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Idiotas Úteis e Inúteis

de Ricardo Araújo Pereira

editor: Tinta da China, outubro de 2020
As crónicas de Ricardo Araújo Pereira que os leitores portugueses nunca leram
Idiotas Úteis e Inúteis reúne mais de cem crónicas humorísticas que RAP escreveu originalmente para o jornal brasileiro de maior tiragem, a Folha de S. Paulo.
Da vida política brasileira à cirurgia cosmética facial de Rambo, da etiqueta respiratória sob pandemia ao teorema dos macacos infinitos, da higiene pessoal de James Bond ao cabeleireiro de Medusa, da infância Fortnite ao politicamente correcto, este volume percorre os temas caros ao comediante e o seu modo muito particular de observar o mundo.

«Toda a gente tolera os idiotas úteis — que são, aliás, o melhor tipo de idiota. Os idiotas inúteis, pelo contrário, geram muito menos simpatia, uma vez que juntam a inutilidade à idiotice. Mas os idiotas úteis obtêm um certo tipo de redenção porque, sendo idiotas (uma circunstância infeliz da qual, em princípio, nem têm culpa), têm um préstimo. Se quiséssemos estabelecer uma hierarquia entre espertos úteis, espertos inúteis, idiotas úteis e idiotas inúteis, os idiotas úteis ocupariam um honroso segundo lugar, atrás dos espertos úteis mas à frente dos espertos inúteis, que, sendo embora espertos, não nos ajudam em nada.»
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Crónicas engraçadas

Não é preciso meter a cabeça em Proust para dar um mergulho em condições. Nem é preciso levar uma semana a ler um livro para se chegar ao impacto. Textos pequenos também têm muita coisa dentro. Aqui vão umas sugestões. Elefante na sala Joana Marques é o meu ídolo e o meu pavor. Sempre que dou uma entrevista com gravação áudio, tremo perante a possibilidade de ir parar ao seu Extremamente Desagradável. Defendê-la aqui – hoje, em público –, sugerindo-a e elogiando-a, pode proteger-me dessa desgraça absoluta que me arruinaria perante família, amigos, público, desconhecidos que vivem na outra ponta do país. Além disso, admitamo-lo, pouca gente tem tanta graça em Portugal. Em Elefante na Sala, Joana Marques pega em temas que, há que dizê-lo, não interessam ao menino Jesus, e o seu interesse é mesmo esse. É que, para comentar o Orçamento do Estado todos os dias, já temos todos os outros. Em vez disso, a autora resgata a crónica como o que nunca devia ter deixado de ser: uma narrativa curta num tom familiar que nos vai mostrando a matéria da vida. Ler o livro de enfiada é ter um apanhado do que entusiasmou Portugal nos últimos dois anos – incluindo o que nem tinha motivos para isso. QUERO LER!





Idiotas úteis e inúteis Peguei no livro achando que era sobre mim, mas não. É pena, porque sempre quis ser musa. Longe de me cumprir os sonhos, a Tinta da China publicou este conjunto de crónicas originalmente escritas para aFolha de S. Paulo. Há uma coisa que ninguém faz como Ricardo Araújo Pereira: pegar em pó e construir uma pedra. Lê-lo não interessa pelos temas. Não é que uma crónica sua nos vá dar respostas sobre o défice orçamentar de Nárnia. Mas faz coisa melhor: ao usar um olhar aguçado, que procura o ridículo, o cronista põe a vida a nu em vez de lhe inventar roupa. Com isto, sempre que o leio vejo a vida despida por aí, num atentado ao pudor que é um escândalo. QUERO LER! O homem fatal É talento puro, e também muito trabalho. Ler Nelson Rodrigues é sempre desconcertante. É o Messi dos textos – nunca se sabe por onde vai a bola, que é como quem diz que a prosa parece ziguezaguear sem rumo, à maluca, encantando, driblando, e acabando com um tiro levezinho que vai direto ao alvo. Talvez seja difícil olhar para a crónica de Rodrigues sem um misto de admiração e inveja. Melhores pessoas poderão ter apenas a primeira, eu faço sempre um meio-meio. Enfim, não sou anjo nenhum, e Nelson Rodrigues muito menos. Está aqui um escritor que eu não gostaria de levar a tomar um café, mas isso não me impede de levar os livros dele para o café e de o ler como quem dá a volta ao mundo, parando invariavelmente num boteco qualquer do Rio de Janeiro. A sua sinceridade é desconcertante, e a forma como insulta – puro enfeite – não dá para o comum mortal. Fecha-se o livro, que inclui noventa das suas crónicas, partindo de três livros (O Óbvio Ululante, 1968, A Cabra Vadia, 1970, e O Reacionário, 1977), e, citando um título seu, temos A vida como ela é...: são a esquerda e a direita ao murro (e o cronista ao murro à esquerda), é o Brasil como caos, é a cultura, são as relações entre humanos, tudo tão cheio de uma ironia fina que nem se percebe como raio não escorre das páginas. QUERO LER! As mentiras que as mulheres contam Tem tanta graça que parece que o lemos de pé e nos puxam a carpete. Há magia na forma como Luis Fernando Veríssimo parece encontrar a universalidade nas coisas de nada que fazem o dia-a-dia. Note-se a mentira inaugural: o momento em que as mães, agitando as colheres de sopa, a dão a comer aos putos. Dali, segue-se um fio de mentiras, umas que servem para não rejeitar de caras, outras que são apenas não-verdades (maneira fofa de dizer mentira), outras que dizem com calma para não estilhaçar o outro lado – e assim se mantém a paz social. Não é coisa pouca, e tudo com truque de palavras. O humor de Veríssimo é irresistível. Depois de o ter lido, quem raio não fica com vontade de o ter escrito? Eu vou logo ao crime: deu-me vontade de o ter raptado para lhe roubar manuscritos e os publicar em meu nome. Até podia acrescentar a história ao livro, como mais uma mentira contada: «Olhem para mim a escrever tão bem.» E, por favor, que eu sei que estamos em 2024, não acusem o homem de nada, que ele também tem um livro sobre as mentiras contadas por quem produz mais testosterona que estrogénio. QUERO LER!

