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O Caderno Proibido

de Alba de Céspedes; Tradução: Ana Cláudia Santos
Livro eBook
editor: Alfaguara Portugal, maio de 2024
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RECOMENDADO PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA
Roma, década de 1950: Valeria Cossati vai comprar cigarros para o marido, ignorando que sairá da tabacaria com um caderno que há de mudar a sua vida. Ao transformar esse caderno num diário secreto onde regista pensamentos e desejos do dia-a-dia, Valeria transforma-o num instrumento de emancipação: liberta-se das convenções sociais, do sentido de dever para com o marido e os filhos, dos limites autoimpostos que regem o seu pequeno mundo. A partir daqui, tudo é questionado. Valeria compreende que está em translação e decide conquistar o lugar que escolheu para si.

Clássico redescoberto, testemunho histórico de uma época, retrato primoroso da turbulência doméstica, O Caderno Proibido condensa a sede de liberdade de toda uma geração e das outras que se lhe seguiriam. Precursora da linhagem literária mais disruptiva da modernidade - de Virginia Woolf a Natalia Ginzburg, de Marguerite Duras a Vivian Gornick -, Alba de Céspedes celebra aqui o poder da escrita e a audácia indómita de uma mulher numa sociedade em ebulição.

«Ler Alba de Céspedes foi como aceder a um universo desconhecido: classes sociais, sentimentos, atmosferas.»
Annie Ernaux

