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A Imagem Pode Matar?

(2ª Edição)

de Marie-José Mondzain

editor: Nova Vega, junho de 2017
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Nesta reflexão sobre a imagem, Marie-José Mondzain aborda a violência do visível, não em termos do seu conteúdo, mas na sua condição de dispositivo. No seio do "Império do Visível" em que vivemos, a imagem será ou não responsável pela violência que lhe é atribuída? Segundo a autora, a imagem não é intrinsecamente violenta, não pode, por si só, matar. É o modo como se a recebe e utiliza que a reveste de perigo. A questão crucial deste livro é, portanto, a recepção e partilha das imagens, a educação do olhar, um dever que tem tanto de estético como, cada vez mais, de ético e poli-tico.

A Imagem Pode Matar?

(2ª Edição)

de Marie-José Mondzain

Propriedade Descrição
ISBN: 9789726999089
Editor: Nova Vega
Data de Lançamento: junho de 2017
Idioma: Português
Dimensões: 112 x 192 x 6 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 76
Tipo de produto: Livro
Coleção: Passagens
Classificação temática: Livros em Português > Literatura > Ensaios
EAN: 9789726999089
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A relação entre o visível e o invisível

Rui Matoso

Talvez nunca como hoje a expressão de Paul Klee, «a arte não reproduz o visível, torna visível», tenha ganho um sentido tão material e concreto. Apesar da problemática inscrita na relação visível-invisível comportar uma densidade histórica e antropológica de enorme importância, é desde a crise iconoclasta do império bizantino dos séculos VII e XIX, mais precisamente após a reposição em 843 -durante a regência da imperatriz Teodora- do segundo Concílio de Niceia (787), que a questão do invisível vem ganhando complexidade filosófica no âmbito da produção, circulação e receção das imagens. Seguindo a trajetória da proposta de Mondzain, de que no lugar de invisível” talvez devêssemos falar do “não visto”, aceitaremos que o estatuto do invisível na imagem é da ordem da palavra, i.e., daquilo que «aguarda um sentido proveniente do debate da comunidade» (p. 30) , e que, por isso mesmo, não pode deixar de emergir da possibilidade do exercício da liberdade e do pensamento crítico. É, portanto, no interior de um campo de forças colonizado pelo dispositivo, que o «poder da imagem» se exerce. Contudo, é somente através do desejo de ver - pois «sem desejo de ver não há imagem» (p.31)- que o invisível habita o visível. Como corolário desta tese, Marie-José Mondzain considera a existência de visibilidades dominantes (o espectáculo, o domínio do visível) que personificam o discurso do senhor, o qual submete o olhar ao visível provocando a sua dissolução sob a forma de assentimento, deste modo as visibilidades «estão ao serviço da comunicação e são o instrumento privilegiado do pensamento único» (p.64).

Marie-José Mondzain

Marie-José Mondzain é filósofa e diretora de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris. Considerada uma referência fundamental do pensamento contemporâneo, a autora tem contribuído para o debate vital acerca do poder persuasivo das imagens, articulando o campo da estética com as maiores preocupações éticas. Entre os seus títulos, destacam-se A Imagem pode matar?, Le Commerce des Regards e Images (à suivre).

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