O Grilo na Varanda

Luiz Pacheco para Laureano Barros (Correspondência, 1966-2001)

de Luiz Pacheco

editor: Tinta da China, julho de 2017
Luiz Pacheco, o «escritor maldito» revelado na sua compulsão epistolar
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A correspondência com Laureano Barros durou de 1966 a 2001 e deixa pistas únicas sobre as experiências, angústias e combates de uma das vidas mais agitadas da literatura portuguesa. Das cartas de Luiz Pacheco reunidas em O Grilo na Varanda — escritas a partir do hospital, da prisão, de quartos imundos, de casas de amigos e até, durante um certo tempo, de casa própria onde ainda vivia com parte da sua «Tribo» (a vasta família) — emerge o impetuoso crítico de rompe-e-rasga, o artista inconformado, o escritor em luta com a alta de condições para escrever uma obra mais consistente, o solitário triste com a dispersão dos filhos, e o homem «enrascado» e doente crónico a tentar encontrar suporte nos amigos e na pequena mitologia que se criou à sua volta.

A primeira carta terá sido enviada por Laureano Barros em 1965. A ela seguiram-se 35 anos de relação epistolar, apresentada aqui, com edição de João Pedro George, em 62 cartas e 52 postais escritos por Luiz Pacheco ao amigo e mecenas de Ponte da Barca, leitor dedicado, matemático brilhante, coleccionador bibliográfico e um dos responsáveis por se terem conservado muitos dos seus papéis. A correspondência com Laureano Barros durou de 1966 a 2001 e deixa pistas únicas sobre as experiências, angústias e combates de uma das vidas mais agitadas da literatura portuguesa.

O Grilo na Varanda

Luiz Pacheco para Laureano Barros (Correspondência, 1966-2001)

de Luiz Pacheco

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896713843
Editor: Tinta da China
Data de Lançamento: julho de 2017
Idioma: Português
Dimensões: 140 x 208 x 17 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 264
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Epístolas e Cartas
EAN: 9789896713843
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Epistolografia Pachecal

ASilvestre

Este livro reúne a correspondência que Luiz Pacheco trocou com Laureano Barros. As cartas de Pacheco revelam um homem e escritor pouco habitual nas letras portuguesas: um indivíduo completamente avesso às convenções burgueses, uma vida emocional e familiar caótica, um crítico implacável mas rigoroso, um editor esclarecido. As cartas são sinceras, repletas de sentido de humor, literariamente muito ricas, com mil e umas maneiras de como pedir dinheiro a amigos, de contar as agruras da vida etc. Recomendado

Luiz Pacheco

Escritor português, Luíz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu a 7 de maio de 1925, em Lisboa. Oriundo de uma família de raízes alentejanas ligada às artes, frequentou o Liceu Camões, em Lisboa, e matriculou-se no curso de Filologia Românica, que não chegou a concluir.
Colaborou em várias publicações periódicas como Bloco, Seara Nova, Globo, Afinidades, Diário Popular, Diário Ilustrado. Foi inspetor dos espetáculos e acumulou a escrita com a tradução e com a atividade editorial, publicando em Contraponto, editora fundada por si em 1950, textos coletivos de autores surrealistas e neorealistas como Mário Cesariny, Natália Correia, Herberto Helder e Vergílio Ferreira, assim como a primeira tradução portuguesa de Sade.
O seu primeiro livro data de 1959 Carta-Sincera a José Gomes Ferreira, iniciando uma escrita de crítica inteligente, agressiva e irreverente, face aos costumes e nomes consagrados.
Assume-se como um agitador intelectual, ironizando e satirizando a vida literária e cultural do país. De salientar na sua produção os textos de circunstância e a encenação epistolar: Pacheco versus Cesariny e as coletâneas Crítica de Circunstância,Literatura Comestível e Textos de Guerrilha 1 e 2.
Figura representada por Benjamim Marques (cf. MARTINHO, Fernando J. B. - Tendências Dominantes da Poesia Portuguesa da Década de 50, Lisboa, 1996, p. 79) entre os autores e artistas abjecionistas (ao lado de Manuel de Lima, Mário de Cesariny, Raul Leal, José Manuel Simões, Hélder Macedo, João Rodrigues, Gonçalo Duarte, Escada, Cargaleiro, António José Forte, Manuel de Assunção, Virgílio Martinho e Saldanha Gama) do grupo reunido entre 1956 e 1959 no Café Gelo, grupo associado a uma segunda geração surrealista, definida pela perda do que o surrealismo tinha de aventura exaltante para revelar uma faceta autoirónica, trágica e iconoclasta, que rejeita não apenas a ordem social e moral "do establishement com que, num plano mais imediato, se defronta, mas todo e qualquer establishement, e que parece descrer de qualquer saída para o mal-estar insanável que é o seu" (id. ibi., p. 80).
Autor inclassificável, aproxima-se do abjecionismo e de uma manifestação tardia do libertinismo por um inconformismo radical, por uma recusa essencial face a tudo o que possa vir a converter-se em obstáculo (conceitos, bom senso, dogmas) diante da afirmação plena da liberdade existencial e artística, firmada num ato de escrita que equivale a um ato de revolta contínuo (cínico, agressivo, satírico) contra uma sociedade que receia enfrentar as zonas mais obscuras da sua condição.
A sua obra desenvolve-se em duas vertentes frequentemente confluentes: por um lado, a escrita panfletária, polémica e crítica (cf. Textos de Circunstância, Textos de Guerrilha I e II), e, por outro, uma ficção que tende com frequência para a autobiografia romanceada, na linha de um autor como Céline, onde confessa com desinibição as contingências de um eu ostensivamente pícaro, anti-herói sem dinheiro, incapaz de sustentar a família, boémio, sem teto certo, alcoólico, mendigo, em colisão frontal com os valores burgueses - concedendo apenas nas imagens da amada e do amor sensível materializado nos filhos momentos de rara exaltação da vitalidade -, e onde a desmistificação do eu encontra equivalente na desconstrução e experimentação linguística do próprio texto.
Bibliografia: Carta Sincera a José Gomes Ferreira, Lisboa, 1959; Comunidade, Porto, s/d; Crítica de Circunstância, Lisboa, 1966; Exéquias de Manuel Lima, o Careca: Manifesto, s/l, 1967; Textos Locais, s/l, 1967; O Libertino Passeia por Braga, A Idolátrica, o seu Esplendor, Porto, 1969; Exercícios de Estilo, Lisboa, 1971; Literatura Comestível, Lisboa, 1972; Pacheco versus Cesariny, Lisboa, 1974; Textos Malditos, Lisboa, 1977; Textos de Circunstância,, seguido de A PIDE Nunca Existiu, Amadora, 1977; Textos de Guerrilha, 1.a série, Lisboa, 1979; 2.a, 1981; Textos do Barro, Porto, 1985; O Caso das Criancinhas Desaparecidas, Lisboa, 1981; O Teodolito e a Velha Casa, Lisboa, 1985; Textos Sadinos, Setúbal, 1991; Memorando Mirabolando, Setúbal, 1995; Cartas na Mesa: 1966-1996, Lisboa, 1996; O Uivo do Coiote, Palmela, 1996; Torga: a Minha Homenagem, s/l, 1979
Luís Pacheco. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-01-11].

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