A Morte em Veneza
de Thomas Mann
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«E entre palavras delicadas e graças espirituosas, Sócrates ensinava a Fedro o desejo e a virtude. Falou-lhe do temor ardente que acomete o homem sensível quando os seus olhos vislumbram uma semelhança do belo eterno: falou-lhe da avidez do homem ímpio e vil, incapaz de pensar o belo ao ver a sua imagem, incapaz de veneração; falou do medo sagrado que invade o homem nobre quando contempla uma face divina, um corpo perfeito - como então estremece e sai fora de si, mal ousando olhar, e como venera aquele que é belo, sim, como se ofereceria em sacrifício a este ídolo, se não receasse parecer ridículo aos olhos dos homens.»
Propriedade | Descrição |
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ISBN: | 9789727087983 |
Editor: | Relógio D'Água |
Data de Lançamento: | novembro de 2005 |
Idioma: | Português |
Dimensões: | 137 x 213 x 9 mm |
Encadernação: | Capa mole |
Páginas: | 86 |
Tipo de produto: | Livro |
Classificação temática: | Livros em Português > Literatura > Romance |
EAN: | 9789727087983 |
Idade Mínima Recomendada: | Não aplicável |
História de um deslumbre
https://nointeriordoslivros.blogspot.com/
A Morte em Veneza figura entre os livros que mais me marcaram até hoje. É um livro pequenino, mas que tem um mundo dentro dele. A história é a de um deslumbre - uma paixão insidiosa - de um homem mais velho que admira (venera) à distância, um jovem rapaz, inacessível, por força das circunstâncias e das regras do decoro e da moral comummente aceites. O sentimento, porém, existe e instala-se no íntimo do protagonista, por muito ou pouco que isso seja conveniente ou do seu agrado. A narrativa é marcada por uma sensualidade muito particular, que atravessa todos os sentidos, aguçando cada um deles e provocando uma espécie de hiperfuncionamento exacerbado, através do qual a realidade é percepcionada com uma intensidade diferente, ampliada a todos os níveis (o êxtase da expectativa interiormente acalentada, o deleite dos pequenos detalhes percebidos, o júbilo do prazer longínquo e meramente imaginado). «O seu espírito conturbado não queria saber nem desejava nada mais do que perseguir sem descanso o objecto que o encantava, sonhar com ele sempre que estava ausente e - à maneira dos amantes - dirigir palavras de ternura à sua silhueta. A solidão, a estranheza e felicidade de um êxtase profundo e tardio, encorajavam-no e persuadiam-no a permitir-se mesmo o mais extravagante, sem passar pela vergonha e rubores; de modo que um dia, ao regressar tarde de Veneza, parou no primeiro andar do hotel à porta do jovem belo e, em pleno delírio, encostou a testa à dobradiça da porta permanecendo assim durante algum tempo, sem temer ser surpreendido numa posição tão demente.» É esse estado de sensibilidade aumentada que Thomas Mann transmite e que se infiltra em nós ao percorrer estas linhas, fazendo da leitura uma espécie de experiência imersiva, de certa forma vivida e sentida na primeira pessoa.
Extraordinário
Cristina vieira
A questão de sempre como grande factor de imprevisibilidade na nossa vida e que é: qual é o momento em que saimos do nosso controlo? Somos donos de nós próprios? Só depende de um click....