A Imagem Pode Matar?
(2ª Edição)
de Marie-José Mondzain
Sobre
o Livro
Sinopse
Nesta reflexão sobre a imagem, Marie-José Mondzain aborda a violência do visível, não em termos do seu conteúdo, mas na sua condição de dispositivo. No seio do "Império do Visível" em que vivemos, a imagem será ou não responsável pela violência que lhe é atribuída? Segundo a autora, a imagem não é intrinsecamente violenta, não pode, por si só, matar. É o modo como se a recebe e utiliza que a reveste de perigo. A questão crucial deste livro é, portanto, a recepção e partilha das imagens, a educação do olhar, um dever que tem tanto de estético como, cada vez mais, de ético e poli-tico.
Opinião
dos leitoresDetalhes
do Produto
A Imagem Pode Matar?
ISBN
9789726999089
Editor:
Nova Vega
Idioma:
Português
Dimensões:
110 x 190 x 6 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
76
Tipo de Produto:
Livro
Coleção:
Passagens
Classificação Temática:
Livros em Português
> Literatura
> Ensaios
Talvez nunca como hoje a expressão de Paul Klee, «a arte não reproduz o visível, torna visível», tenha ganho um sentido tão material e concreto. Apesar da problemática inscrita na relação visível-invisível comportar uma densidade histórica e antropológica de enorme importância, é desde a crise iconoclasta do império bizantino dos séculos VII e XIX, mais precisamente após a reposição em 843 -durante a regência da imperatriz Teodora- do segundo Concílio de Niceia (787), que a questão do invisível vem ganhando complexidade filosófica no âmbito da produção, circulação e receção das imagens. Seguindo a trajetória da proposta de Mondzain, de que no lugar de invisível” talvez devêssemos falar do “não visto”, aceitaremos que o estatuto do invisível na imagem é da ordem da palavra, i.e., daquilo que «aguarda um sentido proveniente do debate da comunidade» (p. 30) , e que, por isso mesmo, não pode deixar de emergir da possibilidade do exercício da liberdade e do pensamento crítico. É, portanto, no interior de um campo de forças colonizado pelo dispositivo, que o «poder da imagem» se exerce. Contudo, é somente através do desejo de ver - pois «sem desejo de ver não há imagem» (p.31)- que o invisível habita o visível. Como corolário desta tese, Marie-José Mondzain considera a existência de visibilidades dominantes (o espectáculo, o domínio do visível) que personificam o discurso do senhor, o qual submete o olhar ao visível provocando a sua dissolução sob a forma de assentimento, deste modo as visibilidades «estão ao serviço da comunicação e são o instrumento privilegiado do pensamento único» (p.64).