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Campo Pequeno

de João Pedro Vala

Livro eBook
editor: Quetzal Editores, fevereiro de 2024
De narrador e personagem principal a criador de um novo universo.
FINALISTA PRÉMIO WOOK NOVOS AUTORES i
Em Grande Turismo, seu romance de estreia, João Pedro Vala era narrador e personagem principal; agora, em Campo Pequeno, é o demiurgo criador de um universo em que ora participa, de que ora se abstém, mas que manipula a seu bel-prazer.

Em Campo Pequeno, um bebé prestes a nascer, uma freira semiatropelada, um conquistador mongol, uma mulher roxa, um beatboxer amador, um casal sadomasoquista, um caçador ocasional, um cangalheiro que tira cervejas durante os Santos Populares, uma mãe negligenciada, um ator italiano, um jogador de futebol dos campeonatos distritais, um consultor chato como tudo e um cão ajudam Heitor, Laura, Gabriel e Mafalda na procura de um sentido para as suas vidas.

Se em Grande Turismo João Pedro Vala olhava para dentro, à procura de si mesmo, aqui as atenções viram-se para um mundo que procura, sem grande sucesso, invadir.
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Prémio WOOK Novos Autores: celebrar a literatura emergente em língua portuguesa

Além de sermos a maior livraria portuguesa online, gostamos de dar voz e apoiar os escritores que dão vida à nossa língua. Por isso, decidimos criar o Prémio WOOK Novos Autores. Com esta iniciativa, damos um passo crucial na descoberta de talentos literários, destacando escritores que prometem marcar o futuro da literatura de língua portuguesa.
O nosso prémio distingue novos autores que tenham até duas obras de ficção literária editadas em Portugal (1.ª edição), publicadas originalmente em língua portuguesa, até 30 de setembro de 2024. De 80 livros elegíveis, foram selecionadas seis obras finalistas, que primam pela diversidade, criatividade e qualidade da produção literária em língua portuguesa.
O que falta? Para ajudar a apurar o vencedor, convidámos o escritor João Tordo, para presidir ao nosso júri, formado também por dois membros da WOOK. Mas vão ter de esperar um pouco mais para saber quem irá receber o nosso galardão. O vencedor da 1º edição do Prémio WOOK Novos Autores é anunciado na terceira semana de janeiro de 2025. Até lá, tem tempo de conhecer os finalistas e as obras a concurso – vá por nós, vale muito a pena descobrir estas vozes emergentes da literatura em português! Apresentamos agora os finalistas selecionados:

(os finalistas são apresentados por ordem alfabética da primeira letra dos seus sobrenomes) Stênio Gardel, A Palavra que Resta Stênio Gardel é um escritor brasileiro nascido em 1980 no Ceará, onde trabalha no Tribunal Regional Eleitoral e é especialista em Escrita Literária. Enquanto escritor, além de ter em diversas coletâneas de contos, conquistou grande reconhecimento com sua obra de estreia, A Palavra Que Resta (2021). Neste romance, Gardel explora temas como identidade, memória, sexualidade e os desafios enfrentados por um homem analfabeto que relembra uma carta nunca lida, o que marca profundamente a sua vida. Um romance sobre o poder da palavra e da linguagem, sobre repressão, violência e vergonha, mas acima de tudo sobre a coragem de lhes resistir. A narrativa sensível e poética rendeu ao autor as distinções do National Book Award para a melhor obra traduzida, de semifinalista do Prémio Jabuti e finalista do Prémio São Paulo de Literatura. O livro começa assim:

Raimundo
«Raimundo de Freitas, traço incerto, arredio ao toque do papel. Lápis danado, domado, e ele escrevia o nome completo pela primeira vez. Setenta e um aos e essa invenção, como ele diz, de aprender a ler e escrever depois de velho. Raimundo não foi difícil. Complicado era Gaudêncio, denso de saudade, as cinco vogais e acentuado. Freitas era feito de sangue.

