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Cadernos do Subterrâneo

de Fiódor Dostoiévski
editor: Editorial Presença, julho de 2022
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RECOMENDADO PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA
Originalmente publicado numa revista, em 1864, Cadernos do Subterrâneo é um texto fundamental para a compreensão da obra de Dostoiévski. o tom agreste, as cores sombrias até à repulsa e a tensão quase raivosa das situações que marcam este livro são traços amplamente reconhecíveis do autor.

A primeira parte é um longo e violento monólogo em que o protagonista humilhado se rebaixa ainda mais, até à degradação; a segunda põe o herói em acção, ilustrando o confronto do seu ego fragilizado com as franjas da sociedade.

O guincho ignóbil - como disse Górki - a que desceu este herói é também a voz que atravessa toda a obra de Dostoiévski: a da afirmação do direito da liberdade do indivíduo, sejam quais forem os contornos que assuma.

Traduzido diretamente do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra
Vencedores do Grande Prémio de Tradução Literária APT/Pen Clube Português
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A escrita e o inverno: como as estações inspiram a literatura

Talvez seja a ideia mais romântica do ato de escrever: alguém metido numa cabana no meio de uma montanha gelada – frio fora, calor dentro – a escrever um romance. Também se dará o inverso: um calor tropical e um cenário gelado nos livros. Seja como for, aqui vão alguns exemplos de páginas com graus negativos. Há que pegar em luvas para ler estes livros.
Os russos cristalizaram, na literatura, aquela tonalidade cristal da neve. Bem se percebe: com temperaturas a chegar aos 40 negativos, e narrativas metidas nesses ambientes gelados, seria natural que o clima fizesse o seu caminho nos livros. Não deve ter existido clássico russo que não tivesse pés em neve fofa, corpos a precisar de embrulho. Este ambiente serviu para criar a ideia de lugares inóspitos, mesmo que habitados, a que se juntou o pessimismo de quem viu gelar os sonhos. Ler Dostoiévski ou Tolstoi implica encarar isto, e prosas contundentes, e nevascas fortes, frio que aleija a pele, e conhecer um país em que tanta gente vive num embate contra o ar.
Comecemos por Dostoiévski, que tão bem soube retratar a decadência, e com ela o desconforto. Aqui, o desconforto implica frio. Em Cadernos do Subterrâneo, publicado numa revista em 1864, temos uma história que impressiona pela crueza – e aqui cru é o que não viu lume. O narrador até dá pena: humilhado pela sociedade, humilha-se a si mesmo, e é isso que dá asco a quem o lê. Há qualquer coisa de repulsa naquela autovisão sem pó de arroz. As cores são sombrias, o ambiente é gélido, tudo sabe a desconforto, a vida que existe apesar das condições.

Cadernos do Subterrâneo

de Fiódor Dostoiévski

Propriedade Descrição
ISBN: 9789722369497
Editor: Editorial Presença
Data de Lançamento: julho de 2022
Idioma: Português
Dimensões: 149 x 233 x 11 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 152
Tipo de produto: Livro
Coleção: Obras de Fiódor Dostoiévski
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789722369497

A Voz do Abismo: Confissão e Contradição em Dostoiévski

AP

Cadernos do Subterrâneo é uma obra vertiginosa onde Fiódor Dostoiévski inaugura o monólogo psicológico moderno, dando voz a um narrador que se debate entre o orgulho e a humilhação, entre o desejo de pertença e o prazer da autodestruição. O "homem do subterrâneo" fala a partir das margens, corroído pela lucidez e pela incapacidade de agir, num texto que desafia convenções morais, filosóficas e literárias. Com linguagem cortante e uma lógica quase delirante, Dostoiévski antecipa as angústias do século XX e desenha uma alma em conflito permanente. É uma confissão amarga, onde a verdade não redime, mas expõe — impiedosa e humana.

Ai o protagonista

Sandra Patrício

Foi a minha primeira leitura de Fiódor Dostoiévski. Nestes Cadernos o protagonista é neurótico, e profundamente só.

SOBRE O AUTOR

Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 11.11.1821 - S. Petersburgo, 09.02.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de caráter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a atividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exatidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a conceção da pena como redentora por meio da dor.

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