Poesia - Eugenio Montale

de Eugénio Montale
editor: Assírio & Alvim, setembro de 2011
23,30€
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Montale, juntamente com Ungaretti e Quasimodo tem sido com frequência visto como um representante da chamada poesia hermética, paisagem poética dos anos que ligam as duas grandes guerras, e que teve o seu período mais intenso nos anos 30 e 40.
[…]
A poesia de Montale é uma poesia filosófica, no sentido em que o são também a de Pessoa ou de Eliot. Nela perpassa uma branda indisposição existencial, na tradição de certa poesia do fim do século XIX, mas o que se contem nos A linguagem de Montale é ao mesmo tempo rigorosa e fluida, utilizando com frequência a palavra rara, com matizes fim de século, que curiosamente não tem grande expressão na poesia italiana, e que o poeta parece ter ido buscar às suas leituras da poesia francesa simbolista e pós-simbolista. Este inusitado derramamento vocabular só numa primeira aparência é preciosista. De facto, cr! eio que ele deve ser entendido antes como expressão da inquieta busca humana dos sentidos possíveis.
[…]
Poeta do essencial, as suas palavras, mesmo quando parecem meros caprichos formais e se nos apresentam como «espiraladas espumas» pelo seu polimento, pela sua secura de carnes, tal como os ossos de choco atirados pela força incontida do mar ao deserto das areias, fixam-se nas cordas trepidantes da condição humana, e aí vibram, numa espécie de canto sirénico que quer atravessar os infinitos.
(excertos da apresentação)

"Fazia falta e aí está, graças ao labor de José Manuel de Vasconcelos e ao rigor editorial da Assírio & Alvim. Falamos da obra poética de Eugenio Montale que doravante pode encontrar no mercado livreiro, em grosso tomo onde os seus diversos livros se reúnem sob o título genérico de "Poesia". Simples, afinal, como ela, a poesia, embora no caso naturalmente não simplista."
in Magazine Artes, Novembro de 2004

Traz-me o girassol para que eu o transplante
para o meu terreno mordido pelo ar salgado,
e mostre todo o dia ao céu azul espelhante
e ansiedade do seu rosto amarelado.

Tendem para a claridade as coisas escuras,
esgotam-se os corpos num fluir
de tintas: e estas em música. Esvair
é assim a ventura ! das venturas.

Traz-me tu a planta que conduz
ao lugar onde surge a loura transparência
evapora a vida qual essência;
traz-me o girassol enlouquecido de luz.

Traz-me o girassol para que eu o transplante
para o meu terreno mordido pelo ar salgado,
e mostre todo o dia ao céu azul espelhante
e ansiedade do seu rosto amarelado.

Tendem para a claridade as coisas escuras,
esgotam-se os corpos num fluir
de tintas: e estas em música. Esvair
é assim a ventura ! das venturas.

Traz-me tu a planta que conduz
ao lugar onde surge a loura transparência
evapora a vida qual essência;
traz-me o girassol enlouquecido de luz.

Poesia - Eugenio Montale

de Eugénio Montale

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-0945-2
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: setembro de 2011
Idioma: Português
Dimensões: 146 x 205 x 24 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 368
Tipo de produto: Livro
Coleção: Documenta Poetica
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 9789723709452
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
e e e e e

Eugenio Montale

Mary

Esta é uma obra imperdível para os amantes da literatura italiana. Não sendo de fácil leitura, é um diamante em bruto que recolhe os poemas de um dos autores mais criativos do século XX. Aconselho vivamente!

e e e e e

poesia hermética

Sofia Micalli

Eugenio Montale foi Nobel da Literatura em 1975. A sua poesia é para ser lida em silêncio, sem interferências, sem ruído. Para parar, pensar, reler. Eugenio Montale, esteve ligado aos chamados "poetas herméticos". Para Italo Calvino, Montale foi o poeta da precisão. "Hoje apenas podemos dizer-te/ o que não somos, o que não queremos".

SOBRE O AUTOR

Eugénio Montale

PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1975

Homem de letras italiano, Eugenio Montale nasceu a 12 de outubro de 1896, na cidade de Génova. Filho de um agente de importações, logo se revelou uma criança enfermiça, o que levou os pais a tirarem-no da escola durante o ensino secundário. Desde muito cedo se apaixonou pelo canto lírico e pela poesia, tendo começado a receber lições particulares de Ernesto Sivari, um barítono bastante reputado na época. Passou também grande parte da sua adolescência numa luxuosa propriedade situada na Ligúria, pertença da sua família, onde se inspirou através de reflexões interiores profundas.
Com a deflagração da Primeira Grande Guerra, Montale alistou-se no exército, e serviu na frente austríaca com uma patente de oficial de infantaria. A assinatura do Armistício devolveu-o ao lar familiar onde, tentando retomar a sua vida civil, prosseguiu nas suas aspirações de se vir a tornar solista de ópera.
Não obstante, Sivari faleceu em 1923, o que desencorajou Montale, que decidiu orientar definitivamente o seu esforço criativo para a escrita. Tinha contribuído já a partir de 1921 para publicações como Primo Tempo, e revelado uma faceta original, fruto de uma sensibilidade e uma lucidez pouco usuais.
Em 1925 publicou o poema "Omaggio A Svevo" num jornal de Milão. Como o próprio título o indica, era uma homenagem ao também poeta e compatriota Italo Svevo, e causou uma forte impressão nos meios literários italianos, suscitando igual interesse no futuro de Montale. Nesse mesmo ano saiu do prelo o seu primeiro livro, uma coletânea de poesia intitulada Ossi Di Seppia (1925), e que recolora a beleza das paisagens da Ligúria com uma sequência introspetiva justa e rigorosa.
Em 1927 mudou-se para Florença, onde começou a trabalhar para uma editora e, no ano seguinte, foi nomeado diretor do Gabinetto Viesseux, uma biblioteca vocacionada para a investigação. Seguiu-se então um período em que se dedicou à divulgação e estudo da obra de Svevo. Discordando do panorama político que recaía sobre a Itália, acabou por ser demitido do seu cargo em 1938, após ter recusado associar-se ao Partido Fascista.
Montale viu-se então obrigado a ganhar o seu sustento como tradutor, versando para o italiano autores como William Shakespeare, Herman Melville e T.S. Elliot, entre muitos outros. No mesmo ano em que eclodiu a Segunda Guerra Mundial, apareceu a sua segunda coletânea de poemas, Occasioni (1939), em que o poeta se mostrava mais íntimo, mais preocupado com as suas próprias emoções na sua resposta aos acontecimentos políticos do seu tempo. Em 1943 publicou Finisterre, um volume de poesia com uma tiragem discreta, mas que marcou presença naqueles tempos de horror e destruição.
Procurou fazer um balanço da sua carreira em Intenzione (Intervista Immaginaria) (1946), revelando parte da sua personalidade, relacionando-a com a obra anteriormente publicada. Em 1956 publicou La Bufera e Altro, uma compilação de poemas que haviam já aparecido em Finisterre, e que lidavam com as experiências do autor durante a Segunda Guerra Mundial, acrescida de outros inéditos, estes concentrando-se já na paz descontente. Em 1966 foi a vez de Auto da Fé, obra que aborda as problemáticas dos tempos correntes. No ano seguinte, foi nomeado membro vitalício do Senado italiano. Continuou no entanto a escrever, publicando volumes de importância como Satura (1971), Diario Del '71 E Del '72 (1973) e Quaderno Ni Quattro Anni (1977).
Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1975, Eugenio Montale faleceu a 12 de setembro de 1981, em Milão.

Eugenio Montale. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.

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