Excerto de A Palavra Que Resta, de Stênio Gardel, p. 13 COMPRO NA WOOK! » Marta Hugon, Souvenir Marta Hugon (Lisboa, 1971) tem cinco discos em nome próprio e várias colaborações como cantora e compositora. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, escreve para publicidade, é professora na Escola de Jazz Luiz Vilas Boas e cocriadora do projeto a três vozes «Elas e o Jazz». Depois de se ter estreado na literatura com a publicação do conto «Conceição» na 10.ª edição da revista Granta em Língua Portuguesa, Hugon lançou, em abril deste ano, Souvernir, o seu primeiro livro. Souvenir é uma coletânea de contos habitados por personagens comuns que giram em torno da memória e da intimidade humana. Cada história é como uma peça de um quebra-cabeça emocional, unida por objetos, lugares e músicas que evocam experiências do passado, explorando temas como trauma, redenção e coragem diante das adversidades. A memória é quase palpável, transportando-nos para as vivências das personagens, numa linguagem de sensibilidade poética na forma como aborda o tempo e a nostalgia. O livro começa assim:

Conceição
«A casa tinha uma sala grande, plantas trepando suspensas por invisíveis fios de nylon, competindo com as estantes dos livros que, em colorida desarrumação, circunscreviam o espaço. Enquanto limpava o pó, Conceição ia lendo as lombadas, saltando os títulos em francês e em inglês, que não lhe diziam nada. Os quatro anos de escola, muito trabalho no campo e a fome repartida com os oito irmãos estavam agora longe, mas ainda lhe fazia confusão que as meninas não quisessem mais e deixassem restos de comida nos pratos.»

Excerto de Souvenir, de Marta Hugon, p. 13 COMPRO NA WOOK! » Rita Canas Mendes, Teoria das Catástrofes Elementares Rita Canas Mendes (Lisboa, 1984) é formada em Filosofia e pós-graduada em Edição, tendo trabalhado em diversas editoras. Atualmente, dedica-se à tradução literária e à escrita. Tem várias obras publicadas, do guia prático ao livro infantil, e o seu amor pelos livros está espelhado em O Que Vem a Ser Isto ou Como Publicar o Seu Livro.
Teoria das Catástrofes Elementares, o primeiro romance da autora, decorre entre Lisboa e Cascais nas décadas de 1990 e 2000, e revisita a história recente do país, passando pontualmente pela Guerra Colonial, o norte de Portugal e a Euro Disney. Com humor e ironia, a narrativa percorre episódios que testemunham as vivências das várias gerações de uma família. O seu enredo compõe uma espécie de vitral de memórias, recuperando estilhaços dispersos para construir uma narrativa que liga o passado ao que há de vir. O livro começa assim:

«Durante muitos anos, pensei que «atropelar» quisesse dizer passar por cima, não apenas dar uma pancada, um encontrão. No meu imaginário, um atropelamento significava ser-se passado a ferro por um carro, primeiro as rodas da frente, depois as de trás. Quando a minha mãe foi atropelada, julguei que tivesse ficado esmigalhada por dentro, bolacha de água e sal. Perdeu uns dentes, partiu o nariz, o queixo, um pulso, mas esmigalhada, por sorte, só uma perna, onde ainda mora uma trave metálica que o osso, com o tempo, adotou. Já não a pode tirar, agora. Pirata de ferro, com cicatriz ao longo da canela, apitando para sempre nos aeroportos.»

Excerto de Teoria das Catástrofes Elementares, de Rita Canas Mendes, p. 13 COMPRO NA WOOK! » Henrique Raposo, As Três Mortes de Lucas Andrade Henrique Raposo (Loures, 1979) é escritor e cronista do Expresso e da Renascença. Licenciado em História e mestre em Ciência Política, fez investigação académica, foi editor da revista Atlântico e colaborou com vários jornais nacionais. As Três Mortes de Lucas Andrade é o seu primeiro romance. Nele, acompanha a saga de um jovem que sofre com os códigos masculinos da pobreza, da rua e da fábrica. A história desenrola-se na segunda metade do século XX e retrata o êxodo rural, os choques entre a cidade e a periferia – e entre as classes –, e o surgimento dos subúrbios dos anos 60 e 80. Um retrato poderoso da pobreza, que nos faz questionar se será possível manter a decência quando o caos e o mal prevalecem. O livro começa assim:

Abertura
«A meio do caminho, percebi que Lucas Andrade se matou enquanto se tentava salvar; o caminho que o levou ao suicídio é também o caminho que o conduziu à fé. Esta ambiguidade fascina e confunde ao mesmo tempo. Ainda hoje a tragédia de Lucas Andrade desperta debates acalorados entre diversas tribos: a tribo moralista que vê neste homem um símbolo da vilania egoísta e de vários pecados capitais; a tribo literária que vê nele uma metáfora libertadora, o herói merecedor de todas as comendas; a tribo científica que o reduz à condição de doente mental inimputável, o pobre coitado que não pode ser responsabilizado pelos seus próprios atos. Quem tem razão? Não sei.»

