A Profeta

Minha primeira pergunta: porque ninguém fala desta obra? Poucas vezes tive o prazer de me cruzar com uma premissa do gênero. Amei! Não quero dizer que gostei da Mariana, porque não gosto, não me identifico com ela e discordo da sua jornada, mas isso não quer dizer que o livro, que a história dela não seja no mínimo interessante. Ter a percepção da Mariana sobre os outros e sobre si mesma é uma experiência e tanto, é fenomenal. Acompanhei a história de cada um com tanta curiosidade como a da própria Mariana; a história da Joana, da Eduarda, do Bernardo, do mendigo Rodrigo, da Matilde, da Luísa. Cada história traz à tona a vontade de fazer justiça pelas próprias mãos. Absurdamente incrível como tudo é narrado e a fluidez da narrativa. Eu tenho pena que não seja maior e tenho pena de ter ficado no ar a razão pela qual ela é indiferente para os próprios pais. E esse final? No mínimo inacreditável, excedeu muito as minhas expectativas. Esta obra é a melhor que li em 2024. ¿¿

Ora bem, todas os males fossem curados assim, teríamos um mundo melhor. Infelizmente ou felizmente não podemos resolver os nossos problemas com o fraquinho da Mariana, mas dá nos esperança de um mundo melhor!

Livro com diferentes histórias, de diferentes personagens, mas que acabam sempre da mesma forma. Repetitivo e enfadonho. Fiz um esforço para terminar porque já sabia como iria terminar o próximo capítulo.

Um enredo diferente do habitual, com personagens com as quais de uma forma ou de outra conseguimos criar alguma empatia, no entanto, não me cativou na totalidade

Devo confessar que não estava pronta para o que estava para vir, e que infelizmente a sinopse não faz justiça ao conteúdo que este livro carrega. Não tenho exatamente palavras o suficiente para descrever o como gostei deste livro, por isso deixo as estrelas falarem por si. Apesar de ser um livro pequeno e fino o conteúdo e as temáticas que vão complementando a história são de tirar o ar, e não no bom sentido, sinto que este livro é uma sátira a todos os prolemas correntes da nossa sociedade, e que foi escrito mesmo para fazer com que o leitor admita a sua hipocrisia, e que ainda se sinta bem com isso. “Segundo lá escolhestes, assim cá vos contentai.” Como alguns de vos sabem eu sou uma grande apreciadora do Auto da Barco do Inferna, e podemos dizer que existem algumas semelhanças entre ambas as obras, não em termos históricos, mas em métodos de organização. Senti que foi algo fácil de se ler e compreender, e acredito que toda a gente tem um bocadinho do profeta dentro de si. Este livro não fala somente de religião e sede de vingança como inicialmente se prevê, a meu ver fala sobre ser humano e o como o mesmo precisa de se render aos seus instintos, e o como a sociedade e a necessidade de ser politicamente correto o impede, fala sobre vingança, mas também fala sobre empatia, sobre prostituição, hipocrisia, sem-abrigos, pessoas desabilitadas, violação, utilização de drogas e outras substancias, feminismo... fala sobre um pouco de tudo enquadrado dentro da realidade portuguesa. Em comparação as suas outras obras este livro foi sem dúvida um grande passo e de certa um risco tomado pela parte da autora, apostar em algo fora da sua zona de conforto, mas compensou imenso! A meu ver os métodos de escrita da autora amadureceram imenso, e que desta fez a mesma consegui-o fazer um projeto com pés e cabeça, onde o leitor consegue ser cativado pela sua intriga e a necessidade de conhecer o desconhecido, mas sem que os detalhes sejam os suficientes para o deixar 100% saciado. Gostaria também de ressaltar o amor e ódio que senti pelo final do mesmo, foi uma sensação agridoce que nunca havia sentido em qualquer outra leitura, no entanto a minha necessidade de que a mesma tivesse um final feliz, somente ressalta a minha ingenuidade enquanto pessoa, e posso dizer que este se tornou um dos meus livros de conforto