A Sombra do Mar

de Armando Silva Carvalho

Livro eBook
editor: Assírio & Alvim, julho de 2015
Prémio Correntes d’Escritas; Grande Prémio de Poesia APE; Prémio PEN Clube; Prémio Literário Fundação Inês de Castro; Prémio Autores SPA/RTP
«A Sombra do Mar» é o novo livro de poesia de Armando Silva Carvalho, premiado com o Grande Prémio DST Literatura 2014 pelo seu livro anterior, «De Amore». De Eugénio a Pessoa, das perturbadoras imagens da actualidade vistas na televisão ao desencanto da velhice, do bosão de Higgs ao prazer da vida. Um livro admirável de um dos grandes poetas do nosso tempo.

«A idade traz-me as metáforas do perigo
e também as suas regras
no desastre.
[…]»
Novidades Correntes d'Escritas 2017

Correntes d'Escritas 2017: dia a dia

Os poetas dão as boas-vindas a todos que chegam à Póvoa de Varzim de metro SESSÃO DE ABERTURA, SALA LOTADA A presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão oficial de abertura do 18.º Correntes d'Escritas, era um momento forte deste primeiro dia do festival. À sua espera, estava uma multidão entusiasmada que aplaudiu e agradeceu a presença do Chefe de Estado no principal festival literário português que, em 2017, comemora 18 primaveras. Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma saudação muito especial aos professores pelo seu "papel fundamental para a sociedade portuguesa", assim como ao conferencista de abertura, Francisco Pinto Balsemão; ao homenageado do mais recente número da revista, Eugénio Lisboa; e ao ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

