O Murmúrio do Mundo

de Almeida Faria; Ilustração: Bárbara Assis Pacheco
editor: Tinta da China, fevereiro de 2012
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Depois de vários romances e prémios que consagraram a sua escrita — Prémio Revelação de Romance da SPE, Prémio Aquilino Ribeiro, Prémio D. Dinis, Prémio Originais de Ficção da APE, entre outros — Almeida Faria regressa à literatura com um belíssimo retrato da sua viagem à Índia. Aguarelas a cores de Bárbara Assis Pacheco.

«[…]notável relato dessa viagem [à Índia] partilhada com Bárbara Assis Pacheco, cujas belas ilustrações criam uma espécie de narrativa visual que se intromete na narrativa literária e a complementa. […] Enquanto deambula por Goa e Cochim, Almeida Faria evoca a origem e etimologia das cidades, explica como o hinduísmo e o cristianismo se contaminaram, demora-se na descrição de rituais religiosos e sobretudo dá-nos a ver, com extraordinária clareza, as maravilhas arquitectónicas que lhe vão sendo reveladas […] A dado passo, Almeida Faria enumera lugares com “nomes de pura música”: Pangim, Banguelim, Bicholim, Morombim, Panelim, entre outras que acabam em ‘im’. Mas pura música é também a sua prosa, que alia uma trabalhada fluidez a uma notável precisão vocabular (no caos do trânsito, por exemplo, identifica um “frenesim buzinante”; na fachada austera de uma igreja, “nódoas negras de bolor”).
José Mário Silva, Ler

«O viajante ocidental que pela primeira vez visita Goa e Cochim (agora Kochi) enfrentará provavelmente, apesar dos muitos traços do passado europeu, a vertigem do caos à sua volta e dentro de si. Quando começa a familiarizar-se com a estonteante exuberância e com as contradições coexistentes, quando julga começar a entender a complexidade das castas, dos cultos e costumes tão diferentes, quando começa a fixar nomes, imagens, atributos dos deuses, tudo lhe foge de súbito, tudo se torna de novo confuso, como se o véu de Maia voltasse a cobrir a indecifrável irrealidade da Índia real.»

O Murmúrio do Mundo

de Almeida Faria; Ilustração: Bárbara Assis Pacheco

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896711115
Editor: Tinta da China
Data de Lançamento: fevereiro de 2012
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 198 x 15 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 160
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Literatura de Viagem
EAN: 9789896711115
e e e e E

Bom livro!

Paulo José Nobre Guerra

Gostei muito do livro! Está muito bem escrito. O escritor faz-nos viajar através das palavras a outra realidade que é ao mesmo tempo passado e presente. Gostei muito da encadernação! Já há muito tempo não lia um livro que tivesse fita para marcar a página!

SOBRE O AUTOR

Almeida Faria

Cursou Direito e Letras na Universidade de Lisboa, vindo a licenciar-se em Filosofia. Entre 1968 e 1969, estagiou como bolseiro nos Estados Unidos e na Alemanha Federal. Lecionou Estética e Filosofia da Arte na Universidade Nova de Lisboa.
Traduziu Enzensberger; a sua obra encontra-se traduzida em várias línguas. Foi o primeiro presidente do PEN Clube Português. Com apenas 19 anos, em 1962, publicou o romance Rumor Branco, Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores, uma obra pioneira face a um movimento de profunda renovação desenvolvido na novelística contemporânea portuguesa entre os anos 60 e 70. Entre 1965 e 1983 redigiu o ciclo "Trilogia Lusitana" (A Paixão, Cortes, Lusitânia), encerrado com Cavaleiro Andante, "um ciclo de reflexão sobre a situação do homem português perante o seu contexto social e a incidência política que o determina (o fascismo, a revolução...) e sobre a sua capacidade (ou, talvez melhor, incapacidade) de se definir na sua totalidade humana (pessoal, familiar, erótica, ambiencial), em registos de comunicação que transcendem o puramente ficcional (lírico e epistolar), assim modulado numa estrutura que coloca em situação de relevo a personagem, agente ou paciente da História que aqui fundamentalmente se encontra em questão" (cf. SEIXO, Maria Alzira - Portugal, A Terra e o Homem, II série, Lisboa, FCG, 1980, 427). Optando por uma estratégia construtiva em que cada capítulo funciona como "uma unidade textual em termos de semântica (um nome próprio inicia cada um deles, subsequentemente desdobrando-se em processos de definição e de referência, assumindo veredas da história e postulando visões ideológicas particularizadas) e de sintaxe (não só pela comunicação de ideoletos diversificados como pelas mutações discursivas [...] que imprimem à sequência narrativa o seu desvio, a sua mutação, a sua quebra)" (cf. SEIXO, Maria Alzira - A Palavra do Romance, Lisboa, Horizonte, p. 193), o ciclo de romances iniciado com A Paixão impõe ao leitor um papel ativo na reconstituição de uma realidade fragmentada e a que só pode aceder pelo confronto dos vários pontos de vista que cada personagem parcialmente constrói. Conseguindo uma fabulosa interseção entre a subjetividade (o onirismo, a visão individualizada do mundo) e a perspetiva socioeconómica em cuja dialética a ação do indivíduo se inscreve, esta sequência apresenta-se como registo íntimo de um período histórico, onde, para além da factualidade (sublevação da massa dos servos alentejanos, eclodir da revolução), avoluma a impressão de um encerramento de cada personagem sobre si mesma, que nem a abertura, em Lusitânia e Cavaleiro Andante, à comunicabilidade pelo registo epistolar conseguiu atenuar: "cada um dos personagens [...] apesar de religado aos outros pelos laços de paixão ou do sangue, destila as suas mensagens de solitude na esperança de que o outro as receba e as traduza na sua própria língua de solitária aflição." (LOURENÇO, Eduardo, "Cavaleiro Andante: Busca de Sinais no Labirinto da Morte", in O Canto do Signo, Lisboa, Presença, 1994, p. 239.) Acresce ainda, na abordagem do estilo de Almeida Faria, a opção lúdica e lírica por uma "sintaxe narrativa de coordenação e quase abolição dos limites frásicos que serve a expressão do fluxo da consciência ao mesmo tempo que, muito principalmente, acentua o valor da palavra como conceito e como significante numa elaboração sintagmática que desnivela as habituais hierarquias da narração" (cf. SEIXO, Maria Alzira - Portugal, A Terra e o Homem, II série, Lisboa, FCG, 1980, 427). Na verdade, se a matéria da ficção releva em grande medida do gozo de "pôr os mitos nacionais de pernas para o ar", desrespeitar os delírios da "Portugalidade" (entrevista, in Letras & Letras, n.º 75, Julho de 1992), a matéria linguística revela o gozo de, parodiando o autor, desrespeitar os delírios da literariedade, submetendo a escrita narrativa a uma proliferação verbal incontida e criativa que, através de processos de polissemia, de desconstrução de aforismos, de sequências aliterantes, de reprodução de ideoletos, entre outros, promove a autonomia da linguagem a força primordial na remodelação da estrutura narrativa.

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