Excerto de As Três Mortes de Lucas Andrade , Henrique Raposo, p. 11 COMPRO NA WOOK! » João Pedro Vala, Campo Pequeno João Pedro Vala (Lisboa, 1990) é doutorado em Teoria da Literatura e licenciado em Gestão. Trabalha como crítico literário, revisor e tradutor. Em 2022 estreou-se no romance com Grande Turismo, seguido agora por Campo Pequeno. Nesta narrativa, Heitor, Laura, Gabriel e Mafalda, procuram um sentido para as suas vidas, ajudados por um caótico conjunto de personagens que inclui: um bebé prestes a nascer, uma freira semiatropelada, um conquistador mongol, um casal sadomasoquista, uma mãe negligenciada, um ator italiano, um jogador de futebol dos campeonatos distritais, um consultor chato como tudo e um cão. Um universo singular criado por João Pedro Vala, que toma múltiplas formas e se desdobra em situações que surpreendem o leitor. O livro começa assim:

«Durante uma semana, o Heitor mal conseguiu pregar olho. Normalmente, o ritual repetia-se: acabado o jantar, metia a loiça na máquina e dava um jeito na cozinha. Só depois, por uma mania que nunca hei-de entender, pegava numa peça de fruta e ia comê-la em frente à televisão. Já a Laura, lia a um canto do sofá e, passado um tempo, bem depois de o Heitor se ter levantado para ir deitar no lixo um pauzinho e dois ou três caroços, começava a pintar a um canto da sala, entre Novembro e Fevereiro, ou a tricotar, encostada a ele, nos meses mais quentes.»

Excerto de Campo Pequeno, de João Pedro Vala, p. 9 COMPRO NA WOOK! » Victor Vidal, Não Há Pássaros Aqui Victor Vidal, nascido no Rio de Janeiro em 1991, é historiador de arte e doutor em Estudos Críticos das Artes. É especializado em arte japonesa, tendo trabalhado no setor educativo de museus e centros culturais. Fez a sua estreia literária com o romance Não Há Pássaros Aqui e venceu, com esta obra, o Prémio Leya 2023.
Neste livro, Vidal debruça-se sobre a relação entre uma mãe e uma filha, explorando como os traumas de infância marcam a vida adulta. Quando a mãe de Ana, a protagonista, desaparece, esta regressa à casa em que passou a sua infância e, aí, vê-se confrontada com as feridas do seu passado, marcado pela violência que a mãe, desequilibrada e alcoólica, lhe infligiu. Perante o insólito da situação, Ana recorre ao seu único amigo de infância, um rapaz frágil que a fazia cúmplice dos seus traumas, e que ela sabe ter desiludido. Cada personagem revela-se na sua complexidade desconcertante, numa reflexão madura. sobre como tendemos a reproduzir os comportamentos que vivemos na infância, por muito que os condenemos. O livro começa assim:

«O telefone tocou insistentemente até eu me convencer a atendê-lo. Num primeiro momento, não reconheci a voz de Célia do outro lado da linha. Fazia muito tempo desde a última vez que nos tínhamos visto ou falado e por pouco não desliguei o aparelho afirmando nunca ter ouvido aquele nome. «Sou a vizinha de sua mãe», disse a mulher, esganiçada, tentando não parecer magoada. Antes que eu conseguisse assimilar essa informação, ela deu início a um falatório apressado e confuso, atropelando as próprias palavras enquanto tentava explicar o motivo do telefonema. Aparentemente, minha mãe havia desaparecido.»