Foi um bom arranque para o festival! A sala lotou, pelo que nem todos os interessados tiveram a oportunidade de presenciar o momento em que a Armando da Silva Carvalho foi atribuído o Prémio Correntes d'Escritas 2017. "Vovó, guardei um lugar para ti!", ouve-se alguém dizer na sala principal do Cine-Teatro Garrett. No Correntes d'Escritas temos a sensação de estar perante uma plateia constituída, sobretudo, por escritores ou professores. No entanto, de tempos a tempos, deparámo-nos com encontros emotivos entre pessoas que pertencem a diferentes gerações mas partilham o amor intemporal pelos livros. Um pouco antes das 15h30 sobe ao palco Francisco Balsemão, acompanhado por José Carlos de Vasconcelos, atual director do Jornal de Letras. O ex-primeiro-ministro falou da era do pós-facto em que vivemos atualmente, da falta de regulamentação na Internet e de os desinformadores estarem hoje em dia impunes a qualquer responsabilização; aproveitou para alertar para a importância e necessidade dos media enquanto contra-poder e agentes necessários na luta pela democracia. Nas suas palavras, "se as redes sociais, se os famosos algoritmos, não estão a limpar o lixo que habita na Internet, cabe-nos a nós, jornalistas, profissionais do setor, assumir o papel de separar o trigo do joio." A partir daí, seguiu-se uma sessão de lançamento de livros, encabeçada, entre outros, pelo asturiano Ignacio del Valle, pelo venezuelano Alexandre Barrera, e pelo angolano Ondjaki. Céus Negros Um notável romance que tem como pano de fundo a Espanha de 1950 e uma bem montada rede de tráfico infantil. Vencedor do Prémio da Crítica das Astúrias e do Prémio Violeta Negra do festival de Toulouse. Saiba mais sobre o livro » Pátria ou Morte Hugo Chávez está doente e arrastou consigo a Venezuela para a doença. Num equilíbrio perfeito entre a tensão de virar a página e um olhar social clínico, Alberto Barrera Tyszka apresenta neste livro o retrato total da sociedade venezuelana. Saiba mais sobre o livro » O Convidador de Pirilampos O novo livro de Ondjaki, com ilustrações de António Jorge Gonçalves, transporta-nos para perto da Floresta Grande, onde vive um menino e o seu Avô. Saiba mais sobre o livro » Sempre simpáticos e energéticos, subiram ao palco Eugénio Lisboa, Hélia Correia, Mário Cláudio, Valter Hugo Mãe e Ignácio de Loyola Brandão, pelas 17h00. Deu o mote a esta conversa o verso retirado do poema do vencedor do Correntes d'Escritas 2017, Armando Silva Carvalho. Destacamos algumas das intervenções desse momento de partilha entre escritores: – "As palavras são a droga mais utilizada pela humanidade." (Rudyard Kipling, citado por Eugénio Lisboa) – "Estamos a perder léxico a uma velocidade maior do que perdemos neurónios." (Hélia Correia) – "Tenho medo de ser uma Primadonna que já não atinge agudos. Como escrever na velhice?" (Mário Cláudio) – "(...) conversando entre elas, as palavras concluíram que nesse país o significado das coisas mudou por lei. O não é sim, o preto é branco e o mal é o bem. Inocentes são culpados e a mentira é verdade. Era preciso pensar ao contrário para se obter o significado e assim as plavras passaram a resistir." (Ignácio de Loyola Brandão) Se há coisa que não faltou ao primeiro dia foi sol e elogios a Portugal. O brasileiro Ignácio de Loyola Brandão, por exemplo, elogiou a comida e as bonitas ruas poveiras. Sem querer fazer futurologia, dificilmente alguém sairá arrependido das horas passadas nesta solarenga cidade que é a Póvoa de Varzim. Fique connosco, vamos dando notícias. MAIS UM DIA A cidade não para para ver o desfile de escritores que todos os dias, entre as 10h00 e as 22h00, sobem ao palco do Cine-Teatro Garret. No entanto, desde a estação de metro até ao Cine-Teatro, encontramos cartazes promocionais do festival literário em todas as montras.
À semelhança do dia anterior, as mesas de discussão decorrem calmamente, tendo como pano de fundo uma Póvoa de Varzim solarenga e uma audiência feita de professores, escritores e académicos.
Pelas 10h00 sobem ao palco o asturiano Ignacio del Valle, a cubana Karla Suárez, o guineense Tony Tcheka e a portuguesa Teolinda Gersão. A moderar a conversa, o galego Carlos Quiroga.
Duas horas depois, no piso contíguo, o português Rui Zink e o brasileiro Alexandre Marques Rodrigues apresentam os seus mais recentes livros: Entropia Entropia é o romance do não-herói contemporâneo. Em sessenta curtos capítulos, um homem multiplica-se, viaja, divide-se, procura. Saiba mais sobre o livro » O LIVRO SAGRADO DA FACTOLOGIA "Você está curioso. Não está feliz, está até um bocadinho zangado, ainda lhe doem os pulsos das algemas, mas está curioso. Continua a achar que somos uma cambada de malucos, mas agora está intrigado. Que tipo de maluco seremos, afinal? O que nos move? Dinheiro? Podeer? Deus? Um outro qualquer deus? Está curioso. E é a sua fraqueza estar curioso." Saiba mais sobre o livro » PENÚLTIMO DIA
Um dos pilares do Correntes d'Escritas é o encontro entre escritores e jovens alunos de diferentes níveis de ensino.
Neste âmbito, tivemos a oportunidade de ouvir Teolinda Gersão explicar aos adolescentes da Escola Secundária Eça de Queirós, que estão "na idade de todas as questões," que "a literatura é um veículo para questionar o mundo".
O wookacontece teve ainda a oportunidade de perguntar a Alcina Leitão, uma das senhoras que nos últimos dias se tem sentado no lugar junto ao nosso, o que a traz por cá. Responde-nos que é "o amor ao livros" e que não é a primeira vez que marca presença neste que é considerado o maior festival de literatura do país. No entanto, um olhar mais atento pela sala revela algumas pessoas que se dedicam a uma pequena sesta pós-almoço.
Salientamos algumas das intervenções que mais nos chamaram à atenção neste penúltimo dia: – "Dos milhões de analfabetos existentes no mundo, quantos não escrevem nas suas mentes o que ainda não foi escrito pelo poeta e pelo escritor?" (António Brito) – "Queria ser carteiro como o Sr. Silva, que estava em contacto com a aldeia inteira. Mas tinha de ser muito forte para não cometer pecados. Para não ler o que os outros tinham escrito." (António Mota) – "Graças à escrita é possível mudar o passado." (David Machado) – "A escrita é uma forma de abraçar a vida." (Goretti Pina) – "A evolução humana leva milhares de milhões de anos a produzir algum tipo de mudança. A criação literária segue em paralelo. Não está tudo escrito, ainda somos umas crianças." (Marina Perezagua) – "Escrever poesia é jogar à batota com as palavras." (Rita Taborda Duarte) – "Os egoístas precisam de ser menos egoístas; os altruístas precisam de ser menos altruístas; o mundo ficava melhor assim." (Rui Zink) – "A literatura é o espaço da liberdade." (Tatiana Salem Levy) – "As coisas importantes que nos acontecem não têm nada que ver com a razão." (Gaspar Hernández) – "A Democracia é o pior de todos os sistemas. Com excepção de todos os outros."(Sérgio Godinho) – "O coveiro disse que lê aos mortos porque as histórias são maiores do que a morte."(Ondjaki) Estamos quase a dizer adeus ao Correntes d'Escritas 2017. ATÉ PARA O ANO!
Dizemos adeus ao Correntes d'Escritas, aguardando a próxima edição, onde em palco, mais do que escritores, encontramos a palavra falada, a história e as estórias que alguns dos escritores nos trouxeram, relembrando-nos da magia que é ser leitor.

