10% de desconto

Cidade Aberta

de Teju Cole
editor: Quetzal Editores, junho de 2013
10,00€
10% DE DESCONTO CARTÃO
EM STOCK -
Através das ruas de Manhattan, um jovem médico nigeriano deambula sem destino. Andar liberta Julius do ambiente tenso da sua profissão e dá-lhe o espaço necessário para processar o relacionamento com os outros, a recente separação da namorada, o presente e o passado. Nesta deriva, os milhares de rostos por que passa não atenuam o seu sentimento de solidão, pelo contrário. Mas não se trata apenas de uma paisagem física a que ele atravessa: Julius cruza também um território social, no encontro com pessoas de diferentes culturas e estratos. Tendo merecido os maiores elogios (que o comparam a Sebald, Coetzee e Henry James), este assombroso romance investiga a identidade, a liberdade, a perda, a deslocação e a entrega. Cidade Aberta é uma obra profundamente original, cativante e encantatória.

«Uma poderosa e inquietante exploração da alma humana.»
Time Magazine

«O romance de Teju Cole - belo, subtil e original – está tão próximo do diário quanto um romance o pode estar, com grandes espaços de reflexão, autobiografia, estase e repetição. É preciso uma mão muito segura para fazer com que este trabalho de escrita pareça o simples seguir de um fio.»
James Wood, New Yorker

«Se Baudelaire fosse um jovem africano deambulando pelas ruas da Nova Iorque contemporânea, este seria o livro que escreveria.»
Hari Kunzru, The Guardian

Caminhadas_wookacontece_640.jpg

Errâncias literárias

Os livros são objetos estranhos: ao mesmo tempo que exigem de nós lentidão e quietude, pedindo-nos que nos sentemos e esqueçamos estímulos exteriores, cada vez mais rápidos e anestesiantes, conduzem-nos, por outro lado, ao movimento e à ação. Alguns vão além dessa característica intrínseca da literatura, a de nos pôr a deambular dentro dos nossos pensamentos, e transformam o ato de andar no seu eixo principal. Enquanto uns exploram de que forma a caminhada altera a nossa perceção da realidade, outros são feitos de pessoas que andam.

Caminhar – Uma Filosofia, de Frédéric Gros Em Caminhar – Uma Filosofia, Frédéric Gros defende que andar não é apenas deslocação, é um estado de espírito. Inspirando-se em figuras como Nietzsche, que percorria montanhas durante horas, ou Kant, com as suas rotinas rigorosas, Gros mostra-nos que caminhar nos liberta das urgências modernas. Para o autor francês, há uma diferença grande entre andar por prazer e andar por obrigação. Aquele que anda sem pressa entra num plano diferente, uma espécie de tempo suspenso que propicia a introspeção e a criatividade. Todos já experimentámos a sensação de alívio ao dar uma volta para arejar as ideias, e no livro esse fenómeno é elevado a reflexão filosófica.
QUERO LER! »









