Luiz Pacheco / Contraponto

"Luiz Pacheco (1925-2008 ) - Um Homem Dividido Vale Por Dois" & "Contraponto - Bibliografia"

de Luiz Pacheco
editor: Dom Quixote, dezembro de 2009
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As Publicações Dom Quixote inauguraram, dia 26 de Novembro, na Galeria da Biblioteca Nacional, de quem partiu a iniciativa destra mostra,uma exposição dedicada ao escritor Luiz Pacheco, falecido a 5 de Janeiro de 2008. Esta exposição foi passada para papel em forma de um catálogo que reúne, pela primeira vez, quase todo o material impresso de Pacheco, enquanto autor e editor, e que chegará às livrarias, numa edição da Dom Quixote, no dia 7 de Dezembro. Trata-se, na verdade, de dois livros num só volume que terá os seguintes títulos: Luiz Pacheco -1925-2008 - Um Homem Dividido Vale Por Dois e Contraponto - Bibliografia. Com esta obra, o leitor terá acesso a um conjunto de textos inéditos do autor e, também, a várias trocas de correspondência nunca antes publicadas. Depoimentos e testemunhos, entre eles, o de Mário Soares, para além de todo o catálogo da Contraponto, editora fundada pelo próprio Luiz Pacheco, estão também reunidos nesta colectânea.
Recorde-se que a Dom Quixote editou, em 2005, organizado por João Pedro George, o diário de Luiz Pacheco, com o título Diário Remendado, por muitos considerado um trabalho sem precedentes na literatura portuguesa.

Luiz Pacheco / Contraponto

"Luiz Pacheco (1925-2008 ) - Um Homem Dividido Vale Por Dois" & "Contraponto - Bibliografia"

de Luiz Pacheco

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722039659
Editor: Dom Quixote
Data de Lançamento: dezembro de 2009
Idioma: Português
Dimensões: 159 x 220 x 33 mm
Páginas: 380
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Outras Formas Literárias
EAN: 9789722039659

SOBRE O AUTOR

Luiz Pacheco

Escritor português, Luíz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu a 7 de maio de 1925, em Lisboa. Oriundo de uma família de raízes alentejanas ligada às artes, frequentou o Liceu Camões, em Lisboa, e matriculou-se no curso de Filologia Românica, que não chegou a concluir.
Colaborou em várias publicações periódicas como Bloco, Seara Nova, Globo, Afinidades, Diário Popular, Diário Ilustrado. Foi inspetor dos espetáculos e acumulou a escrita com a tradução e com a atividade editorial, publicando em Contraponto, editora fundada por si em 1950, textos coletivos de autores surrealistas e neorealistas como Mário Cesariny, Natália Correia, Herberto Helder e Vergílio Ferreira, assim como a primeira tradução portuguesa de Sade.
O seu primeiro livro data de 1959 Carta-Sincera a José Gomes Ferreira, iniciando uma escrita de crítica inteligente, agressiva e irreverente, face aos costumes e nomes consagrados.
Assume-se como um agitador intelectual, ironizando e satirizando a vida literária e cultural do país. De salientar na sua produção os textos de circunstância e a encenação epistolar: Pacheco versus Cesariny e as coletâneas Crítica de Circunstância,Literatura Comestível e Textos de Guerrilha 1 e 2.
Figura representada por Benjamim Marques (cf. MARTINHO, Fernando J. B. - Tendências Dominantes da Poesia Portuguesa da Década de 50, Lisboa, 1996, p. 79) entre os autores e artistas abjecionistas (ao lado de Manuel de Lima, Mário de Cesariny, Raul Leal, José Manuel Simões, Hélder Macedo, João Rodrigues, Gonçalo Duarte, Escada, Cargaleiro, António José Forte, Manuel de Assunção, Virgílio Martinho e Saldanha Gama) do grupo reunido entre 1956 e 1959 no Café Gelo, grupo associado a uma segunda geração surrealista, definida pela perda do que o surrealismo tinha de aventura exaltante para revelar uma faceta autoirónica, trágica e iconoclasta, que rejeita não apenas a ordem social e moral "do establishement com que, num plano mais imediato, se defronta, mas todo e qualquer establishement, e que parece descrer de qualquer saída para o mal-estar insanável que é o seu" (id. ibi., p. 80).
Autor inclassificável, aproxima-se do abjecionismo e de uma manifestação tardia do libertinismo por um inconformismo radical, por uma recusa essencial face a tudo o que possa vir a converter-se em obstáculo (conceitos, bom senso, dogmas) diante da afirmação plena da liberdade existencial e artística, firmada num ato de escrita que equivale a um ato de revolta contínuo (cínico, agressivo, satírico) contra uma sociedade que receia enfrentar as zonas mais obscuras da sua condição.
A sua obra desenvolve-se em duas vertentes frequentemente confluentes: por um lado, a escrita panfletária, polémica e crítica (cf. Textos de Circunstância, Textos de Guerrilha I e II), e, por outro, uma ficção que tende com frequência para a autobiografia romanceada, na linha de um autor como Céline, onde confessa com desinibição as contingências de um eu ostensivamente pícaro, anti-herói sem dinheiro, incapaz de sustentar a família, boémio, sem teto certo, alcoólico, mendigo, em colisão frontal com os valores burgueses - concedendo apenas nas imagens da amada e do amor sensível materializado nos filhos momentos de rara exaltação da vitalidade -, e onde a desmistificação do eu encontra equivalente na desconstrução e experimentação linguística do próprio texto.
Bibliografia: Carta Sincera a José Gomes Ferreira, Lisboa, 1959; Comunidade, Porto, s/d; Crítica de Circunstância, Lisboa, 1966; Exéquias de Manuel Lima, o Careca: Manifesto, s/l, 1967; Textos Locais, s/l, 1967; O Libertino Passeia por Braga, A Idolátrica, o seu Esplendor, Porto, 1969; Exercícios de Estilo, Lisboa, 1971; Literatura Comestível, Lisboa, 1972; Pacheco versus Cesariny, Lisboa, 1974; Textos Malditos, Lisboa, 1977; Textos de Circunstância,, seguido de A PIDE Nunca Existiu, Amadora, 1977; Textos de Guerrilha, 1.a série, Lisboa, 1979; 2.a, 1981; Textos do Barro, Porto, 1985; O Caso das Criancinhas Desaparecidas, Lisboa, 1981; O Teodolito e a Velha Casa, Lisboa, 1985; Textos Sadinos, Setúbal, 1991; Memorando Mirabolando, Setúbal, 1995; Cartas na Mesa: 1966-1996, Lisboa, 1996; O Uivo do Coiote, Palmela, 1996; Torga: a Minha Homenagem, s/l, 1979
Luís Pacheco. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-01-11].

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