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O Regresso à Memória

A memória é um campo minado. Quando tentamos recordar um acontecimento do passado, somos confrontados com lacunas, distorções e reconstruções. O que guardamos na lembrança não é um reflexo exato da realidade, mas uma versão moldada pelo tempo, pelas emoções e pelas narrativas que criamos. Lembrar pode ser um ato de resistência ou uma armadilha que nos aprisiona em versões imprecisas de quem fomos. A literatura explora este conceito de muitas formas, fazendo da memória um motor narrativo poderoso, abordado sob diferentes perspetivas e com diversas intenções. O Caderno Proibido, de Alba de Céspedes Em O Caderno Proibido, de Alba de Céspedes, a memória surge como um território de culpa e de desejo. Valeria, uma mulher de meia-idade, casada e com dois filhos adultos, compra um caderno em segredo e, à medida que escreve, desenterra recordações e emoções que a rotina insistiu em calar. Inicialmente, a escrita é um espaço privado e libertador, mas, a cada entrada, aquele caderno transforma-se num espelho negro que reflete desejos reprimidos e escolhas sufocadas, assimiladas como inevitáveis. O passado invade aos poucos o presente de Valeria, tornando-se uma força inescapável que a faz sentir-se cada vez mais encurralada na sua realidade familiar e numa sociedade que oprime as mulheres. Neste romance, a memória não é um simples arquivo do passado, mas uma presença inquietante que expõe tudo o que foi silenciado. QUERO LER! » Trilogia de Copenhaga, de Tove Ditlevsen Tove Ditlevsen, na sua profundamente autobiográfica Trilogia de Copenhaga, procura, tal como Valeria, dar um sentido à sua realidade através da escrita.
Acompanhamos o seu percurso desde a infância, marcada por uma educação austera e negligente, até à idade adulta, dominada pela luta contra a dependência de drogas e pela tentativa de se afirmar num mundo literário vedado às mulheres. Neste caminho doloroso, Tove transforma as suas memórias em matéria literária e usa-as como forma de se reinventar. Ao contrário de Valeria, que escreve às escondidas e se sente atormentada pelas verdades que descobre sobre si mesma, Tove escolhe expor ao mundo as suas maiores fragilidades, traumas e desilusões, encarando a literatura como um ato de autodescoberta e sobrevivência. QUERO LER! » Stoner , de John Williams William Stoner, protagonista de Stoner, de John Williams, é um personagem que encapsula na perfeição a imagem da memória como espaço de resignação, aceitação e resistência. Jovem de origens humildes, William ingressa na universidade para estudar agricultura, mas descobre na literatura uma vocação inesperada. A partir daí, acompanhamos a sua trajetória enquanto professor universitário, marcada por um casamento infeliz, dificuldades profissionais e uma paixão tardia. Stoner não se ilude com a possibilidade de reescrever o passado ou de amenizar o impacto das suas escolhas. Em vez disso, observa a sua história com uma passividade letárgica. As suas memórias não são inquietantes como as de Valeria, pesam sobre ele como um inventário de fracassos e oportunidades perdidas que ele aceita com serenidade. Ao longo do romance, acompanhamos a caminhada de um homem que, desde a juventude até ao último fôlego, recorda a sua existência com uma lucidez quase cruel, apercebendo-se de que a sua vida, ainda que sem grandes feitos, foi genuína dentro das suas limitações. QUERO LER! » Leite Derramado, de Chico Buarque Em 1987, Chico Buarque escreveu a música O Velho Francisco, que retrata um homem idoso, quase centenário, à espera da morte numa cama de hospital. Na canção, Francisco reflete sobre a sua vida, alternando entre o passado e o presente, muitas vezes confundindo factos e misturando a realidade com a ficção. Vinte e dois anos depois de escrever aquela letra, Chico Buarque decidiu transformar a vida de Francisco num romance, dando origem a Leite Derramado. No livro, a história de Francisco é recontada através de Eulálio d’Assumpção, um personagem que se torna o seu duplo, com uma memória marcada pela degradação da velhice e pela falsificação do passado. Ao longo da narrativa, Eulálio manipula as suas lembranças e reinventa factos, dando-lhes um tom que muitas vezes se aproxima do fantástico e do exagero, fruto de construções instáveis baseadas naquilo que ele considera ter sido a sua vida. Na música, o velho Francisco diz a certa altura: «Acho que fui deputado/ Acho que tudo acabou/ Quase que já não me lembro de nada/ Vida veio e me levou», e essa ideia é transposta para o romance. Num relato errático e muitas vezes contraditório, temos em Leite Derramado um exemplo claro de como a memória pode ser um artifício traiçoeiro, que tanto apaga como reconstrói. QUERO LER! » Remanescente, de Tom McCarthy Todos estes livros refletem sobre a memória, e em todos eles vemos personagens num confronto maior ou menor com o seu passado, mas nenhum leva essa reflexão ao extremo como faz Tom McCarthy em Remanescente. O protagonista da história, um homem sem nome que sofre um acidente aparatoso que lhe rouba grande parte da memória, decide usar todos os meios ao seu dispor para reconstituir, com minúcia e obsessão, fragmentos do seu passado perdido. Envolvidos por uma escrita intencionalmente desprovida de emoção, chegamos à conclusão de que lutar pelo resgate da memória como algo fidedigno e verdadeiro é uma tarefa, à partida, gorada. Um passado recriado nunca será, de facto, o passado. O herói de Remanescente transforma-se ao longo da narrativa numa espécie de autómato que, ao empreender uma busca implacável pela ideia de autenticidade do passado, deixa de confiar na realidade e prefere, em vez disso, abraçar o simulacro que ele próprio cria. QUERO LER! » Seja a fugir da memória ou a confrontá-la, é inegável que o nosso passado é uma fusão delicada entre o que aconteceu e o que apreendemos do que aconteceu. O passado não é uma entidade fixa, mas uma construção em constante devir, uma sombra que nos persegue e que nunca conseguimos alcançar na sua totalidade. O passado é como um animal grotesco que nos devora lentamente, absorvendo tudo à sua volta e deixando-nos apenas com os fragmentos distorcidos de uma história que, por mais que tentemos recuperar, jamais será inteiramente nossa.

O Caderno Proibido

de Alba de Céspedes; Tradução: Ana Cláudia Santos

Propriedade Descrição
ISBN: 9789897872310
Editor: Alfaguara Portugal
Data de Lançamento: maio de 2024
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 237 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789897872310
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Escrever para sobreviver

Patrícia Rosado

O grito silencioso de uma mulher aprisionada pelo cansaço, pelo papel que a sociedade lhe impôs e pelo medo de transformar a sua amargura em maldade. Tudo isto trazido à luz através do diário secreto que decide começar a escrever — uma escrita que tanto a atormenta como a liberta. Gostei muito da leitura, embora os últimos capítulos não tenham sido tão intensos como os primeiros.