Excerto de Não Há Passáros Aqui, de Victor Vidal COMPRO NA WOOK! »

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Minientrevista a João Pedro Vala, finalista do Prémio WOOK Novos Autores

João Pedro Vala nasceu em Lisboa em 1990. Doutorou-se em em Teoria da Literatura, depois de se ter licenciado em Gestão, e trabalha como crítico literário, revisor e tradutor. Até 2022, ano em que se estreou no romance com Grande Turismo, uma narrativa em que o protagonista, homónimo do escritor, deambula pelo quotidiano com o mal-estar de um permanente turista na sua própria terra e na sua própria pele, num estado tão cómico quanto melancólico.
Dessa história, em que era narrador e personagem principal, o escritor passa a encarnar, em Campo Pequeno, finalista do Prémio WOOK Novos Autores, o papel de demiurgo criador e manipulador de um universo singular. O enredo acompanha Heitor, Laura, Gabriel e Mafalda na procura de um sentido para as suas vidas. A ajudá-los, há um caótico conjunto de personagens, entre as quais um bebé prestes a nascer, uma freira semiatropelada, um conquistador mongol, um casal sadomasoquista, uma mãe negligenciada, um ator italiano, um jogador de futebol dos campeonatos distritais, um consultor chato como tudo e um cão. Todos, parte de um mundo ficcional moldado por múltiplas formas e marcado por uma miríade surpreendente de acontecimentos. João Pedro Vala Como surgiu a ideia para este livro?
Mais do que uma ideia, tinha uma imagem que me fascinava sem saber porquê: um casal prestes a ser pai, ele sentado no sofá a ver televisão e ela a tecer um casaco de malha. Tem uma rotina de escrita?
Por mil e um motivos, as minhas rotinas de escrita têm variado de livro para livro. Agora, escrevo três dias por semana, durante duas horas, ao final da tarde.

Como lida com um bloqueio criativo?
Estarei com certeza errado, mas não acredito que a criatividade e a inspiração desempenhem um papel fundamental na escrita de um livro. Quando me sento para escrever, não me preocupo muito com a qualidade do que sai. Isso é um problema para outra altura. Importa-me apenas acrescentar mais uma pedra ao que já construí. Se não servir, retiro-a mais tarde e substituo-a por outra. Caso me sinta incapaz de escrever, há sempre alguma coisa lá atrás que deixei por polir.

Qual é a pior e a melhor parte de ser escritor?
A melhor parte de ser escritor é, e desculpem-me a obviedade, escrever. O pior talvez seja o mês imediatamente a seguir à publicação, em que já não há nada a fazer a não ser ver o livro em que trabalhei durante tanto tempo seguir o seu caminho para longe de mim. Há algum tema sobre o qual não goste de ler ou escrever?
À primeira vista, não. Mas teria relativamente pouco a dizer sobre a evolução dos juros da dívida.

Se pudesse partilhar um jantar com qualquer autor (vivo ou morto), quem escolheria?
Com o Simão Lucas Pires ou o Afonso Reis Cabral, mas têm uma agenda bastante ocupada. O Proust seria uma boa alternativa, mas ele comia pouco e eu não conseguiria dizer nada.

Wook tem vergonha de nunca ter lido?
Vergonha é uma palavra que reservo para coisas mais espalhafatosas. Os livros que não li provocam-me sobretudo entusiasmo. Talvez os que mais entusiasmam entre o universo infinito que compõe o que desconheço sejam Os Irmãos Karamazov, do Dostoiévski, o Almas Mortas, do Gogol, e o Paraíso Perdido, do Milton.

Qual o livro que mais o marcou até hoje?
Em Busca do Tempo Perdido.

Qual foi o último livro que ofereceu?
Estrela Solitária, a biografia que o Ruy Castro escreveu do Garrincha. Em boa verdade, ainda não a ofereci, portanto, se puder ser, não digam nada ao meu amigo António. Muito agradecido.

Campo Pequeno

de João Pedro Vala

Propriedade Descrição
ISBN: 9789897229565
Editor: Quetzal Editores
Data de Lançamento: fevereiro de 2024
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 235 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 216
Tipo de produto: Livro
Coleção: Língua Comum
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789897229565
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
João Pedro Vala

João Pedro Vala nasceu em Lisboa, em 1990. É licenciado em Gestão e doutorado em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa, com uma tese sobre Marcel Proust. É crítico literário, revisor e tradutor. Em 2022 publicou Grande Turismo na Quetzal, a que se seguiu Terra em 2023, conjunto de cinquenta narrativas criadas em torno das comemorações dos cinquentas anos da Herdade do Esporão.

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