Filho da Mãe
SINOPSE
Durante mais de um ano, o escritor procurou pessoas e lugares, resgatando aquilo que o tempo e a fuga o tinham feito esquecer ou o que nem sequer sabia sobre a mãe. Das férias algarvias da sua infância aos desgovernados anos de Nova Iorque, foi em busca dos estilhaços do luto a cada paragem: as cassetes com a voz da mãe, os corredores do hospital, o colégio de padres, uma cicatriz na perna, o escape do amor romântico, do sexo e das drogas ou uma roadtrip com o pai e o irmão.
Esta é uma investigação pessoal, feita através do ofício da escrita, sobre os efeitos da perda na identidade e no caráter. É um relato biográfico —tão íntimo quanto universal —sobre o afeto, as origens, a família e as dores de crescimento, quando já passámos o arco da existência em que deixamos de fantasiar apenas com o futuro e precisamos de enfrentar o passado. É também, inevitavelmente, uma homenagem à figura da mãe, ineludível presença ou ausência nas nossas vidas. Sem saber o que iria encontrar na viagem, o autor percebeu, pelo menos, uma coisa: quem quer escrever sobre a morte acaba a escrever sobre a vida.
CRÍTICAS
«O luto em três atos, capítulo no meio deste texto que rasga os géneros, é das coisas mais dilacerantes e belas algum dia escritas para qualquer um que tenha perdido alguém. Da dureza da idade adulta às recordações mais distantes, atravessando os trinta e três anos desde a morte da sua mãe, Gonçalves constrói, sobre a sua história verdadeira, uma fábula acerca do sentido do amor e da perda, levando-nos a crer e querer o miúdo que, a meio da noite, se põe a rezar para fazer ‘recuar o tempo’.»
João Tordo
«Um livro que me comoveu, divertiu, ensinou. Escrever sobre este tema sem uma única vez ser piegas e, ao mesmo tempo, montar uma tal coletânea de recursos, quadros, memórias, poéticas, míticas é obra ao alcance de muito poucos. De uma tal honestidade, de uma tal coragem, que nunca nos sentimos no papel do voyeur. Chama-se intimidade, e talvez seja o último valor do mundo.»
Joel Neto
NOTA DO AUTOR
«Este é, sem dúvida, o livro mais pessoal e importante que escrevi até hoje. Sendo uma história verdadeira, que começa com a morte da minha mãe, quando eu tinha oito anos, e que avança até aos dias de hoje, é também um testemunho de crescimento, o relato biográfico sobre uma família a lidar com o luto e a perda, o desafio do miúdo que quer crescer e ser um homem.
É uma história sobre o afeto, as origens, a família e as dores de crescimento, quando deixamos de fantasiar apenas com o futuro e precisamos de enfrentar o passado. É também, inevitavelmente, uma homenagem à figura da mãe.
Espero que recebam este livro com o entusiasmo com que o escrevi.»
DETALHES
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789896657727 |
Editor: | Companhia das Letras |
Data de Lançamento: | abril de 2019 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 147 x 232 x 17 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 240 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Biografias Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789896657727 |
OPINIÃO DOS LEITORES
Todos somos filhos da mãe
Tiago Matias
Um livro muito saudosista e bastante explicativo sobre a ausência materna. Um livro que nos faz pensar e nos leva a relembrar os momentos marcantes vívidos com os nossos pais. Recomendo
Filho da Mãe
Rui Pinto
Uma obra arrebatadora sobre a orfandade contada na primeira pessoa. Para além de muitíssimos predicados que me deixaram apreensivo, incomodado até com a realidade da vida, é também uma confissão onde não ficam palavras por dizer. Um comentário à capa do livro: parecendo-me de certo modo apropriada, acho-a contudo, um pouco pirosa para a excelência das palavras que guarda.
Um livro para a vida
Marcia
Comprei "Filho da Mãe" depois de apenas ler a sinopse. Não conhecia o autor, não sabia bem o que esperar. Que surpresa! O autor, que perdeu a mãe quando ainda era criança, tenta visitar um passado cujas memórias teimam em fugir. A obra mostra o amor profundo de uma criança por sua mãe, com quem conviveu por tão pouco tempo e a luta dessa criança, já adulta, em viver com uma ausência tão presente, com a dor dos planos que ficaram para trás e tudo o que ficou por viver e dizer.
Persistência da memória
Raquelina
Primeiro livro que li do autor. Muito bonito e envolvente e, no entanto, muito duro e comovente. A procura de validação de memórias, de respostas, de cimentar uma presença para que não morra o amor, perpetuando uma presença que, inevitavelmente desaparecerá. Num momento ou noutro, somos todos filhos da mãe.
Um verdadeiro golpe de consciência
J.S.
Este romance revela, por um lado, uma capacidade incrível de construir relatos e um manejo surpreendente dos instrumentos da língua portuguesa. Por outro, é uma verdadeira máquina de golpe na consciência de cada leitor. Recomendadíssimo!
Lindíssimo!
Fernanda Carvalho
Um maravilhoso conto sobre um filho que perde uma mãe, sem nunca deixar de ser seu filho. É uma leitura interessante do ponto de vista psicológico, mas acima de tudo é uma leitura lindíssima. Não é fácil escrever com alma, e Hugo Gonçalves fê-lo com a simplicidade de quem pega numa caneta e expõe o seu íntimo. Não há subterfúgios, nem equívocos. O que lemos é o que está no seu coração.
Recomendo vivamente
Bárbara Rodrigues
Gostei muito da forma sincera como está escrito. A avó dele fez-me lembrar as minhas tias. É engraçado percebermos que a forma de falar sobre o cancro ainda não mudou. Ainda existe medo de falar sobre ele, como se desse azar dizer a palavra "cancro". A escrita do autor é simples, mas muito bonita e cativante.
Paradoxalmente belo
Manuela Cunha
Um livro paradoxalmente belo sobre uma viagem para deixar de fugir a tudo que está em volta dessa ausência, do amor na morte e na perda. Do antes e do depois. Real, cru e esmagador no sentido em que põe a nu, de forma tão simples, as memórias ou o que criamos em torno de algo que vivemos ou gostaríamos de ter vivido, os sentimentos, as vitórias e os fracassos de quem escreve e de uma família inteira. A voz ausente, aquela que mais o autor procura, acaba por ser a sua própria voz, neste belo relato imersivo, de uma vida, que nunca se despediu na morte para concluir que tudo não seria como é, se não tivesse existido esse treze de Março. E o que somos nós, que nunca tivemos de guardar umas luzes azuis de uma ambulância, nem tão pouco sentimos esse vazio de nunca ter dado um abraço final, o que sentimos nós afinal?
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