A Literatura no Estômago

de Julien Gracq

editor: Assírio & Alvim, abril de 1987
ESGOTADO OU NÃO DISPONÍVEL

"[...] Se alguns julgam poder brandir este texto como um requisitório a favor dum regresso à literatura anódina, ao "pequeno jogo literário", prefiro avisá-los imediatamente que vão por mau caminho. Não se trata de regressar à literatura repousante, à literatura considerada "como uma arte de amenizar, por pouco que seja, os lazeres de outrem". O traço de mau humor que pode transparecer em certas linhas deste artigo visa, e preciso-o visto que parece ser necessário precisá-lo, não a literatura "que pensa" (seria dar mostras duma excessiva ingenuidade), nem tão pouco a literatura que se compromete, mas muito exactamente uma certa metafísica da cátedra cuja injecção a frio na literatura parece-me geradora de precipitados indegestos. Quando digo que "a literatura é desde há alguns anos vítima de uma formidável manobra de intimidação por parte do não-literário, e do não-literário mais agressivo", desejo apenas chamar a atenção para o compromisso irrevogável do pensamento na forma que é a condição de toda a literatura: no domínio do sensível, este compromisso é inerente a toda a poesia; no domínio das ideias, dá-se-lhe o nome de tom, de estilo. "[...]"

A Literatura no Estômago

de Julien Gracq

Propriedade Descrição
ISBN: 978-972-37-0079-4
Editor: Assírio & Alvim
Data de Lançamento: abril de 1987
Idioma: Português
Dimensões: 115 x 185 x 5 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 56
Tipo de produto: Livro
Coleção: Alfinete
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Romance
EAN: 9789723700794
Idade Mínima Recomendada: Não aplicável
Julien Gracq

Escritor e ensaísta francês nascido em 1910, "Gracq é um destes escritores pouco conhecidos, que ninguém ousa criticar nem atacar, como se os protegesse uma espécie de armadura arcangélica, diante de quem a primeira reação do público e da crítica é 'descobrir-se', como à passagem de um enterro. Para ele, não há razão de ser para a literatura congelada e cinzenta: o escritor, seguindo o terrível conselho de Céline, deve calar-se 'quando já não tem em si música suficiente para fazer dançar a vida&'", escreve Ernesto Sampaio na introdução de "A Literatura no Estômago".

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