Andar a Pé, de Henry David Thoreau Esta visão sobre a importância da caminhada encontra ecos num livro pequeno demais para aquilo que nos ensina. Andar a Pé, de Henry David Thoreau, é visto como uma das obras mais importantes sobre o tema e considera a errância uma forma de resistência – um impulso quase instintivo de retorno à essência e à espiritualidade, muitas vezes afogadas pelos afazeres do dia a dia. Só na Natureza, longe das cidades e do progresso, é possível ao Homem alcançar o que é importante. Conhecido pelo seu espírito itinerante, Thoreau escolhia florestas e bosques para longas caminhadas, e é por esses trilhos que o livro nos leva. Escrito como quem passeia por uma floresta, Andar a Pé impele-nos a andar sem destino e a deixarmo-nos levar por um estado contemplativo e de libertação. QUERO LER! » Cidade Aberta, de Teju Cole Julius, o protagonista de Cidade Aberta, de Teju Cole, caminha sem rumo em Nova Iorque, como Thoreau fazia nos bosques de Massachusetts, embora com um propósito diferente. Rodeado de pessoas, mas imerso no anonimato das grandes cidades, o jovem médico parece buscar nas suas deambulações por Manhattan uma forma de compreender o mundo e a si mesmo, ainda que, muitas vezes, os pensamentos que o acompanham o afastem, em vez de o aproximarem da sua própria essência. Ao contrário de Thoreau, Julius não caminha para se encontrar, mas para se perder nos seus pensamentos, e evita confrontos diretos com aquilo que prefere esquecer. A cidade, aberta e labiríntica, espelha a dispersão interior deste homem cheio de ambiguidades. Com uma escrita que evoca laivos da prosa de Sebald, em Cidade Aberta a caminhada surge como um ponto de partida, nunca como uma verdadeira chegada. QUERO LER! » Advento, de Gunnar Gunnarsson Há, no entanto, outras formas de caminhar, mais próximas de uma peregrinação, como a jornada de Benedikt, protagonista de Advento, de Gunnar Gunnarsson. Enquanto Julius vagueia por Manhattan sem destino, Benedikt atravessa as montanhas geladas da Islândia com um objetivo muito claro: resgatar ovelhas perdidas antes que o inverno as condene à morte. Se um caminha para escapar a si mesmo, o outro avança movido por um sentido de dever, enfrentando o frio e a solidão com a determinação de um crente. Julius perde-se na vastidão da cidade, Benedikt encontra na Natureza um propósito. Toda a história é pautada por um sentimento de reverência em relação a algo superior e inefável, ligado tanto à sua missão quanto à sua ligação com a Natureza. E nós seguimos com ele, sem saber ao certo onde esta excursão nos levará. QUERO LER! » Folhas de Erva, de Walt Whitman Walt Whitman deu muitos contributos na celebração do movimento e da conexão com a Natureza através da sua poesia. Contemporâneo de Thoreau, partilhava com ele a ideia de que o Homem só está completo no contacto com a natureza, mas, enquanto Thoreau enfatizava a meditação e o isolamento, Whitman valorizava a experiência sensorial, adotando uma atitude contemplativa em relação ao mundo. Folhas de Erva, a sua grande obra, gerou muita controvérsia pela linguagem utilizada e pelos temas abordados. Os seus poemas exaltam o corpo, o erotismo e a liberdade do homem perante os outros, celebram a Natureza e os sentidos. Com recurso a versos livres e métrica irregular, Whitman canta a igualdade entre os homens e a fusão entre o espírito e a matéria. Andar, neste processo de elevação, é o ato primordial que nos liga ao mundo e nos permite alcançar a plenitude. QUERO LER! » O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien Falar de O Senhor dos Anéis sem falar de caminhada é tirar ao épico de J.R.R. Tolkien o seu significado. Mais do que ogres, magia e a luta do bem contra o mal, nesta aventura é o ato de caminhar que transforma os personagens. A travessia de Frodo e Sam até Mordor amadurece-os. Não caminham por prazer ou para se perder, como Thoreau, Julius e Benedikt. Caminham porque não há outra escolha, e nesse processo criam uma relação forte. Sem o apoio um do outro, Frodo e Sam não teriam conseguido seguir em frente. A partilha do peso da jornada fortalece-os, e é na amizade que encontram forças para continuar. A caminhada, aqui, é mais do que um percurso, é uma afirmação de esperança, persistência e transformação. QUERO LER! » Atrás de toda a caminhada, há sempre uma busca por algo que falta, e a literatura é uma boa companheira nessa viagem. Ajuda-nos na tarefa sempre incompleta de tentar perceber o que nos rodeia. Como diz Gros no início do seu livro, «caminhar não é um desporto», não é algo que se aprende, está dentro de nós, e é nesse movimento físico e mental que nos aproximamos de nós mesmos e nos deparamos com aquilo que está para além do imediato.

Cidade Aberta

de Teju Cole

Propriedade Descrição
ISBN: 9789897221095
Editor: Quetzal Editores
Data de Lançamento: junho de 2013
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 236 x 20 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 288
Tipo de produto: Livro
Coleção: Serpente Emplumada
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789897221095

Um nigeriano nos EUA

Cláudia Santos

Foi uma viagem e tanto. Este livro retrata o dia a dia de um médico, as suas preocupações e os seus desejos, enquanto deambula pela cidade de Nova Iorque. Uma visão diferente aos olhos de um não nativo.

Nova Iorque como nunca antes vista

Maria Fernandes

O autor faz um relato intenso dos seus dias em Nova Iorque. Conta-nos os sítios que vê, descreve-nos as pessoas com quem se cruza e as conversa que tem com elas. Uma visão diferente, em registo deambulante, da grande cidade norte-americana.

SOBRE O AUTOR

Teju Cole

Teju Cole nasceu nos Estados Unidos filho de pais nigerianos. É escritor, historiador de arte e um ávido fotógrafo de rua. Colabora regularmente com o New York Times e as revistas New Yorker e Granta, entre outras. Presentemente, trabalha num projeto do Twitter chamado "small fates". Teju Cole vive em Brooklin, Nova Iorque.

(ver mais)

LIVROS DA MESMA COLEÇÃO

DO MESMO AUTOR

QUEM COMPROU TAMBÉM COMPROU