O Buscão

Livro 1

de Francisco Quevedo

editor: Livros do Brasil, maio de 1988
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O Buscão

de Francisco Quevedo

Propriedade Descrição
ISBN: 9789723801002
Editor: Livros do Brasil
Data de Lançamento: maio de 1988
Idioma: Português
Dimensões: 140 x 190 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 304
Tipo de produto: Livro
Coleção: Autores de Sempre
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 0368000211588
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
Francisco Quevedo

"D. Francisco Gómez de Quevedo y Villegas nasceu em Madrid, a 17 de setembro de 1580, ano em que Filipe II, então reinante em Espanha, passou a ocupar também o trono de Portugal. De origem nobre, seu pai foi secretário da rainha D. Ana, mulher de Filipe II, e sua mãe dama de honor desta rainha. Estudou dois anos no Colégio Imperial dos Jesuítas, de Madrid; em 1596 começou a frequentar a Universidade de Alcalá de Henares, onde obteve o título de bacharel em 1600, passando em 1602 para a Universidade de Valladolid quando a corte aí residiu (1601-1605), para fazer estudos que provavelmente concluiu em 1652. Já então se distinguiu como poeta: a coletânea de Pedro Espinosa, 'Primera Parte de las Flores de Poetas Ilustres de España' (saída em 1605, embora com aprovação de 1603), inclui dezoito poemas de Quevedo, a comprovar a sua reputação; a 'Segunda Parte del Romancero General', editada em Valladolid, também em 1605, inclui quatro romances de Quevedo. (...)
Com o regresso da corte a Madrid, Quevedo voltou à cidade natal. Começou a escrever 'El Buscón', 'Los Sueños' e numerosos poemas, embora seja difícil precisar quais, pois apenas se conseguiu fixar a cronologia de cerca de 300 numa obra que atinge quase 900 poemas. James O. Crosby data de 1603 a 1613 'uns 75 poemas e provavelmente muitos mais'.
Cerca de 1613 escreveu um notável conjunto de poemas que testemunha uma profunda crise espiritual, denominado 'Heráclito Cristiano y Segunda Arpa a Imitación de David'. A política atraía-o, talvez porque considerasse valioso o contributo que assim poderia dar à vida espanhola de então, que o confrangia, talvez por ser um meio de afirmar as suas pretensões nobiliárquicas, de ascensão social e obtenção de meios de fortuna. Entre 1613 e 1619 exerceu intensa atividade política ao serviço de D. Pedro Téllez Girón, Duque de Osuna, que em 1610 fora nomeado vice-rei da Sicília e em 1616 ascendeu a vice-rei de Nápoles, fazendo estes territórios parte do império espanhol. (&) Em 1618 as relações entre Quevedo e o Duque de Osuna principiaram a deteriorar-se; o poeta regressou de Itália em 1620, ano em que o duque foi destituído de vice-rei de Nápoles. Ainda antes de principiar o processo movido contra o Duque, Quevedo foi desterrado para a Torre de Juan Abad - vila manchega sobre cujo senhorio pleiteou durante alguns anos - e em 1621 foi encarcerado (no convento de Uclés, graças a ser cavaleiro de São Tiago), voltando depois para a sua vila, até ser libertado. (&)
Na noite de 7 de dezembro de 1639, Quevedo foi preso em casa do Duque de Medinaceli, em Madrid. (&) Na sua correspondência, Quevedo afirma ter sido vítima de uma calúnia. Sobre as causas desta prisão não existem hoje dúvidas, segundo Pablo Jauralde Pou: 'O Duque do Infantado acusara [Quevedo], secretamente, de confidente dos franceses, isto é, de traidor e espião (&). Quevedo conheceu, creio que a partir de aproximadamente o segundo ano da sua prisão, não só a razão do seu encarceramento, mas também o nome do delator.' Após dois anos de prisão, as rigorosas condições em que estava foram atenuadas: podia sair da cela, receber visitas, escrever. Mantém então 'uma intensa produção literária'. Foi libertado em junho de 1643, após a queda do Conde-Duque de Olivares, sem nunca ter sido acusado oficialmente. A sua saúde estava muito abalada, regressou a Madrid, onde ficou até novembro de 1644, depois seguiu para Torre de Juan Abad. Propõe-se organizar a edição da sua obra poética. Mudou-se depois para Villanueva de los Infantes, onde dispunha de melhor clima, bons amigos, médicos mais eficazes. Em abril de 1645 acolheu-se ao convento de São Domingos, onde fez testamento. Morreu em 5 de setembro seguinte, sendo sepultado em lugar hoje desconhecido.»
José Bento, no prólogo a "Antologia Poética"

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