Álvaro Cunhal Uma Biografia Política - Volume 4

de José Pacheco Pereira

editor: Temas e Debates, dezembro de 2015
Álvaro Cunhal tinha saído algemado da casa clandestina do Luso em 1949. Agora, em 3 de Janeiro de 1960, estava livre mas continuava perseguido e entra de novo na clandestinidade. Tinham-se passado quase onze anos de prisão, uma das penas políticas mais longas do século XX português. Tem quarenta e seis anos, a sua vida pessoal mudaria significativamente a muito curto prazo e a sua acção política torná-lo-á de novo o dirigente máximo do PCP. Depois de uma atribulada estadia no interior de Portugal, sai para a URSS e depois para França, de onde só regressa em 1974. Na década de sessenta, terá uma afirmação indiscutível, como um dos grandes dirigentes comunistas mundiais, internacionalmente reconhecido.  O seu pensamento e a sua acção nestes anos moldaram a história de Portugal e das colónias portuguesas até aos dias de hoje.

Álvaro Cunhal Uma Biografia Política - Volume 4

de José Pacheco Pereira

ISBN: 9789727598052
Editor: Temas e Debates
Ano: 2015
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 235 x 25 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 480
Tipo de produto: Livro
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Biografias Livros em Português > Política > Política em Geral
EAN: 9789727598052
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
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Um comentário jocoso

Álvaro Lira

Há muito que esperava este novo volume, uma vez que admirei imenso o trabalho de pesquisa desenvolvido para a confecção dos anteriores. O autor tinha mesmo prometido que o último volume da obra, conteria as fontes, um índice remissivo geral, e outros complementos. Não é preciso elogiar mais a obra. Valerá expressar um sorriso ao contar que, quando li o 1º. Volume, a propósito da Nota 19 contida na página 117, que em certa altura, diz o seguinte " ... Este depoimento e um conjunto de notas foram o resultado de uma série de conversas realizadas em Lisboa, em Abril de 1979, antes de Fernando Macedo Falecer.", escrevi ao Dr. Pacheco Pereira dizendo que era pena ele não ter registado também as declarações de Fernando Macedo de Sousa, após o seu falecimento! E terminava assim: "Oh Dr. Pacheco Pereira: a gente às vezes escreve cada coisa!"

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Álvaro Cunhal

Eduardo Magalhães

Álvaro Cunhal, um político que, quer se goste ou se não goste, todos respeitaram pela sua coerência e coragem na defesa dos seus ideais, é magistralmente biografado pelo Pacheco Pereira que remata, com este volume, a sua excelente biografia de um dos maiores políticos portugueses do século XX

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A SUAVE BIOGRAFIA DE UM REVOLUCIONÁRIO

Ernesto Lima

PP continua, no quarto volume, um trabalho que poderia sem grandes retoques merecer a recomendação do PCP. Cunhal é retratado como um homem dedicado ao trabalho das suas causas, afectuoso para com os seus acólitos , que são muitos porque os que dele discordam sofrem de tentações desviacionistas que procuram, a soldo de interesses obscuros, sabotar o radioso caminho para o socialismo. O caso de Candida Ventura, por coincidência falecida na altura do aparecimento deste volume, é paradigmático. Ficamos com a impressão de que existiu um "grupo de massas coeso" liderado por um pastor intelectual identificado com os interesses da URSS ( as divergências são posteriores ao tempo abrangido por este volume) e todos, sem excepção eram solidários na causa. Nem linhas divergentes, nem opiniões contraditórias, uma imensidão cinzenta que tem paralelo nos tempos da Contra Reforma, até porque o castigo dos heréticos era o mesmo,

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O PCP na gestação do 25 de Abril

Luís Santos

Este 4º volume encerra a monumental obra de Pacheco Pereira sobre Álvaro Cunhal, e vai até ao 25 de Abril de 1974. O autor anunciou já que não haverá um 5º volume, relativo ao pós-Revolução, o que é pena, já que, reconhecidamente, Cunhal foi um dos protagonistas desta época. Pacheco Pereira destaca-se em, pelo menos, dois aspectos: é um coleccionador/arquivista persistente, que ao longo de muitos anos foi recolhendo valiosíssima documentação sobre muitos temas, designadamente sobre o PCP, e sobre a qual foi fazendo investigação de grande qualidade, sendo hoje em dia uma das pessoas em Portugal que mais sabe sobre o tema; e, tendo origens na esquerda radical e tendo-se convertido à social-democracia, não renega nem esconde o seu passado (ao contrário de outros), com o qual parece manter uma relação descomplexada. Os 4 volumes são essenciais para se perceber boa parte da história política do século XX português, nomeadamente o período do Estado Novo, e interessam não apenas ao historiador especializado, mas também ao leitor que se interesse pela vida política, social e cultural do país, e até por incidências que o trajecto de Cunhal teve em questões internacionais, como este 4º volume documenta, nomeadamente na sua influência no PCUS. A história da resistência à ditadura é, em grande parte, protagonizada pelo PCP, pelo menos até meados dos anos 60. O PCP foi, durante bastante tempo, o único sector com uma organização consistente, coexistindo com um "reviralho" mais ou menos espontaneísta (e por vezes sobrevalorizado), ligado a sectores republicanos ou maçónicos e, mais tarde, ao catolicismo progressista. A partir de meados dos anos 60, na sequência de uma cisão, vão emergir organizações como o CMLP/FAP e outras, mas, como o livro documenta, muito longe a implantação global do PCP. Mas Pacheco Pereira documenta também os problemas com que o PCP se debateu: além das prisões e perseguição pela PIDE, circunstâncias já de si muito difíceis, Cunhal e o PCP vão ter de enfrentar a ruptura ideológica entre a China e a União Soviética, a denúncia do estalinismo, as crises nos países de Leste (sobretudo a invasão da Checoslováquia em 1968), o Maio de 1968, a par da crise do próprio PCP, traduzida na referida cisão, protagonizada pelo delfim de Cunhal, Francisco Martins Rodrigues, e por divergências e debates internos, como o que diz respeito à luta armada contra a ditadura. O 4º volume destaca o papel de Cunhal e do PCP, não propriamente na organização do 25 de Abril, mas na criação das condições para que este tivesse lugar, ao longo da década e meia anterior, as relações com outros sectores oposicionistas e com os movimentos de libertação africanos. É, assim, uma obra muito interessante para relembrar e compreender alguns dos acontecimentos dessa época, os quais condicionam ainda, em boa parte, muito da vida política actual: basta recordar como algumas dessas referências reemergiram em finais de 2015 aquando da formação do governo PS com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP, e de como, na altura, se falou do derrube do "muro histórico" erguido, precisamente, na época que o livro de Pacheco Pereira retrata.

José Pacheco Pereira

José Pacheco Pereira nasceu no Porto, em 1949. Participou na luta contra a ditadura antes do 25 de Abril. Foi professor de vários graus de ensino. Foi deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, e dirigente do PSD. Publicou mais de uma dezena de livros sobre História e Política. Colabora regularmente na imprensa escrita, na rádio e na televisão. É autor do programa da SIC Notícias Ponto Contraponto e faz parte do painel do mais antigo debate político português: a Quadratura do Círculo. É autor dos blogues Abrupto, Estudos sobre o Comunismo e Ephemera. Dedica-se desde há muito à preservação de livros, periódicos, documentos e objetos ligados à memória da história contemporânea portuguesa. Criou e mantém o Arquivo / Biblioteca Ephemera, o maior arquivo privado português.

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