Idiotas Úteis e Inúteis

de Ricardo Araújo Pereira

Propriedade Descrição
ISBN: 9789896715809
Editor: Tinta da China
Data de Lançamento: outubro de 2020
Idioma: Português
Dimensões: 140 x 210 x 17 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 232
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Crónicas Livros em Português > Literatura > Humor
EAN: 9789896715809
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Responde às expectativas

Sandrina R.

Foi oferecido ao meu filho de 14 anos. Está a adorar. Acha-o engraçado e divertido. Lê sempre um pouco todos os dias. Já é o 2º livro que lê do Ricardo Araújo e creio que não será o último. Resumindo e concluindo, foi uma boa compra/oferta.

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Top

Nmar

Para quem gosta de umas verdades com humor, porque é o humor que nos guia, está é a escolha. Inteligente, divertido, e sempre a tocar no ponto. Recomendo.

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Um livro cheio de humor

Ana Catarina

Um livro que não nos desaponta do começo ao fim. Ricardo Araújo Pereira sempre com o seu tom irónico e cheio de humor, como tanto nos tem habituado. Neste livro podemos dar umas belas gargalhadas enquanto lemos crónicas do autor sobre temas importantes e sérios e também alguns mais banais.

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Genial

Rui F.

Um livro de crónicas recheado de muito humor como RAP já nos habituou. Ideal para quem soltar umas boas gargalhadas.

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Divertido

Glam Bookgram

Gostei imenso! É uma leitura leve e muito engraçada. Escreve as suas crónicas com muita perspicácia e consegue-nos fazer rir muito, até mesmo com as coisas mais banais.

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Este RAPaz tem jeito...

Duarte Gomes

Livro de muito fácil leitura, leve e com pormenores clássicos de Ricardo Araújo Pereira. Sátiras e paródias bem construídas e um excelente sentido de humor. É uma compilação de textos, que apenas peca, por escasso. Divirtam-se.

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RAP no seu melhor

sweet

Mais um livro maravilhoso de crónicas de RAP. Um humorista que consegue equilibrar na perfeição temas sérios e corriqueiros, lembrando-nos continuamente do absurdo da nossa existência.

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De rir e chorar por mais

Catarina Silva

Este é mais um livro da saga de Ricardo Araújo Pereira. No seu estilo muito próprio, torna a leitura deste livro num momento de boa disposição e muita gargalhada. Para os seguidores do Ricardo Araújo Pereira, mais um livro indispensável.

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Bom livro e bom humor!

Joana Baião

Mais um livro do RAP que não desilude. Boa leitura com temas atuais e sempre com um excelente sentido de humor!

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Mais uma voltinha

Joana P

Não há como o RAP desapontar com o seu humor irónico que tão característico lhe é enquanto nos deixa, no final de cada crónica, a refletir sobre os temas por ele abordados. Este livro engloba mais uma junção de crónicas do autor- e que falta já me faziam umas sobre acontecimentos mais recentes da história e desenvolvimento da humanidade!

Ricardo Araújo Pereira

Ricardo Araújo Pereira (Lisboa, 1974) é licenciado em Comunicação Social pela Universidade Católica, e começou a sua carreira como jornalista no Jornal de Letras. É guionista desde 1998. Em 2003, com Miguel Góis, Zé Diogo Quintela e Tiago Dores, formou o Gato Fedorento. Escreve semanalmente na Visão (Portugal) e na Folha de S. Paulo (Brasil) e é um dos elementos do programa da TSF/SIC Governo Sombra. É autor e apresentador de Isto É Gozar Com Quem Trabalha (SIC). Com a Tinta-da-china, publicou seis livros de crónicas — Boca do Inferno (2007), Novas Crónicas da Boca do Inferno (Grande Prémio de Crónica APE 2009), A Chama Imensa (2010), Novíssimas Crónicas da Boca do Inferno (2013), Reaccionário com Dois Cês (2017) e Estar Vivo Aleija (2018) —, além dos volumes de Mixórdia de Temáticas, que reúnem os guiões do programa radiofónico, e de um ensaio: A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar (2016, também publicado no Brasil). No Brasil está ainda publicada a coletânea de crónicas Se não entenderes eu conto de novo, pá (Tinta-da-china, 2012). Coordena a coleção de Literatura de Humor da Tinta-da-china, que publicou livros de Charles Dickens, Denis Diderot, Jaroslav Hasek, Ivan Gontcharov, Robert Benchley, S.J. Perelman, George Grossmith, José Sesinando e, mais recentemente, Mark Twain. É o sócio n.º 12 049 do Sport Lisboa e Benfica.

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