Poesia - Eugenio Montale
SINOPSE
[…]
A poesia de Montale é uma poesia filosófica, no sentido em que o são também a de Pessoa ou de Eliot. Nela perpassa uma branda indisposição existencial, na tradição de certa poesia do fim do século XIX, mas o que se contem nos A linguagem de Montale é ao mesmo tempo rigorosa e fluida, utilizando com frequência a palavra rara, com matizes fim de século, que curiosamente não tem grande expressão na poesia italiana, e que o poeta parece ter ido buscar às suas leituras da poesia francesa simbolista e pós-simbolista. Este inusitado derramamento vocabular só numa primeira aparência é preciosista. De facto, cr! eio que ele deve ser entendido antes como expressão da inquieta busca humana dos sentidos possíveis.
[…]
Poeta do essencial, as suas palavras, mesmo quando parecem meros caprichos formais e se nos apresentam como «espiraladas espumas» pelo seu polimento, pela sua secura de carnes, tal como os ossos de choco atirados pela força incontida do mar ao deserto das areias, fixam-se nas cordas trepidantes da condição humana, e aí vibram, numa espécie de canto sirénico que quer atravessar os infinitos.
(excertos da apresentação)
CRÍTICAS DE IMPRENSA
"Fazia falta e aí está, graças ao labor de José Manuel de Vasconcelos e ao rigor editorial da Assírio & Alvim. Falamos da obra poética de Eugenio Montale que doravante pode encontrar no mercado livreiro, em grosso tomo onde os seus diversos livros se reúnem sob o título genérico de "Poesia". Simples, afinal, como ela, a poesia, embora no caso naturalmente não simplista."
in Magazine Artes, Novembro de 2004
EXCERTOS
Traz-me o girassol para que eu o transplante
para o meu terreno mordido pelo ar salgado,
e mostre todo o dia ao céu azul espelhante
e ansiedade do seu rosto amarelado.
Tendem para a claridade as coisas escuras,
esgotam-se os corpos num fluir
de tintas: e estas em música. Esvair
é assim a ventura ! das venturas.
Traz-me tu a planta que conduz
ao lugar onde surge a loura transparência
evapora a vida qual essência;
traz-me o girassol enlouquecido de luz.
Traz-me o girassol para que eu o transplante
para o meu terreno mordido pelo ar salgado,
e mostre todo o dia ao céu azul espelhante
e ansiedade do seu rosto amarelado.
Tendem para a claridade as coisas escuras,
esgotam-se os corpos num fluir
de tintas: e estas em música. Esvair
é assim a ventura ! das venturas.
Traz-me tu a planta que conduz
ao lugar onde surge a loura transparência
evapora a vida qual essência;
traz-me o girassol enlouquecido de luz.
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 978-972-37-0945-2 |
Editor: | Assírio & Alvim |
Data de Lançamento: | setembro de 2011 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 146 x 205 x 24 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 368 |
Tipo de produto: | Livro |
Coleção: | Documenta Poetica |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Poesia |
EAN: | 9789723709452 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
OPINIÃO DOS LEITORES
Eugenio Montale
Mary
Esta é uma obra imperdível para os amantes da literatura italiana. Não sendo de fácil leitura, é um diamante em bruto que recolhe os poemas de um dos autores mais criativos do século XX. Aconselho vivamente!
poesia hermética
Sofia Micalli
Eugenio Montale foi Nobel da Literatura em 1975. A sua poesia é para ser lida em silêncio, sem interferências, sem ruído. Para parar, pensar, reler. Eugenio Montale, esteve ligado aos chamados "poetas herméticos". Para Italo Calvino, Montale foi o poeta da precisão. "Hoje apenas podemos dizer-te/ o que não somos, o que não queremos".
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