Um Artista do Mundo Flutuante
de Kazuo Ishiguro
Prémio Nobel de Literatura 2017
Sobre
o Livro
Sinopse
1948. o Japão reconstrói as suas cidades após a hecatombe da II Guerra Mundial e procura olhar o futuro com a confiança possível. Retirado, o mestre pintor Masuji Ono passa os dias a cuidar do jardim na companhia das duas filhas adultas e do pequeno neto, e os serões a beber e a conversar com velhos amigos no barzinho sossegado do costume.
Porém, o constante assédio do passado e as memórias de uma vida e carreira profundamente marcadas pela ascensão do militarismo japonês conjuram sombras que ameaçam seriamente a tranquilidade da sua reforma. Uma delicada tragicomédia familiar, que é também um retrato subtil e comovente do Japão do pós-guerra.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do Produto
Um Artista do Mundo Flutuante
ISBN
9789896168186
Editor:
Gradiva
Idioma:
Português
Dimensões:
146 x 221 x 16 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
256
Tipo de Produto:
Livro
Coleção:
Gradiva Romance
Classificação Temática:
Livros em Português
> Literatura
> Romance
Este é outro livro de Ishiguro profundamente marcado pela simplicidade e pela humanidade das suas personagens. E quando digo simplicidade não quero dizer que elas sejam desinteressantes, pelo contrário. São personagens que dentro dos mundos tranquilos em que habitam, ao longos dos dias que passam serenamente, têm dentro de si vastos mundos interiores que o leitor quer conhecer. Há também muita humanidade nos livros de Ishiguro e neste livro também o notamos. Importa a Masuji recordar o passado e o modo como as mudanças no Japão marcaram indelevelmente a sua vida e as suas memórias. Magnífico.
Ishiguro, na sua prosa delicada, trata um assunto também ele delicado. Um livro que vale a pena reler.
Ishiguro, à semelhança de José Saramago, consegue criar personagens com bastante sabedoria, nomeadamente os idosos. Só mostra o grande respeito que este autor tem por essa faixa etária. Fê-lo aqui, nos "Inconsolados" e, novamente, em o "Gigante Enterrado". Esta obra está cheia de sabedoria. E, de facto, somos todos de um mundo flutuante. Recomendo, vivamente, esta leitura.
Toda a obra de Kazuo Ishiguro, seja de forma mais directa ou mais figurativa,se centra na busca do autor pelo traço mnesico,e pelo primado da memória. O artista do mundo flutuante fa-lo de forma explícita,e ao ritmo indolente e infinito de uma história que já passou. A propósito do tema recorrente do absurdo, choque e perda das grandes guerras, este romance decide olhar numa perspectiva diferente: a daqueles que viram os seus partir sem retorno. Não fica de fora a diferença geracional de Ono ( o avô e o artista) para com o mundo circundante,nem fica de fora nenhuma ponta do talento ímpar do autor dos seminais inconsolados e despojos do dia.
Não será por acaso que o autor ganhou o Nobel. O seu estilo é fantástico e não é excepção em "Um artista do Mundo Flutuante" onde retrata de forma soberba um período conturbado da historia do Japão após final da Guerra Mundial.
Livro muito interessante de atmosfera afectiva.
Kazuo Ishiguro é um escritor de obras delicadas, de emoções contidas, de personagens sensíveis. "Um Artista do Mundo Flutuante" não é exceção. Trata-se de um romance, assim, delicado e sensível. Um livro simples (não um simples livro!), sobre a identidade e o Tempo, na sua passagem impiedosa e que nos rouba a Memória e a alma do que nos define.
Livro muito interessante, com uma escrita subtil que nos transporta a um universo diferente.