O Livro de Cesário Verde e Poesias Dispersas Livro
de Cesário Verde
Sobre
o LivroCom o fim do romantismo e o início do realismo, Cesário Verde, dividido entre o comércio e a literatura,
publica os seus versos em jornais. Só em 1887, já postumamente, é publicado o seu primeiro livro: O Livro
de Cesário Verde. Muito influenciado por Charles Baudelaire, o poeta cria um estilo próprio e encontra
em Lisboa, caótica e sinistra, a sua grande personagem. Afinal, há poesia no real, no concreto, nos
objectos banais, nos gestos, no dia-a-dia. Desfilam novas personagens, que já não musas, mas
engomadeiras, varinas e operários. Paralelamente ao binómio cidade-campo, surge a figura feminina, a
da mulher citadina, frívola e calculista em confronto com a mulher campestre, doce e pura.
Cesário Verde é um dos precursores do modernismo em Portugal. Inventa uma nova poesia quer na forma
quer no conteúdo. É um discurso poético de ruptura. O poeta, muito atento ao pormenor, capta as
impressões e invoca a realidade. É a poesia do quotidiano, dos sentidos.
Outrora desprezado e ostracizado, o reconhecimento do seu valor literário só chega com a geração de
Orpheu. Fernando Pessoa chama-lhe «mestre». É hoje reconhecido como um génio pelas suas
composições, como «O sentimento dum ocidental», «Num bairro moderno», «Nós». Aceitemos o convite
de Mário Cesariny e vamos «todos para casa ler Cesário Verde / que ainda há passeios ainda há poetas cá
no país!»
ESTA EDIÇÃO INCLUI: Nota introdutória · Obra poética integral de Cesário Verde · «Senhor Verde:
empregado de comércio ou poeta?»