A Sombra do Mar

de Armando Silva Carvalho

ISBN: 978-972-37-1834-8
Editor: Assírio & Alvim
Ano: 2015
Idioma: Português
Dimensões: 147 x 205 x 10 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 104
Tipo de produto: Livro
Coleção: Poesia Inédita Portuguesa
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Poesia
EAN: 978972371834811
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
e e e e E

Para ler e reler

João

A Sombra do Mar foi a última obra escrita por Armando Silva Carvalho antes do seu falecimento. Para quem já conhecia o autor, o estilo marcante desta obra poderá revelar uma espécie de presságio; quem não conhecia, vai certamente querer explorar o resto da sua obra.

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Uma arte poética

Ana Isabel Soares

Se o poeta está entre o sol e o mar, para que este projete a sua sombra é necessário que o poeta submerja, que se afunde numa existência líquida. Dessa submersão nasce a proposta de uma dicção poética própria, construída entre ironia ("tanta areia submissa ficou tonta") e aceitação da redução do "homem à sua segunda natureza,/ cega, insultuosa,/ feita humilhação, pavor sem nome." Poeta maior, cuja obra se publica e reconhece desde a década de 60 do século passado, Armando Silva Carvalho permanece num lugar cimeiro da poesia portuguesa do segundo milénio. Com este livro, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa, anunciado em fevereiro passado no festival Correntes d'Escritas.

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Poesia

Rui Vieiro

Este livro é uma surpresa, tanto nos poemas como na forma. e o que mais me impressionou foi o tema da idade e a poesia subjacente Leiam que é muito bom.

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A essência

Nunes

Armando Silva Carvalho neste livro toca-nos na essência do real quotidiano; o poeta dá-nos maravilhosas e perturbadoras metáforas, e imagens desta realidade, e não esconde o tema da velhice e o prazer quotidiano da vida. Um excelente livro para ler e reler em momentos de grande prazer. Não podemos ignorar este seu livro de forma alguma.

Armando Silva Carvalho

Armando Silva Carvalho nasceu em Olho Marinho, Óbidos, em 1938. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, exerceu advocacia por pouco tempo, optando pelo jornalismo, pelo ensino, pela publicidade e pela tradução.
A sua obra tem vindo a ser reconhecida pela crítica e distinguida com diversos prémios, como o Grande Prémio de Poesia APE, o Prémio PEN Clube, o Prémio Fernando Namora, o Grande Prémio DST Literatura e o Prémio Casino da Póvoa / Correntes d’Escritas, para citar apenas alguns.

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