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Maravilhoso

Eduarda Vieira da Silva

Uma mulher à frente da sua época. Avassalador Um testemunho histórico

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Recomendo!

Catarina B.

Entre as linhas de um caderno proibido, Valeria descobre que a sua vida não lhe pertence. Mulher, esposa, mãe... mas quem é ela, realmente? Um diário secreto torna-se o espelho de uma alma inquieta, sufocada por um mundo que não a vê...

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Um caderno revelador

Ana Geração

Uma aquisição de impulso muda a visão do mundo por parte da personagem que faz deste caderno o seu diário. Mostra como era a sociedade da época, em que ela já era um pouco diferente por trabalhar, mas também os seus sonhos e desejos que gradualmente a levarão por caminhos diferentes dos convencionados. Um final também estranho, no sentido em que acaba por tornar à sua vida anterior, com o fim do caderno.

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Novo clássico

Filipa C

Diria que este livro tem tudo para ser um clássico; um 'mergulho' na vida doméstica de uma mulher na Itália pós-guerra; Valeria, a protagonista, começa a escrever seus pensamentos e sentimentos num caderno que esconde dos restantes, o que a leva a refletir sobre a sua insatisfação com a vida que leva. Este ato de escrever torna-se uma espécie de grito do Ipiranga, fazendo com que questione o seu papel de esposa e mãe, impulsionando a busca pelo autoconhecimento e a sua liberdade pessoal. De leitura comulsiva, é narrativa muito poderosa ao explorar as angústias internas de uma mulher numa sociedade ainda muito misógina. Alba de Céspedes transmite com precisão as complexidades da vida feminina da época, tornando o livro uma leitura profunda e intemporal

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Simplicidade estrondosa

Ler, um prazer adquirido

Um caderno "proibido" que é um diário. Valeria toma nota dos acontecimentos de cada dia, conserva-os na memória e tentar perceber porque é que ocorreram, o que lhe dá outro sabor à vida, sem que se sinta mais feliz. O que torna esta narrativa empolgante é que a leitora faz um paralelo com as suas circunstâncias e reflecte. Uma história tão bem escrita que encanta e se faz próxima. De mulher para mulher. O trivial se faz especial e é transversal e intemporal. A intimidade, os diferentes vínculos geracionais e as possibilidades. "Eu nunca tive ideias próprias; encostei-me, até agora, a uma moral aprendida em criança ou o que dizia o meu marido. Agora, parece-me já não saber onde está o bem e onde está o mal, já não consigo compreender aqueles que me rodeiam, e, por isso, também o que julgava sólido em mim perde consistência."

SOBRE O AUTOR

Alba de Céspedes

Alba de Céspedes nasceu em Roma, em 1911. Trabalhou como jornalista e publicou o seu primeiro livro, L’anima degli altri (contos), em 1935, ano em que foi presa pela primeira vez, devido a atividades antifascistas. Em 1938, saiu o seu romance de estreia, Nessuno torna indietro, o qual teve enorme repercussão, acabando por ser banido. Em 1944, fundou a Mercurio, uma revista de política, arte e ciência que se transformou num fórum de debate intelectual, com colaborações de Natalia Ginzburg, Elsa Morante ou Alberto Moravia. Os romances Dalla parte di lei (1949) e O caderno proibido (1952) haveriam de consagrar o seu enorme prestígio e popularidade, em Itália e internacionalmente. Seguiram-se ainda La bambolona (1967) e Nel buio della notte (1976). No pós-guerra, Alba de Céspedes dedicou-se sobretudo à escrita para cinema, teatro, rádio e televisão – colaborou, por exemplo, no guião do filme Le Amiche, de Michelangelo Antonioni. Estabeleceu-se então em Paris onde morreu, em 1997.

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