Vista Chinesa

Baseado numa história verídica retrata a dor e o trauma duma violação, uma história que não nos deixa indiferentes

Vista Chinesa é um ponto turístico do Rio de Janeiro, uma zona alta de floresta com um miradouro sobre a cidade. Foi nesta floresta que uma amiga da autora foi vítima de violação e cuja história deu origem a este livro. A escrita é intensa, dura e muito visual. Somos confrontados com os pensamentos mais íntimos desta mulher que, corajosamente, por si, pelos seus filhos, pela sua própria cura, quis contar a sua história. Percebemos não só a dimensão da dor e das feridas que ficarão para sempre abertas numa vítima desta natureza, moldando inevitavelmente a sua vida e a dos que lhe são mais próximos, como passamos a entender a dúvida corrosiva entre o levar ou não o criminoso à justiça por não querer reviver incessantemente o momento que mais quer esquecer, ou torná-lo por isso mais real. Já nós, somos obrigados a voltar várias vezes àquele lugar devido à estrutura da narrativa que alterna continuamente entre o presente e o passado. Será possível voltar a viver sem medo e sem limitações não só ao nível mental como também físico? É este o cerne de Vista Chinesa, que é sem dúvida um retrato cru de um ato cobarde, porém um testemunho muito íntimo e genuíno de uma mulher, que nos arrepia e comove.

Vista Chinesa é um ponto turístico do Rio de Janeiro, uma zona alta de floresta com um miradouro sobre a cidade. Foi nesta floresta que uma amiga da autora foi vítima de violação e cuja história deu origem a este livro. A escrita é intensa, dura e muito visual. Somos confrontados com os pensamentos mais íntimos desta mulher que, corajosamente, por si, pelos seus filhos, pela sua própria cura, quis contar a sua história. Percebemos não só a dimensão da dor e das feridas que ficarão para sempre abertas numa vítima desta natureza, moldando inevitavelmente a sua vida e a dos que lhe são mais próximos, como passamos a entender a dúvida corrosiva entre o levar ou não o criminoso à justiça por não querer reviver incessantemente o momento que mais quer esquecer, ou torná-lo por isso mais real. Já nós, somos obrigados a voltar várias vezes àquele lugar devido à estrutura da narrativa que alterna continuamente entre o presente e o passado. Será possível voltar a viver sem medo e sem limitações não só ao nível mental como também físico? É este o cerne de Vista Chinesa, que é sem dúvida um retrato cru de um ato cobarde, porém um testemunho muito íntimo e genuíno de uma mulher, que nos arrepia e comove.

Já não sei como é que descobri este livro, mas foi amor às primeiras páginas. A escrita é dura e envolvente, e deixa-nos enredados sem vontade de pousar o livro.

Uma sequência de dor, sensação de imundície e "culpa" é narrada com a crueza das palavras que, muito tempo após a leitura, ficam a ecoar dentro de nós. No meio da angústia de retomar a vida “normal”, nem tudo é horror e escuridão. A história é narrada, como se fosse uma extensa carta, para os filhos da protagonista, porque é necessário que eles conheçam melhor a mãe e as “imperfeições” (físicas e emocionais) que ela carrega. É uma narrativa perturbadora – de sofrimento, desânimo, esperança e redenção – na qual o elemento água revela uma carga simbólica magistral. Tatiana Salem Levy constrói habilmente a narrativa com uma visão única do corpo e da sexualidade, mostrando que, mesmo nos momentos mais aflitivos e desnorteados da vida, nós somos ainda donos da nossa própria história.

Júlia, uma mulher que vive no Rio de Janeiro, é vítima de uma violação. Anos depois, ela recorda o trauma e a força que a ajudou a superar. Vale a pena ler e reler

Vista Chinesa é um romance perturbador, arrebatador, corajoso e necessário, que reflecte, de forma tão sensorial, sobre a violência contra a mulher. Trata um assunto duríssimo, pois que o testemunho terrível de uma violação não pode ser de leitura fácil. O relato é-nos transmitido de uma forma tão crua, tão forte, tão intensa que nos atinge integralmente, sabendo nós que se trata de um acontecimento real. Recomendo!!

Um livro que não deixará ninguém indiferente. A escrita leva-nos a sentir as dores da protagonista, de tão real que parece (ou não fosse baseado numa história real). As muito boas opiniões que li/ouvi levaram-me a comprar e ler este pequeno grande livro, o que se confirmou. Adorei e recomendo!